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Internacional
Quarta - 20 de Abril de 2005 às 10:40

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O novo papa, Bento XVI, é conhecido por expressar abertamente as suas posições conservadoras. Como cardeal, Joseph Ratzinger já criticou do rock'n'roll à união de homossexuais. A seguir, leia as opiniões dele sobre assuntos que dividem setores conservadores e progressistas dentro e fora da Igreja Católica. » Fotos do novo pontífice » Vídeo: conclave escolhe Ratzinger, o papa Bento XVI Sobre gays "Embora a inclinação particular de uma pessoa homossexual não seja um pecado, é mais ou menos uma tendência que vem de um mal moral intrínseco, e, portanto, a inclinação em si pode ser vista como uma desordem de objetivo." (1986, na carta aos bispos da Igreja Católica sobre o cuidado pastoral de gays) "Acima de tudo, nós temos que ter grande respeito por essas pessoas que também sofrem e querem encontrar a sua maneira de viver corretamente. Por outro lado, criar uma forma de casamento homossexual, na realidade, não ajuda essas pessoas." (idem) Sobre a legalização da união de homossexuais "É destrutiva para a família e para a sociedade. O direito cria uma forma de moral, já que as pessoas consideram freqüentemente que o que diz o direito também é moralmente lícito. E, se considerarmos essa união mais ou menos equivalente ao matrimônio, temos uma sociedade que já não reconhece as características e nem o caráter fundamental da família, ou seja, que é próprio do homem e da mulher, que tem a finalidade de dar continuidade, não só no sentido biológico, à humanidade." (em entrevista ao jornal La Repubblica em 2004) Sobre os abusos sexuais envolvendo sacerdotes da Igreja "Na Igreja, padres também são pecadores. Mas eu estou pessoalmente convencido de que a constante presença dos pecados dos padres católicos na imprensa, especialmente nos Estados Unidos, é uma campanha planejada, já que a porcentagem dessas infrações entre padres não é mais alta do que em outras categorias, e talvez seja ainda mais baixa." (dezembro de 2002) Sobre o catolicismo em relação ao Islã "O Islã é multiforme, não se pode reduzir à ala terrorista ou à ala moderada. Há interpretações sunitas, xiitas, etc. Culturalmente, existe uma grande diferença entre Indonésia, África ou a Península Arábica, e talvez esteja se formando também um Islã com características européias, que aceita elementos de nossa cultura. Em todo caso, para nós, é um desafio positivo a firme fé em Deus dos muçulmanos, a consciência de que estamos todos sob o juízo de Deus, junto com um certo patrimônio moral e a observação de algumas normas que demonstram que a fé, para viver, necessita expressões comuns, algo que perdemos em certa medida." (em entrevista ao jornal a Repubblica em 2004) Sobre o lugar de Deus na sociedade moderna "Muito marginalizado. Na vida política, parece quase indecente falar de Deus, como se fosse um ataque à liberdade de quem não crê. O mundo político segue suas normas e caminhos, excluindo Deus como algo que não é deste mundo. A mesma coisa acontece no comércio, na economia e na vida privada. Deus fica à margem. Para mim parece necessário voltar a descobrir, e existem forças para isso, que também a esfera política e econômica precisa de uma responsabilidade moral, que nasce do coração do homem e está ligada à presença ou ausência de Deus. Uma sociedade em que Deus está totalmente ausente se autodestrói." (idem) Sobre judeus "Que os judeus são ligados à Deus de uma maneira especial e que Deus não quer que essa ligação fracasse é inteiramente óbvio." "Aguardamos o momento em que Israel vai dizer 'sim' a Cristo, mas sabemos que tem uma missão especial na história agora." (em livro de sua autoria, publicado em 2000) Sobre a ordenação de mulheres "O fato de a Igreja estar convencida de que não conferir a ordenação às mulheres agora é visto por alguns como incompatível com a Constituição européia." Sobre rock "Um veículo anti-religião." (em 1988) Sobre aborto e eutanásia "Claro pecado grave." (durante a campanha das eleições presidenciais americanas no ano passado) Sobre ele mesmo "Após o papa João Paulo II, os cardeais me elegeram ¿ um simples, humilde trabalhador nas vinhas do Senhor." (ao ser anunciado o novo papa) Sobre o antecessor, João Paulo II "Nós podemos ter certeza de que o nosso amado papa está na janela da casa do Senhor, de onde ele nos vê e nos abençoa." "Hoje nós enterramos os seus restos na terra como uma semente da imortalidade. Os nossos corações estão cheios de tristeza, mas ao mesmo tempo de uma alegre esperança e de uma gratidão profunda."

(durante a homilia que fez no funeral de João Paulo II)

Sobre a fé

"Nós estamos caminhando para uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo e tem como valor máximo o ego e os desejos individuais". (durante uma missa na Basílica de São Pedro, pouco antes do início do conclave e um dia antes de ser eleito)

Sobre a entrada da Turquia na União Européia

"A Turquia sempre representou um continente diferente, em contraste permanente com a Europa".

(em entrevista ao jornal francês Le Figaro, em 2004)





Fonte: BBC Brasil

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