Campanha do PP vai enfocar o social

“O PPS de Blairo Maggi pode não aceitar uma coligação com o PP de Pedro Henry”, disse ontem o ex-prefeito e ex-presidente do PPS, Percival Muniz. Segundo ele, tal afirmativa decorre do que ouve das bases do partido e defende uma discussão aprofundada como motivo de reflexão para que a candidatura de reeleição do governador não se torne conflitante com os discursos assumidos em 2002 para 2006. Para Muniz, o PP abriu a perspectiva de o PPS procurar outros aliados para se lançarem candidato ao Senado da República com o inchaço do Partido Progressista aonde ingressaram os deputados estaduais, José Riva, Alencar Soares e Eliene Lima.

“Já falei tanto para o governador como para o deputado federal Pedro Henry que as bases do PPS estão descontentes com a possibilidade de uma coligação com o PP”, disse Percival Muniz, sinalizando que uma coligação como está pode ser rejeitada numa convenção regional. “Estou falando de uma reflexão e de discussões que se arrastam há 15 dias e necessitam serem aprofundadas para não trazerem danos ao processo de reeleição”, ponderou.

O ex-prefeito lembrou que o PPS dificilmente vai tentar uma chapa pura, mas admitem que existem conversações das mais variadas, com os mais variados partidos políticos que vão desde o PT até o PP passando pelo PMDB que não está descartado como parceiros da candidatura a reeleição do PPS para o governo do Estado. “Ainda não sabemos como serão as regras eleitorais e se a verticalização vai ou não prevalecer. Prevalecendo a verticalização nós tomaremos uma decisão, acabando nós tomaremos outra, mas com muita discussão e muito cuidado para não trair o discurso que foi colocado à população nas eleições de 2002 quando Blairo Maggi se elegeu governador de Mato Grosso”, explicou.

O próprio governador Blairo Maggi desde o início deste ano abriu discussões com vários partidos como o PMDB, uma ala do PT e tenta ainda manter os antigos aliados como o PFL e o PP, mas segundo Percival Muniz o crescimento do PP do deputado Pedro Henry provoca distanciamento do PPS pois vai contra os discursos feitos em 2002. “É preciso que se mantenha a linha adotada politicamente desde 2002 para não sofrermos dissabores no futuro”, frisou Percival Muniz.