Servidores reclamam da recomposição salarial

Representantes de cerca de 20 sindicatos de servidores do Estado de Mato Grosso estiveram reunidos ontem com o secretário de Administração, Geraldo de Vito, reivindicando revisão salarial das categorias.

De acordo com o representante do Fórum Sindical e presidente do Sindicato dos Servidores da Secretaria de Infra-estrutura (Sindisinfra), José Carlos Calegari, a principal causa defendida pela classe diz respeito à taxação dos ativos e dos inativos, já que o governo apontou um reajuste de 6,13%, “mas já a partir de abril , agora teremos 3% descontados dos salários”. Calegari disse que o objetivo deles, é que o índice seja de, no mínimo, 15%.

“A grande maioria dos servidores do Estado passará a pagar, a partir de abril, 11% de contribuição previdenciária [até março eram cobrados 8%]”, argumentou o sindicalista.

Um dos argumentos mais fortes do Fórum Sindical é quanto à arrecadação tributária. “Por que o governo quer dar só 6% de aumento para os servidores se em 2004 o Estado arrecadou 36% a mais na comparação com 2003?”, indagou Calegari.

Conforme a presidente do Sindicato dos Escrivães, Genima Evangelista, o poder de compra da categoria está muito mais defasado do que o índice proposto de 6,13%, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) “Nós pedimos a aplicação de, pelo menos, o que vai ser aplicado ao salário mínimo, que é de 15%, e quanto a isso nós estamos irredutíveis”, disse ela.

A data-base estabelecida pelo governo do Estado foi fixada em maio, quando então entrarão em vigor os 6,13%.

“Mas na realidade essa recomposição será de 3,13% de em um ano e cinco meses, já que o servidor já está contribuindo mais com a previdência”, reforçou Clédison Gonçalves da Silva, representante do Fórum Sindical.

Mato Grosso tem atualmente cerca de 70 mil servidores públicos, entre aposentados e pensionistas, e conforme a direção do Fórum Sindical, 95% desses servidores estão representados nesse movimento de negociação junto ao governo do Estado.

Reunião

Uma reunião a ser realizada provavelmente no dia 25 deste mês porá de frente, desta vez, o Fórum Sindical e o governador Blairo Maggi (PPS).

Segundo o secretário Geraldo De Vitto, as discussões ontem foram apenas uma primeira e proveitosa reunião. “Nós somos o único Estado que está cumprindo rigorosamente a questão das perdas salariais, iremos fazer uma visualização geral das carreiras, não vamos pensar em carreiras individualizadas, ou seja, esse realinhamento é um condão geral de dar cumprimento ao que preceitua as constituições do Estado e a Federal”, explicou.

De Vitto disse que o governo está trabalhando com a hipótese de “devolver integralmente” as perdas inflacionárias que o servidor teve em 2004, conforme referência do INPC.