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Viva Grafite !
Vamos ter que incluir – nós negros - o jogador Grafite, do São Paulo, no rol dos heróis negros brasileiros, e homenageá-lo no 19 de novembro, junto com o Zumbi dos Palmares.
Sei que muita gente achou um exagero a prisão do jogador argentino Desábato, do Quilmes, pelo “simples fato de ter chamado Grafite de negro”. “Afinal, o Grafite não é negro?”, provocam alguns, em geral brancos.
Sim, o Grafite é negro, inclusive com forte identificação com a cultura negra, ou afro-brasileira, e é por isso mesmo que reagiu à provocação racista do argentino durante a partida entre São Paulo e Quilmes, pela Copa Libertadores da América, na última quarta.
Mas, não tem nada de normal em uma pessoa gritar para outra, em tom de xingamento, “seu negro”. Pelo menos no Brasil, onde o crime de racismo é previsto na Constituição Federal como hediondo, inafiançável e imprescritível.
A situação é grave. Os jogadores negros que atuam nos times europeus sentem na pele o que significa o racismo desse povo de pele branca e cérebro incolor. Inclusive muitos brasileiros, como Roberto Carlos, já reagiram também.
O episódio da prisão do Desábato é didático e pedagógico. Provocou forte repercussão internacional com conseqüências ainda um tanto imprevisíveis. Será que a ira racista diminuirá entre os próprios jogadores? Será que, ao contrário, vai estimular os conflitos étnicos, sobretudo na Europa? Como reagirão os argentinos em relação a jogadores brasileiros que eventualmente atuam em seu país? Vão retaliar? Ou vão pedir desculpas?
Tem um ingrediente extra a apimentar esse imbróglio: a rixa histórica entre brasileiros e argentinos. Como a prisão do argentino vai refletir nessa já passional e conflitante relação?
Não tenho as respostas. Torço para que haja uma repercussão positiva, no sentido de diminuir as diferenças raciais dentro e fora dos campos de futebol, passando pelas arquibancadas e pelas praças públicas.
Mas, uma coisa é certa: não se pode culpar o Grafite, tampouco a Justiça brasileira, pela prisão do argentino, flagrado via satélite, ao vivo, numa atitude racista, que no Brasil, repita-se, é classificada como crime.
Ao contrário, o Grafite precisa ser lembrado pela coragem de reagir ao racismo, pelo ensinamento de que a intolerância racial é uma das piores inventadas pelo preconceito humano. Abaixo o racismo. Prisão aos racistas, de qualquer cor ou raça! É isso o que digo.
KLEBER LIMA é jornalista e Consultor de Comunicação da KGM – SOLUÇÕES INSTITUCIONAIS. E-mails: kleberlima@terra.com.br e kgm_comunicacao@terra.com.br.
Sei que muita gente achou um exagero a prisão do jogador argentino Desábato, do Quilmes, pelo “simples fato de ter chamado Grafite de negro”. “Afinal, o Grafite não é negro?”, provocam alguns, em geral brancos.
Sim, o Grafite é negro, inclusive com forte identificação com a cultura negra, ou afro-brasileira, e é por isso mesmo que reagiu à provocação racista do argentino durante a partida entre São Paulo e Quilmes, pela Copa Libertadores da América, na última quarta.
Mas, não tem nada de normal em uma pessoa gritar para outra, em tom de xingamento, “seu negro”. Pelo menos no Brasil, onde o crime de racismo é previsto na Constituição Federal como hediondo, inafiançável e imprescritível.
A situação é grave. Os jogadores negros que atuam nos times europeus sentem na pele o que significa o racismo desse povo de pele branca e cérebro incolor. Inclusive muitos brasileiros, como Roberto Carlos, já reagiram também.
O episódio da prisão do Desábato é didático e pedagógico. Provocou forte repercussão internacional com conseqüências ainda um tanto imprevisíveis. Será que a ira racista diminuirá entre os próprios jogadores? Será que, ao contrário, vai estimular os conflitos étnicos, sobretudo na Europa? Como reagirão os argentinos em relação a jogadores brasileiros que eventualmente atuam em seu país? Vão retaliar? Ou vão pedir desculpas?
Tem um ingrediente extra a apimentar esse imbróglio: a rixa histórica entre brasileiros e argentinos. Como a prisão do argentino vai refletir nessa já passional e conflitante relação?
Não tenho as respostas. Torço para que haja uma repercussão positiva, no sentido de diminuir as diferenças raciais dentro e fora dos campos de futebol, passando pelas arquibancadas e pelas praças públicas.
Mas, uma coisa é certa: não se pode culpar o Grafite, tampouco a Justiça brasileira, pela prisão do argentino, flagrado via satélite, ao vivo, numa atitude racista, que no Brasil, repita-se, é classificada como crime.
Ao contrário, o Grafite precisa ser lembrado pela coragem de reagir ao racismo, pelo ensinamento de que a intolerância racial é uma das piores inventadas pelo preconceito humano. Abaixo o racismo. Prisão aos racistas, de qualquer cor ou raça! É isso o que digo.
KLEBER LIMA é jornalista e Consultor de Comunicação da KGM – SOLUÇÕES INSTITUCIONAIS. E-mails: kleberlima@terra.com.br e kgm_comunicacao@terra.com.br.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/346328/visualizar/
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