Mudança de nome de Cáceres divide opiniões

A proposta de retornar o nome "São Luiz" na cidade de Cáceres está dividindo a opinião pública local. Duas enquetes - uma realizada pela própria Câmara e outra por uma emissora de rádio -, apontaram o equilíbrio das opiniões sobre o assunto. A idéia propondo a volta do nome do padroeiro São Luiz foi lançada na sessão plenária de segunda-feira pelo vereador Wilson Kishi (PP), após ter recebido algumas manifestações favoráveis à possível alteração.

Dos 10 ouvintes entrevistados pelo radialista Carlinhos de Jesus, no programa "Encontro Matinal" da Rádio Difusora, 6 se manifestaram contra a proposta. O resultado, no entanto, foi inverso junto às pessoas ouvidas pela assessoria da Câmara. Seis dos nove entrevistados opinaram a favor. As pessoas mais influentes, ao contrário dos humildes, são as que mais defendem a volta do nome do padroeiro na cidade.

"O regresso do nome do santo na cidade resgata todo um processo cultural, religioso e até histórico do município", assinala o advogado e ex-vereador Hênio Maldonado. "Se não fizer bem, mal também não fará. Por isso sou favorável a alteração", observa o farmacêutico Deucídio Leite Carneiro. Os aliados de maior peso da proposta do vereador Kishi, no entanto, vem de integrantes da Igreja Católica e da Academia Mato-grossense de Letras.

"O nome de São Luiz foi um legado que nunca deveria ter saído da cidade. Seria melhor conservar porque tem um significado muito importante para a Igreja e, principalmente, para a população", observa o bispo da diocese de Cáceres, dom José Vieira de Lima.

"Sou favorável a mudança por afetividade. Não por esse negócio de dizer que a cidade não progrediu porque o santo se zangou", afirma. A questão religiosa não afeta em nada porque a paróquia do município continua chamando Paróquia São Luiz de Cáceres", afirma o professor e historiador membro da Academia Mato-grossense de Letras, Natalino Ferreira Mendes.