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Politica Brasil
Sexta - 15 de Abril de 2005 às 07:29
Por: Romilson Dourado

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Sob pressão até dos aliados e com o futuro partidário indefinido, o empresário e governador Blairo Maggi resolveu adotar, a partir de agora, o silêncio a fazer comentários sobre política partidária. Só fala de questões administrativas.

Para não contrariar aliados, decidiu se articular nos bastidores e não tornar público as negociações para se filiar a outra legenda e tampouco as tentativas de alianças. Busca, com isso, ganhar tempo, enquanto o Congresso Nacional não decide as regras do jogo eleitoral para o pleito de 2006, como a reforma política e a permanência ou não da verticalização das alianças, situação que hoje obriga os partidos nos Estados a seguirem a mesma composição em âmbito nacional.

Mesmo com a popularidade em alta, sem oposição e com chances reais de ser reconduzido ao Palácio Paiaguás, o governador se vê preocupado com o rumo partidário. Analisa todas as conjecturas. Tem até 03 de outubro para se definir. Fora o PPS, Maggi vê como opção o PSB, sem perder de vistas o PDT. Ele não considera a linha ideológica partidária. O desafio é se reeleger para não sepultar o sonho de concorrer à Presidência da República em 2010.

O governador, eleito em 2002 no primeiro turno com 50,66% dos votos válidos (618.582 votos), tem interesse em continuar no PPS, mas a imposição da direção nacional o faz procurar alternativas. A divergência está no fato de defender apoio à reeleição do presidente Lula para, em moeda de trocar, ter o PT como aliado. Assim, evitaria uma oposição ferrenha, principalmente por parte da senadora Serys Marly. Por outro lado, a posição pró-Lula representa afronta ao pré-candidato à sucessão presidencial, deputado Roberto Freire (PE), dirigente da agremiação socialista. Freire já avisou, num recado duro ao governador, que não haverá carta branca, ou seja, que todos têm que cumprir a decisão partidária de se opor à gestão petista e de apoiar projeto próprio ao Planalto.

Uma eventual filiação no PSDB está descartada. Trata-se de um partido opositor, que é conduzido pelos adversários Dante de Oliveira e Antero de Barros, a quem Maggi derrotou no pleito de 2002.

No PMDB, o ingresso só seria possível se Carlos Bezerra, que controla a legenda há uma década, abandonasse o comando partidário. Essa tese está descartada. Além disso, Maggi prefere não ter o ex-senador no palanque por este enfrentar desgaste político. Lembra que Bezerra contribuiu para a derrota ao Palácio Paiaguás de Júlio Campos (PFL), em 98, e de Antero de Barros (PSDB), em 2002.

O PFL poderia ser o caminho de Maggi, até para estar mais próximo de seu padrinho político, o senador Jonas Pinheiro. Porém, há obstáculos. Uma vez mantida a verticalização, PFL e PSDB tendem a se aliar, o que inviabilizaria o palanque do governador.

Maggi não demonstra o mínimo interesse em migrar para o PP ou PTB. Desta forma, restam, como opção mais viável, segundo analistas políticos, o PSB e, para um plano B, o PDT. No caso do primeiro, Maggi demonstra maior interesse, principalmente se este for o caminho do seu amigo pessoal, o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional). Considera que ainda há tempo para restruturar a legenda, que continuará com um deputado na Assembléia - Eliene Lima vai se desfiliar, enquanto Carlos Brito deve aderir ao PSB.

O governador também não perde de vista o PDT, tanto que está "empurrando" para o partido velhos aliados, como o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Otaviano Pivetta. O complicador é que, nacionalmente, o PPS está negociando aliança com o PDT. Ambos fazem oposição ao governo do PT, o que contraria Maggi.




Fonte: A Gazeta

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