Projeção do mercado para IPCA de 2005 sobe a 6,04%

Brasília - As projeções de mercado para o IPCA de 2005 subiram de 5,88% para 6,04% na pesquisa semanal (Focus) divulgada hoje pelo BC. Com esta sexta elevação consecutiva, as expectativas de inflação para este ano se distanciaram ainda mais do objetivo de inflação perseguido pelo BC, de 5,1%, e começaram a se aproximar do teto da banda (7%) estabelecido em relação ao centro da meta original (4,5%).

Para 2006, as previsões de inflação do mercado continuaram estáveis em 5%, porcentual superior ao centro da meta para o ano, de 4,5%. As projeções de IPCA em 12 meses à frente, em contrapartida, recuaram de 5,57% para 5,48%. Este porcentual é igual ao da projeção feita em pesquisa divulgada pelo BC há quatro semanas.

Para este mês de abril, as previsões de inflação subiram de 0,51% para 0,60%. Para maio, as previsões de inflação ficaram em 0,45%.

As previsões de IPCA para 2005 das instituições Top Five (as cinco com maior grau de acerto das projeções), no cenário de médio prazo, subiram de 5,77% para 5,83% na mesma pesquisa. A previsão anterior (5,77%) tinha se mantido estável por três semanas consecutivas.

Juros

As projeções de mercado para a taxa de juros em maio ficaram em 19,25% na pesquisa semanal do BC. A previsão embute a expectativa de que os juros permanecerão estáveis neste mês e no próximo. As expectativas de juros para o fim do ano também não se alteraram e prosseguiram em 17,50% ao ano pela segunda semana consecutiva. Em contrapartida, as previsões de taxa média de juros para este ano recuaram de 18,83% para 18,79%.

Para o fim de 2006, as instituições participantes da pesquisa do BC mantiveram a expectativa de juros de 15% pela nona semana consecutiva. As projeções de taxa média de juros para o próximo ano, em contrapartida, subiram de 15,91% para 16,10%.

PIB

As previsões de mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano caíram de 3,69% para 3,67% na pesquisa do BC. Com a queda, as projeções de crescimento voltaram ao mesmo patamar de pesquisa divulgada há duas semanas. A queda das estimativas de expansão da atividade econômica veio acompanhada de uma redução das previsões de crescimento da produção industrial neste ano de 4,79% para 4,68%.

As expectativas de expansão do PIB para 2006 seguiram a mesma tendência de queda e recuaram de 3,70% para 3,57%. Apesar da redução, as previsões de crescimento da produção industrial no próximo ano ficaram estáveis em 4,50% pela quarta semana consecutiva.

Balança

As projeções de mercado para o superávit da balança comercial neste ano subiram de US$ 29,84 bilhões para US$ 31 bilhões. A sétima elevação consecutiva destas projeções deixou as expectativas de mercado acima da marca dos US$ 30 bilhões pela primeira vez. No rastro desta elevação, as previsões de superávit em conta corrente para o ano subiram de US$ 4,70 bilhões para US$ 5,02 bilhões.

As estimativas de superávit da balança comercial de 2006 seguiram a mesma tendência de alta e avançaram dos US$ 26 bilhões da pesquisa anterior para US$ 26,75 bilhões. Acompanhando a alta, as projeções de superávit em conta corrente do próximo ano subiram de US$ 1,05 bilhão para US$ 1,50 bilhão.

Preços administrados

As previsões de mercado para o reajuste dos preços administrados neste ano subiram de 7,16% para 7,20%. Esta foi a quarta elevação consecutiva das previsões de alta dos administrados para este ano, que estavam em 7% há quatro semanas. As projeções de reajustes dos administrados para 2006 seguiram a mesma tendência de aumento e passaram de 5,80% para 6%. A projeção de 5,80% havia sido mantida pelos participantes da pesquisa do BC por quatro semanas consecutivas.

Câmbio As projeções de mercado para a taxa de câmbio no fim deste mês caíram de R$ 2,70 para R$ 2,68 na pesquisa do BC. A queda ocorreu na mesma semana em que o dólar chegou a ser cotado abaixo dos R$ 2,60. As expectativas de câmbio para o fim de maio, por sua vez, ficaram em R$ 2,69.

As previsões para a taxa de câmbio no final do ano não se alteraram e continuaram nos mesmos R$ 2,80 da pesquisa divulgada na semana passada. As estimativas de câmbio no fim de 2006 também não se alteraram e prosseguiram em R$ 2,90 pela quinta semana consecutiva.

Dívida líquida do setor público

As projeções de mercado para a dívida líquida do setor público neste ano continuaram estáveis em 51,40% do Produto Interno Bruto (PIB). As estimativas de dívida líquida para este ano já estão estáveis por cinco semanas consecutivas. As previsões de dívida líquida para 2006 também não se alteraram e continuaram nos mesmos 50% do PIB da pesquisa divulgada na semana passada.

Investimento estrangeiro

As projeções de mercado para o fluxo de investimento estrangeiro direto (IED) neste ano ficaram estáveis em US$ 14 bilhões em pesquisa semanal do Banco Central (BC) divulgada há pouco. O valor projetado na pesquisa é inferior aos US$ 16 bilhões estimados pelo próprio BC. Para 2006, as expectativas de fluxo de IED também não se alteraram e continuaram em US$ 15 bilhões.