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Sexta - 08 de Abril de 2005 às 09:16

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O príncipe Charles precisou de muita paciência nos últimos anos para que sua mãe - a rainha Elizabeth II - e a opinião pública britânica aceitassem a oficialização do conturbado relacionamento que mantém desde 1970 com Camilla Parker-Bowles.

O casamento civil, que será celebrado no sábado em Windsor, a oeste de Londres, será o ponto culminante desta história de amor que, em mais de 30 anos, enfrentou todos os obstáculos possíveis.

O romance nasceu sob o signo do destino. Camilla Shand - seu nome de solteira - propôs ao príncipe-herdeiro repetir a relação adúltera que sua bisavó, Alice Keppel, manteve no início do século XX com o tataravô de Charles, Edward VII.

"Não quer repetir a velha história familiar?", teria ela sugerido logo após conhecê-lo durante partida de pólo, em 1970.

Seu relacionamento se interrompeu em 1973, quando Charles embarcou na fragata Júpiter para dar a tradicional volta ao mundo que encerra os estudos navais e Camilla se casou com Andrew Parker-Bowles, um oficial da cavalaria que tinha tido um romance com a princesa Anne, irmã de Charles.

Diz a lenda que Camilla tomou esta decisão, sabendo que o Palácio de Buckingham havia vetado seu nome como candidata a um possível casamento com o herdeiro, devido à sua "reputação duvidosa".

Depois do casamento de Camilla, os antigos amantes mantiveram a amizade, a tal ponto que Charles batizou Tom, filho dos Parker-Bowles. No entanto, no fim dos anos 70, eles voltaram a ser amantes.

Camilla também teria aconselhado o príncipe a se casar com a jovem Lady Diana Spencer, convencida de que ela não seria um empecilho para que os dois mantivessem o caso, segundo relataram o escritor Andrew Morton e outros autores que investigaram o casamento real.

Charles se casou com Diana em julho de 1981, mas logo a princesa demonstrou não estar disposta a tolerar infidelidades.

A situação se deteriorou progressivamente, apesar do nascimento dos príncipes William e Harry, respectivamente em 1982 e 1984.

Charles continuou vendo Camilla em segredo, enquanto Diana buscava consolo nos braços de vários amantes fugazes.

Finalmente, Charles e Diana se separaram oficialmente em 1992 e quatro anos depois se divorciaram.



Em 1994, durante uma excepcional entrevista para a televisão, Charles rompeu todos os tabus da monarquia, ao confessar publicamente pela primeira vez ter sido infiel e mantido um relacionamento com uma mulher casada, Camilla Parker-Bowles.

Diana reagiu, revelando em outra reportagem para a televisão, igualmente explosiva, que "nesse casamento éramos três".

O programa, assistido por 23 milhões de telespectadores, garantiu a ela a simpatia popular, enquanto Charles se transformou no "culpado" e Camilla passou para o papel de "destruidora de lares". Camilla e Andrew Parker-Bowles se divorciaram em 1995.

A partir de 1996, após romperem definitivamente os vínculos oficiais com seus respectivos cônjuges, Charles e Camilla começaram a viver debaixo do mesmo teto, de forma quase secreta.

A morte de Diana, em agosto de 1997, em um acidente de carro, em Paris, e a onda de simpatia popular "post-mortem" em relação à princesa, forçou o casal a adiar seus esforços para apresentar sua convivência de forma mais transparente.

A partir deste momento, Charles - junto com uma equipe de assessores - empreendeu uma gigantesca campanha para tentar reabilitar perante a opinião pública britânica a imagem de sua namorada, considerada a "bruxa má" que fez sofrer a "fada boa".

Esta operação foi confiada a um especialista em comunicação, hábil e manipulador: Mark Bolland, que começou a mudar o visual de Camilla, dando-lhe um aspecto mais feminino e refinado.

Através de prudentes aparições públicas, a campanha tentou fazer o público se acostumar com sua presença, tomando a precaução de não ofender a rainha, hostil a Camilla.

De qualquer forma, conseguiu romper a resistência que até aquele momento tinha a Igreja Anglicana, mas não pôde modificar as reservas da opinião pública e de uma grande parte do "establishment".

A prova de que ainda há resistência ocorreu durante um evento social muito importante da nobreza, em novembro de 2004: o casamento de uma filha dos duques de Windsor, uma das principais fortunas da Grã-Bretanha.

Nos mapas, enviados junto com os convites, Charles aparecia na primeira fila, enquanto Camilla, em outra fileira da igreja. Para evitar que a namorada passasse por essa humilhação, Charles decidiu boicotar o casamento.

Depois de um relacionamento de 35 anos e da intensa campanha de relações públicas para incluir Camilla, o príncipe Charles se decidiu a persuadir a rainha Elizabeth II.



Depois de várias reuniões tempestuosas, Charles aparentemente conseguiu a bênção da mãe, depois de dizer que Camilla era "uma parte inegociável" da sua vida.





Fonte: AFP

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