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Politica Brasil
Quinta - 07 de Abril de 2005 às 17:22
Por: ADEILDO LUCENA

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Apesar dos percalços ocorridos ao longo de mais de duas décadas, desde que o Governo do Estado, através de convênio assinado com o Governo Federal, conseguiu levar o asfalto da BR-163 para além de Sinop, no chamado “Nortão” mato-grossense, Mato Grosso está condenado a ser um dos maiores celeiros do País. E a luta dos políticos, empresários e demais segmentos produtivos dos dois Estados (Mato Grosso e Pará) pela construção da pavimentação dessa rodovia, até o porto de Santarém, tem sido uma constante. Foram anos de esperanças seguidas de frustrações, mas que não abalaram o ânimo desses empreendedores.

E a prova disso está nos números do crescimento da produção agropecuária em Mato Grosso. Para citar apenas um exemplo recente, os números apontam para um incremento de 20,87% na produção de soja este ano e de 18,90% na safra total de grãos. Muito acima da previsão inicial da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticos), divulgados no último dia de março, a produção mato-grossense de soja deverá saltar de 14.51 milhões de toneladas, na safra 2004, para 17,54 milhões de toneladas, na atual safra. Ainda segundo o IBGE, a produção total de grãos – soja, arroz, milho, feijão, sorgo e algodão – deverá crescer 18,90%.

Quanto ao crescimento da pecuária no estado, o presidente da Famato (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso), Homero Pereira, lembra que Mato Grosso tem, hoje, o maior rebanho bovino comercial do país, com mais de 26 milhões de cabeças. Entretanto lamenta que atualmente apenas 20% desse total é abatido. “Esse número poderia ser maior com a saída do rebanho mato-grossense para outros estados”, destacou Homero.

Dessa forma, ao observar a revolução silenciosa que se passa no campo em Mato Grosso, ninguém consegue entender o descaso e o desinteresse do Governo Federal com a infra-estrutura de transporte (rodoviária, ferroviária e hidroviária) no estado, principalmente quando são consideradas de grande importância para a exportação de grãos. É certo, como lembrou o deputado Zeca D´Avila (PFL) em entrevista à imprensa, que todas essas vias de exportação têm a sua importância. Mas, de acordo com a sua avaliação, na atualidade as rodovias federais são as grandes fontes geradoras da economia estadual.

E, no entanto, tomando-se por base a postura dos deputados estaduais com relação as ações do governo federal na questão da malha viária federal em Mato Grosso, parece que não é bem assim. Tudo indica que as BR´s – e não só as BR´s, como também as hidrovias e a ferrovia - de certa forma, estão se transformando no gargalo do crescimento da economia mato-grossense e de sua função social.

Os deputados esbravejam e com razão. O deputado Dilceu Dal´Bosco chegou inclusive a cogitar a hipótese de entrar com uma ação criminal contra o governo pelas mortes nas rodovias ferais do estado, no período de 25 de janeiro a 30 março.

Por sua vez, o deputado Alencar Soares (PTB) não poupou adjetivos negativos para descrever a situação em que se encontram algumas rodovias federais em Mato Grosso. Ele observou que a situação é crítica em determinados perímetros. E apontou o trecho Primavera-Barra do Garças como o mais problemático. É intransitável. Se existir uma palavra pior do que “crítica” para definir a BR, é esta que melhor representa o trecho”, sentenciou. A BR-158 também recebeu ressalvas do parlamentar.

Crítica mesmo, segundo o deputado Dilceu Dal´Bosco, é a situação da BR-163. Ele aponta para o fato de que existem trechos onde normalmente são usados cinco minutos para serem percorridos, e que, agora, são necessários quarenta minutos ou mais. E dispara a sua revolta contra a situação: "Pagamos o mais caro pedágio não instituído do mundo”, disse Dal´Bosco, para em seguida explicar: “Porque pagamos com a vida para trafegar nas estradas de Mato Grosso”, disse.





Fonte: Secretaria de Imprensa

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