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Politica Brasil
Quinta - 07 de Abril de 2005 às 17:19
Por: ADEILDO LUCENA

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A Assembléia Legislativa atua de maneira árdua na tentativa de ajudar Mato Grosso a superar a lamentável situação da infra-estrutura de transporte, em especial dos 1.100 quilômetros das rodovias federais. É pelas BR´s que toda a produção de grãos deixa o Estado. E o que torna a situação ainda mais preocupante, é o fato de pessoas pagarem com a vida pelo descaso da União com Mato Grosso, levando inclusive o deputado Dilceu Dal´Bosco (PFL) a cogitar a hipótese de entrar com uma ação criminal contra o governo federal pelas mortes nas estradas federais do estado.

Além da iniciativa do mandado de segurança protocolado pelo presidente do Legislativo mato-grossense, deputado Silval Barbosa (PMDB), contra o Congresso Nacional, a presidência da República e o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT), e que foi decisiva no parecer favorável da Comissão Mista do Orçamento, na Câmara Federal, em Brasília, para garantir a liberação de recursos do Orçamento da União para a recuperação emergencial das estradas federais em Mato Grosso, a Assembléia também deu início a um movimento para discutir a possível construção de uma rodovia paralela a BR-163.

O objetivo, segundo o deputado Silval Barbosa, é desafogar o trânsito intenso dessa importante via de escoamento da produção de grãos do Estado.

A propósito, ao prestar a informação sobre o assunto durante o III Encontro das Associações de Consórcios Rodoviários de Mato Grosso, realizado no dia 31 de março na Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), o presidente da Assembléia Legislativa praticamente colocou o movimento como uma maneira de ver se o governo federal “ousa fazer essa parceria com a iniciativa privada”.

No entanto, Silval explicou que atualmente o Legislativo Estadual pode normatizar a privatização das rodovias estaduais para as empresas construírem uma estrada paralela a BR-163. “Essa rodovia não suporta mais o grande fluxo de cargas que passam por ela atualmente”, justificou o deputado em defesa da criação desse movimento que propõe um desafio ao governo federal.

No caso da BR-163, o problema vem de longe. Sai governo, entra governo e a promessa dos candidatos à Presidência, em campanha, é sempre a mesma: a pavimentação asfáltica da rodovia até o porto de Santarém, no Pará. Depois, com o candidato eleito, a promessa cai no esquecimento. Pelo menos até a próxima campanha eleitoral para presidente da República. E o resultado desse descaso com os compromissos assumidos publicamente, é desolador.

Produtores rurais que estiveram participando do III Encontro Das Associações de Consórcios Rodoviários de Mato Grosso, foram praticamente unânimes nas suas reclamações contra a lamentável condição a que chegaram as rodovias federais em Mato Grosso.

“É incrível que um estado com tantos recursos naturais e centros de pesquisa de invejável qualidade, além de ser o maior produtor de soja e de algodão do país, amargue um prejuízo de tamanha magnitude”, disse um produtor de Sorriso. Ele se referia ao custo do transporte, com o frete cada vez mais caro, por causa da precariedade das principais vias de escoamento da produção. “O transporte rodoviário no estado é de grande importância para a exportação de grãos”, afirmou.

Na realidade todos saem perdendo. O caminhoneiro Jesus Quirino, que transporta grãos do norte mato-grossense com uma carreta graneleireira há vários anos, disse que atualmente o frete, mesmo estando mais caro, nem sempre compensa os prejuízos causados pelas péssimas condições de tráfego das rodovias. “É um pneu que corta na quina de um buraco no asfalto, uma mola que quebra, maior consumo de óleo diesel e a demora na viagem. Isso sem falar nos inúmeros acidentes que acontecem diariamente, às vezes com morte a lamentar”, ressaltou Quirino.

Para Jesus Quirino, essa situação não pode continuar. Por isso, ao ser informado de que o deputado Dilceu Dal´Bosco está protocolando uma ação criminal contra o Governo Federal, responsabilizando-o pelas mortes nas rodovias federais do estado, demonstrou não acreditar muito em um resultado positivo favorável às famílias das vítimas. Mas elogiou a iniciativa porque, segundo ele, cabe ao Governo Federal, pela sua omissão e descaso, se responsabilizar pelo ônus que recai sobre aqueles que trafegam pelas rodovias federais de Mato Grosso.

“Pagamos altos impostos e ninguém se responsabiliza pelos danos materiais e mortes que acontecem nas estradas federais, que, diga-se, na sua maioria, não oferecem mais nenhuma condição de tráfego”, acusou o deputado Dilceu Dal´Bosco.





Fonte: ADEILDO LUCENA

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