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Politica Brasil
Quarta - 06 de Abril de 2005 às 08:04
Por: Severino Motta

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O procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, com base no relatório paralelo da CPMI do Banestado, feito pelo senador e presidente da comissão, Antero de Barros (PSDB), protocolou uma denúncia crime contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, acusando-o de evasão de divisas e crime contra o sistema financeiro. Para Antero, se o presidente Lula tiver “um mínimo de boa intenção demite Meirelles nesta [ontem] noite”.

Para o senador, o indiciamento é igual ao proposto em seu relatório, feito paralelamente ao do deputado José Mentor, que era responsável pela produção do documento. “Mas ele [Mentor] fez um panfleto político, o relatório dele é um lixo, só aí em Mato Grosso que deram atenção para ele”, disse Antero.

As acusações que pesam sobre Meirelles são da época em que presidiu o Banco de Boston e teve participação em empresas situadas em paraísos fiscais. O senador afirmou não ter revelado os fatos anteriormente para não colocar em risco o país. “Ele [Meirelles] é o guardião da moeda”.

Ainda de acordo com Antero, dos 97 processos contra o sistema financeiro, 64 eram do Banco de Boston. Ele disse que 41 foram arquivados monocraticamente por Meirelles. “É o presidente do Banco Central inocentando ele mesmo enquanto presidente do Banco de Boston”.

Antero também rebateu as críticas do deputado José Mentor, alegando que os impedimentos para a conclusão satisfatória da CPMI partiu do deputado. “Eles não deixavam as reuniões acontecer por causa do envolvimento do Meirelles, do Paulo Maluf, do caso do lixo de São Paulo e da TransBrasil”. O senador afirmou que todos tiveram interesses articulados junto ao PT.

Ataques - O deputado José Mentor, em seu relatório, acusa o senador Antero de obstruir as investigações e ter desaparecido com 172 documentos que estavam sob sua guarda, na Secretaria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).

Mentor afirma no relatório que Antero comprometeu as conclusões da CPMI e pode ter protegido informações que incriminaram pessoas ligadas aos desvios de recursos, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e outras atividades ilícitas.

Antero se defendeu atacando. Ele afirmou que Mentor foi quem quis ocultar crimes, e que as autoridades nacionais não levam a sério seu relatório. “O meu relatório foi levado a sério, o dele é um lixo, um panfleto político”.

Além da acusação do procurador, o Senado aprovou ontem o requerimento do senador Arthur Virgílio (PSDB), convocando Henrique Meirelles para se defender das acusações.




Fonte: Folha do Estado

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