Em nota, ex-presidente do INSS nega grampo e crise

O ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Carlos Bezerra (PMDB), negou ontem que tenha sido exonerado do cargo por qualquer desentendimento com o ex-ministro da Previdência, Amir Lando, que é do mesmo partido. Ele se manifestou através de nota enviada à imprensa, contestando informações divulgadas pelo jornal O Globo, do Rio de Janeiro, que falavam de grampos telefônicos em mais de 100 ligações de Bezerra. Os grampos, segundo o jornal carioca, teriam sido feitos com autorização do próprio Lando. O ex-senador destaca também que irá processar quem "causar danos à sua honra".

Na nota, Bezerra reiterou que sua saída do INSS se deu por motivos naturais, ocorridos em função da reforma ministerial, no mês passado. "O próprio ex-ministro da Previdência já negou ter participado ou autorizado qualquer tipo de grampo telefônico contra a minha pessoa no período em que respondi pela presidência do INSS. Não tem fundamento algum, portanto, atribuir a minha saída do INSS a qualquer tipo de escuta telefônica ou espionagem praticados por quem quer que seja", afirma o peemedebista no documento.

O ex-senador declara ainda em momento algum ter procurado a direção nacional do PMDB para fazer reclamações sobre o fato, como consta na reportagem do Globo. Bezerra lembra que já havia inclusive definido sua saída do INSS junto ao partido em dezembro do ano passado. Ele só teria continuado no cargo, atendendo apelos do PMDB, para esperar a reforma ministerial.

Pela nota, Bezerra insiste não haver nada que possa desabonar "sua condição de político, detentor de cargo público". Mais que isso, ele revida dizendo que tentaram criar e fabricar denúncias para impedir sua posse como presidente do INSS. "Não satisfeitos, porém, insistem em reproduzir as mesmas denúncias, como se nada fora falado e esclarecido. A estes só me resta o caminho da justiça. Cada um deles irá responder na justiça os danos causados à honra alheia", frisa.