Professores conseguem negociação com Estado

São Paulo - A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo está disposta a negociar com a Apeoesp, o sindicato dos 200 mil professores do ensino público estadual. Na metade de março, a categoria aprovou em assembléia a pauta de reivindicações da campanha salarial deste ano.

A disposição de negociar, inclusive, contemplaria uma audiência entre o secretário estadual, Gabriel Chalita, e representantes da Apeoesp e também de outras entidades representantes de servidores que trabalham no setor da educação pública estadual.

Embora disposta a negociar, o governo estadual confirma que essa discussão com os professores e outros servidores será complexa e levará um bom tempo até se alcançar alcançar um acordo.

No caso específico dos professores, a pauta de reivindicações - encaminhada recentemente para a Secretaria de Educação - prevê reajuste imediato dos salários da ordem de 24,9%. Esse porcentual foi obtido a partir dos valores de abonos e gratificações pagos pelo governo estadual no decorrer dos últimos anos.

"Queremos reajuste salarial. A prática salarial tem sido de gratificações, bonificações e abonos. Não contempla a evolução do profissional na carreira e os (professores) aposentados", comentou Carlos Ramiro de Castro, presidente da Apeoesp.

Os professores também reivindicam a criação de uma data-base para a categoria - março seria o mês escolhido. A atual legislação trabalhista, entretanto, determina que não há data-base para os servidores, dispositivo comum aos trabalhadores da iniciativa privada.

Os professores ainda têm algumas reivindicações sociais, entre elas, a limitação em 35 do número de alunos em cada sala de aula.

E os servidores também pretendem obter do governo estadual a promessa de cuidar da formação continuada dos professores dentro da jornada de trabalho, não durante os dias de folga dos profissionais.

Enquanto aguardam as negociações, os professores permanecem mobilizados. "Marcamos uma nova assembléia para o dia 20 de abril, quando realizaremos uma avaliação do posicionamento do governo", comentou Ramiro.

Antes, em 6 de abril, durante encontro das 92 subsedes da Apeoesp, os professores discutirão temas como a reforma do ensino médio e também questões sobre o reajuste salarial.