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Politica Brasil
Quinta - 31 de Março de 2005 às 07:23

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Preso em duas ocasiões durante a ditadura, o advogado e sargento reformado do Exército, Edgar Nogueira Borges, 69, militante histórico do PMDB, afirma que o regime militar foi benéfico em dois aspectos: 1º) ensinou a esquerda a se organizar e a ser mais combativa, com objetivos claros, e; 2º) promoveu a modernização tecnológica do país.

Apesar disso, Borges enfatiza que os 21 anos em que os militares comandaram o país foram marcados por perseguição e outras arbitrariedades. "Eu atribuo esse episódio negro à média dúzia de cabeças de bagres, que tentavam, ao agirem com truculência, desmoralizar o governo militar. No geral, a gente não pode colocar em dúvida a honestidade pessoal deles (militares)".

Borges morava em São Paulo e era um dos líderes do Movimento dos Sargentos, que se opunham ao governo militar. Foi preso sob acusação de prática subversiva.

Militando no PTB, Borges conta que em 63 foi candidato a vereador por São Paulo e se elegeu com 29 mil votos. Punido, não pôde cumprir o mandato. Ficou preso durante 13 meses. Lembra que sua condenação saiu em 23 de março de 64 e, no mesmo dia, foi transferido para cumprir pena em Ponta Porã. "A transferência foi a minha salvação. Se tivesse ficado em São Paulo, teria morrido". Revela ter sofrido tortura psicológica.

Em 67, quando estava prestes a concluir o curso de Direito, mudou-se para Alto Araguaia. Recorda que na pacata cidade, que faz divisa com Goiás, ficou um tanto isolado dos movimentos de esquerda e não sentiu mais os efeitos da repressão militar.

Edgar Borges, já no PMDB, lembra da disputa ao Senado, em 78, com seu colega de partido padre Raimundo Pombo. Garante que venceu a eleição, mas "fora roubado" na contagem dos votos. No mesmo ano, foi detido em Corumbá, por 72 horas, também por subversão. (RD)




Fonte: A Gazeta

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