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O tradicional Rio Amarelo, na China, volta a ter peixes
Pequim - Os primeiros sinais de revitalização do rio Amarelo mereceriam ter roubado a cena das comemorações esta semana do Dia Mundial da Água na China. Incessantemente fustigado e degradado ao longo das últimas décadas, o berço da civilização chinesa voltou a desembocar no Mar Amarelo e a abrigar pássaros, peixes e outras espécies supostamente extintas em seu leito. O feito serve de referência para uma sociedade onde 400 milhões de pessoas sofrem com a escassez de água, mas nem sempre encontra o devido respaldo entre autoridades locais ou regionais.
O rio Amarelo disputa o topo da lista dos rios mais degradados do planeta. A falta de uma política integrada para toda sua bacia, os vertiginosos níveis de assoreamento, a impiedosa poluição gerada pelo despejo de metais pesados e o uso intensivo de suas águas para projetos de irrigação provocaram uma interrupção de 780 km em seu fluxo. Uma tragédia anunciada que dizimou 40% das suas espécies de peixes e aves, eliminou pântanos do mapa, afetou o cotidiano de 300 milhões de pessoas e impôs incalculáveis prejuízos às milhares de indústrias e cultivos agrícolas estabelecidos ao longo de seu curso.
O sopro de vida que atualmente brinda o rio Amarelo, no entanto, não é fruto de nenhum mega-projeto ou de pesados investimentos efetuados pelos chineses. "Começamos a revitalizar o rio a partir da definição dos níveis de gerenciamento e do controle da distribuição de seu potencial", afirma o diretor do Departamento de Distribuição de Recursos da Comissão dos Trabalhos Hídricos do Rio Amarelo, An Xindai.
O sistema implantado pelos chineses é digitalizado e supervisiona o fluxo, os índices pluviométricos, o volume distribuído e os impactos provocados pela seca em todo o seu curso, estimado em 5.464 km. Segundo o governo chinês, a iniciativa promoveu uma expansão de US$ 18,7 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) nas regiões banhadas por suas águas nos últimos cinco anos. "O consumo de água determinado para cada 10 mil yuans do PIB de sua bacia despencou de 560 para 309 metros cúbicos entre 2001 e 2003", afirma Su Maolin, vice-diretor geral da Comissão de Trabalhos Hídricos do Rio Amarelo.
A normalização do fluxo de suas águas também está abrindo espaço para uma gradual recuperação de 200 km2 de áreas pantanosas e para a atração de investimentos voltados para a despoluição de suas águas, bem como para a preservação das matas ciliares e da vegetação que protegem seus mananciais. Os resultados vão mais longe:
- Temos, pela primeira vez na história deste instituto, recursos oriundos do setor privado para desenvolvermos projetos de pesquisa destinados a diminuir os impactos provocados pelas indústrias têxtil, farmacêutica e química aos nossos rios, afirmou à Agência Estado o professor do Instituto Tecnológico de Pequim, Xin Bao Bing.
O conteúdo programático das escolas primárias e secundárias chinesas também é alentador. A maioria dos alunos chineses traz na ponta da língua as implicações da concentração de natural de seus recursos hidrográficos, da distribuição per capita de água no país corresponder apenas a um quarto da média mundial e da desenfreada exploração de seus lençóis freáticos. "Cerca de 380 milhões de chineses enfrentam a escassez de água. Por isso, temos que poupar nossos recursos e salvar o rio Amarelo" proclama Liu Ping, aluna da Sizhong - Escola Secundária Número 4 desta Capital.
O clima de otimismo, no entanto, deve ser moderado. Apesar dos integrantes de diferentes ongs confirmarem o retorno dos cardumes do Tongyu em seu curso inferior - uma espécie de peixe apontada como extinta de suas águas nos anos 80 - o lendário rio ainda se encontra gravemente enfermo. Em parte, devido ao próprio descaso das autoridades chinesas, como frisa Wang Jirong, subdiretora da Administração Estatal de Proteção do Meio Ambiente da China:
- Suspendemos temporariamente as atividades de 3.861 empresas que danificavam o meio - ambiente, bem como advertimos seriamente outras 6.755 entre abril do ano passado e fevereiro deste ano. Mas, muitas acabaram retomando suas atividades com o velado apoio dos governos locais ou provinciais, que enfatizam apenas o crescimento econômico local ou regional.
Segundo Wang, a falta de uma legislação mais rigorosa e do apoio de outros departamentos também são decisivos para a elevação dos níveis de contaminação ambiental e dos recursos hidrográficos chineses. "Até hoje, apenas 3 pessoas foram condenadas por danificarem o meio ambiente na China".
O rio Amarelo disputa o topo da lista dos rios mais degradados do planeta. A falta de uma política integrada para toda sua bacia, os vertiginosos níveis de assoreamento, a impiedosa poluição gerada pelo despejo de metais pesados e o uso intensivo de suas águas para projetos de irrigação provocaram uma interrupção de 780 km em seu fluxo. Uma tragédia anunciada que dizimou 40% das suas espécies de peixes e aves, eliminou pântanos do mapa, afetou o cotidiano de 300 milhões de pessoas e impôs incalculáveis prejuízos às milhares de indústrias e cultivos agrícolas estabelecidos ao longo de seu curso.
O sopro de vida que atualmente brinda o rio Amarelo, no entanto, não é fruto de nenhum mega-projeto ou de pesados investimentos efetuados pelos chineses. "Começamos a revitalizar o rio a partir da definição dos níveis de gerenciamento e do controle da distribuição de seu potencial", afirma o diretor do Departamento de Distribuição de Recursos da Comissão dos Trabalhos Hídricos do Rio Amarelo, An Xindai.
O sistema implantado pelos chineses é digitalizado e supervisiona o fluxo, os índices pluviométricos, o volume distribuído e os impactos provocados pela seca em todo o seu curso, estimado em 5.464 km. Segundo o governo chinês, a iniciativa promoveu uma expansão de US$ 18,7 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) nas regiões banhadas por suas águas nos últimos cinco anos. "O consumo de água determinado para cada 10 mil yuans do PIB de sua bacia despencou de 560 para 309 metros cúbicos entre 2001 e 2003", afirma Su Maolin, vice-diretor geral da Comissão de Trabalhos Hídricos do Rio Amarelo.
A normalização do fluxo de suas águas também está abrindo espaço para uma gradual recuperação de 200 km2 de áreas pantanosas e para a atração de investimentos voltados para a despoluição de suas águas, bem como para a preservação das matas ciliares e da vegetação que protegem seus mananciais. Os resultados vão mais longe:
- Temos, pela primeira vez na história deste instituto, recursos oriundos do setor privado para desenvolvermos projetos de pesquisa destinados a diminuir os impactos provocados pelas indústrias têxtil, farmacêutica e química aos nossos rios, afirmou à Agência Estado o professor do Instituto Tecnológico de Pequim, Xin Bao Bing.
O conteúdo programático das escolas primárias e secundárias chinesas também é alentador. A maioria dos alunos chineses traz na ponta da língua as implicações da concentração de natural de seus recursos hidrográficos, da distribuição per capita de água no país corresponder apenas a um quarto da média mundial e da desenfreada exploração de seus lençóis freáticos. "Cerca de 380 milhões de chineses enfrentam a escassez de água. Por isso, temos que poupar nossos recursos e salvar o rio Amarelo" proclama Liu Ping, aluna da Sizhong - Escola Secundária Número 4 desta Capital.
O clima de otimismo, no entanto, deve ser moderado. Apesar dos integrantes de diferentes ongs confirmarem o retorno dos cardumes do Tongyu em seu curso inferior - uma espécie de peixe apontada como extinta de suas águas nos anos 80 - o lendário rio ainda se encontra gravemente enfermo. Em parte, devido ao próprio descaso das autoridades chinesas, como frisa Wang Jirong, subdiretora da Administração Estatal de Proteção do Meio Ambiente da China:
- Suspendemos temporariamente as atividades de 3.861 empresas que danificavam o meio - ambiente, bem como advertimos seriamente outras 6.755 entre abril do ano passado e fevereiro deste ano. Mas, muitas acabaram retomando suas atividades com o velado apoio dos governos locais ou provinciais, que enfatizam apenas o crescimento econômico local ou regional.
Segundo Wang, a falta de uma legislação mais rigorosa e do apoio de outros departamentos também são decisivos para a elevação dos níveis de contaminação ambiental e dos recursos hidrográficos chineses. "Até hoje, apenas 3 pessoas foram condenadas por danificarem o meio ambiente na China".
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/350939/visualizar/
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