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Internacional
Quinta - 24 de Março de 2005 às 12:00
Por: Mylena Fiori

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São Paulo - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, estará em Marrakesh, no Marrocos, nos dias 25 e 26 de março, discutindo com outros ministros sul-americanos e árabes detalhes da Cúpula de chefes de Estado e de Governo da América do Sul e dos Países Árabes. O encontro acontecerá em Brasília, nos dias 10 e 11 de maio, e tem como principal objetivo promover a cooperação entre as duas regiões.

A pauta da reunião preparatória de Marrocos inclui a definição da agenda da Cúpula, a apresentação do anteprojeto da declaração final – que será assinada pelos presidentes em Brasília – e a discussão de um calendário de encontros posteriores à reunião dos chefes de Estado. Às vésperas da reunião, no dia 23, os argentinos promoveram o seminário A Realidade da América do Sul, encontro semelhante ao seminário sobre cultura árabe realizado em São Paulo, em setembro do ano passado.

"As duas regiões têm muito comum em matéria de aspirações e posições nas negociações internacionais", afirma a embaixadora Vera Pedrosa, subsecretária geral de assuntos políticos do Itamaraty. De acordo com a embaixadora, apenas no Brasil vivem 10 milhões de descendentes árabes. Apesar disso, os sul-americanos pouco conhecem da realidade árabe e vice-versa. "O objetivo da Cúpula é reunir chefes de Estado para que se conheçam e estabeleçam áreas de cooperação Sul-Sul,", explica Vera Pedrosa. O encontro será precedido de reuniões de altos funcionários e de chanceleres, nos dias 8 e 9 de maio. Além disso, de 9 a 11 será realizado, em paralelo à cúpula, o Encontro Empresarial América do Sul-Países Árabes.

A embaixadora destaca que a aproximação com os árabes foi uma "iniciativa pioneira" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No ano passado, após a visita de Lula a cinco países da Liga Árabe (Líbano, Síria, Egito, Emirados Árabes Unidos e Líbia) – a corrente comercial entre o Brasil e os árabes cresceu 49,7% em relação a 2003, totalizando US$ 8,1 bilhões – US$ 4,03 de exportações brasileiras e US$ 4,1 bilhões de importações. Em alguns dos países visitados pelo presidente ou por comitivas do governo federal, como Síria, Líbia e Argélia, o volume de negócios mais que dobrou em 2004.

A Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da América do Sul e dos Países Árabes deverá ampliar fluxos de comércio e alavancar investimentos, diz Vera Pedrosa. "Queremos a cooperação no combate à fome e à pobreza, criando fontes inovadoras de investimentos", antecipa. Também estarão em foco parcerias no campo científico e tecnológico – o primeiro e passo neste sentido foi dado em setembro do ano passado com a realização do Seminário de Cooperação Científica e Tecnológica América do Sul e Países Árabes sobre Semi-Árido e Manejo dos Recursos Hídricos, que reuniu estudiosos de 13 países em Fortaleza.

O Itamaraty pretende propor, ainda, que entre em pauta em Brasília a discussão de incentivos à cooperação cultural e acadêmica entre América do Sul e países árabes. "O objetivo da Cúpula com os árabes é ampliar o âmbito de nosso relacionamento, mantendo logicamente a interlocução com nossos parceiros tradicionais. Ampliamos nossas relações com o Caribe, a África, a Ásia, temos relacionamento estratégico com a China. Há interesse em expandir", avalia a embaixadora.





Fonte: Agência Brasil

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