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Casal de bolivianos recebe tratamento para tuberculose no SUS
São Paulo - Rubens Santos Aguilar Lima e Maria Candy Apaza Toledo têm 25 anos e são bolivianos da capital, La Paz. Deixaram seus dois filhos com a mãe de Maria e vieram para o Brasil em busca de emprego em uma das muitas confecções do Brás e da Barra Funda, no centro de São Paulo. Aqui contraíram tuberculose e, depois de uma experiência ruim com um médico brasileiro, conseguiram tratamento.
Maria afirma que eles, como outros bolivianos, vieram para o Brasil "atrás de um sonho". "Minha filha sempre quis uma bicicleta e minha mãe também precisa de ajuda", revela. A Bolívia é o país mais pobre da América do Sul e é de lá que vem o maior número de imigrantes que vivem na capital paulista. As estimativas variam de 15 mil a 80 mil pessoas. A comunidade é uma das mais afetadas pela tuberculose na cidade.
Rubens e Maria chegaram ao Brasil desacompanhados e conseguiram emprego perguntando a parentes e compatriotas. No entanto, a maioria dos bolivianos, assim como de peruanos, chilenos e paraguaios, chega ao Brasil sob recrutamento de "coiotes", e vai direto para a empresa de confecção de roupas que os "encomendou".
O casal de bolivianos, como outros imigrantes latino-americanos, trabalhava mais de 16 horas por dia, de segunda a sábado, dormindo e se alimentando no local de trabalho. Ambos recebiam por peça costurada menos de R$ 0,50, depois de descontada a alimentação, moradia, aluguel das máquinas e até os telefonemas. Ficaram nessa oficina durante seis meses, até que Rubens adoeceu. Ele tem certeza de que foi a dona da oficina, também boliviana, que lhe passou tuberculose. "Ela ficava sempre tossindo. Eu até dizia: ‘vá a um hospital, a senhora deve estar doente’, mas ela não escutava", relembra.
Pouco antes de sair da primeira oficina, Rubens foi a um posto de saúde pública. Ele estava com uma tuberculose ganglionar, mais rara do que a pulmonar. Por isso, tinha os gânglios inchados na região do pescoço e a pele escoriada. O médico fez uma biopsia descobriu que se tratava de tuberculose, mas indicou apenas que ele comprasse um antiinflamatório.
Rubens e Maria foram para outra confecção, mas ele não conseguia trabalhar por causa da doença e foi demitido. No último dia em que ficaram nesta oficina, Rubens conta que exigiu de seu patrão o pagamento das poucas peças de roupa que ele havia costurado, mas foi agredido pelo patrão e posto para fora.
Depois de rodar pela cidade, Maria encontrou a Casa do Migrante, um albergue mantido pela pastoral do Imigrante da Igreja Católica. Da casa, foram encaminhados para a Unidade Básica de Saúde do Brás, que há dois anos treina seus funcionários para atender os imigrantes latino-americanos que moram na região. Ali também foi diagnosticada a tuberculose em Maria.
Eles tiveram o mesmo tratamento dispensado aos brasileiros: recebem o transporte até o posto de saúde onde tomam café da manhã e os remédios, na presença de um profissional de saúde. Rubens e Maria só não pegam a cesta básica porque recebem alimentação da Casa do Migrante. Eles querem terminar logo o tratamento para poder voltar a trabalhar. "Mas não trabalho nunca mais com costura", afirma Maria.
Maria afirma que eles, como outros bolivianos, vieram para o Brasil "atrás de um sonho". "Minha filha sempre quis uma bicicleta e minha mãe também precisa de ajuda", revela. A Bolívia é o país mais pobre da América do Sul e é de lá que vem o maior número de imigrantes que vivem na capital paulista. As estimativas variam de 15 mil a 80 mil pessoas. A comunidade é uma das mais afetadas pela tuberculose na cidade.
Rubens e Maria chegaram ao Brasil desacompanhados e conseguiram emprego perguntando a parentes e compatriotas. No entanto, a maioria dos bolivianos, assim como de peruanos, chilenos e paraguaios, chega ao Brasil sob recrutamento de "coiotes", e vai direto para a empresa de confecção de roupas que os "encomendou".
O casal de bolivianos, como outros imigrantes latino-americanos, trabalhava mais de 16 horas por dia, de segunda a sábado, dormindo e se alimentando no local de trabalho. Ambos recebiam por peça costurada menos de R$ 0,50, depois de descontada a alimentação, moradia, aluguel das máquinas e até os telefonemas. Ficaram nessa oficina durante seis meses, até que Rubens adoeceu. Ele tem certeza de que foi a dona da oficina, também boliviana, que lhe passou tuberculose. "Ela ficava sempre tossindo. Eu até dizia: ‘vá a um hospital, a senhora deve estar doente’, mas ela não escutava", relembra.
Pouco antes de sair da primeira oficina, Rubens foi a um posto de saúde pública. Ele estava com uma tuberculose ganglionar, mais rara do que a pulmonar. Por isso, tinha os gânglios inchados na região do pescoço e a pele escoriada. O médico fez uma biopsia descobriu que se tratava de tuberculose, mas indicou apenas que ele comprasse um antiinflamatório.
Rubens e Maria foram para outra confecção, mas ele não conseguia trabalhar por causa da doença e foi demitido. No último dia em que ficaram nesta oficina, Rubens conta que exigiu de seu patrão o pagamento das poucas peças de roupa que ele havia costurado, mas foi agredido pelo patrão e posto para fora.
Depois de rodar pela cidade, Maria encontrou a Casa do Migrante, um albergue mantido pela pastoral do Imigrante da Igreja Católica. Da casa, foram encaminhados para a Unidade Básica de Saúde do Brás, que há dois anos treina seus funcionários para atender os imigrantes latino-americanos que moram na região. Ali também foi diagnosticada a tuberculose em Maria.
Eles tiveram o mesmo tratamento dispensado aos brasileiros: recebem o transporte até o posto de saúde onde tomam café da manhã e os remédios, na presença de um profissional de saúde. Rubens e Maria só não pegam a cesta básica porque recebem alimentação da Casa do Migrante. Eles querem terminar logo o tratamento para poder voltar a trabalhar. "Mas não trabalho nunca mais com costura", afirma Maria.
Fonte:
Agencia Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/351216/visualizar/
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