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Internacional
Quarta - 23 de Março de 2005 às 21:55

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O presidente do Peru, Alejandro Toledo, deverá esclarecer nesta quarta-feira a uma comissão parlamentar se esteve envolvido na suposta falsificação de assinaturas de seu partido, que permitiram sua inscrição eleitoral para as eleições de 2000.

Este caso supõe para o Peru Possível, partido do presidente, um obstáculo político a um ano das eleições gerais, quando a popularidade de Toledo está entre 8 e 12%, segundo diversas pesquisas.

A suposta participação do governante neste caso, que veio à tona em 2003, pôs em evidência não só os dirigentes do Peru Possível, mas outros políticos que também puderam falsificar assinaturas para registrar suas organizações.

O caso do Peru Possível é o de maior expectativa, pois o líder, Alejandro Toledo, chegou à presidência da República em julho de 2001 com mais da metade dos votos e quando o país passava por uma transição difícil em função da fuga para Tóquio do ex-presidente Alberto Fujimori, em 2000.

A comissão parlamentar criada para investigar a suposta "fábrica" de assinaturas tentou em vão convocar Toledo no dia 14 de março, quando a comissão suspendeu o encontro porque o governante se negou a que a conversa fosse pública e gravada.

Depois de quase duas semanas de polêmica, de críticas de alguns congressistas e com a mediação do presidente do Congresso, Antero Flores-Aráoz, Toledo aceitou realizar a reunião de hoje depois de acertar que o encontro seria privado e sem gravações.

Esta "reunião especial", como foi denominada, começará às 15.00 hora local (17.00 de Brasília) no Palácio de governo e pode durar várias horas.

O encontro será taquigrafado e todos os argumentos, assim como as perguntas dos membros da comissão, ficarão registradas numa ata que, ao término da reunião, deverá ser ratificado pelo próprio Toledo e por membros do grupo investigador.

Os parlamentares perguntarão ao governante sobre sua suposta participação na falsificação das assinaturas que permitiram a seu partido, quando se chamava País Possível, registrar-se nos organismos eleitorais em 1998 e concorrer às eleições de 2000.

Ele também deverá responder a perguntas relacionadas ao suposto seqüestro de Carmen Burga, a testemunha que declarou ter contribuído para a "fábrica" de assinaturas e que disse ter visto o dirigente peruano participar do processo ilícito.

Burga, que ficou desaparecida de julho a dezembro do ano passado, denunciou que permaneceu seqüestrada no exterior por forças leais ao governo durante esse período.

Toledo também é acusado pelo congressista Rafael Rey, da opositora Unidade Nacional (UM), e pela testemunha Alberto Nieves, que disse num programa de televisão exibido recentemente que foi convocado por Toledo para realizar a suposta falsificação.

A irmã do presidente, Margarita Toledo, permanece desde janeiro em prisão domiciliar acusada de liderar a suposta falsificação.

Margarita rejeita todas as acusações e afirma que não conhece Burga.

A comissão que interrogará o presidente é formada por 13 pessoas.

Este não é o único caso de corrupção em que Toledo está envolvido. Em 2002, o presidente foi relacionado com uma aquisição de ações por parte da companhia colombiana Bavaria, um processo que ainda corre na justiça.





Fonte: EFE

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