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La Scala de Milão tem pior crise desde reabertura
Milão - Uma espécie de terremoto vem abalando o tradicional teatro La Scala, apenas três meses depois da sua pomposa reabertura, com a briga entre seus funcionários e o maestro Riccardo Muti.
O La Scala, no centro de Milão, vive um espetáculo, à cena aberta, onde os personagens da política italiana e do mundo artístico duelam pelo poder de administrar o histórico palco lírico onde se apresentaram Salieri, Verdi, Puccini e Toscanini, somente para citar alguns nomes ilustres.
Uma apresentação da orquestra filarmônica e as récitas da ópera Sancta Susanna-Il Dissoluto Assolto foram suspensas por tempo inderminado devido à falta de condições técnicas e humanas para a realização dos ensaios.
O maestro Riccardo Muti e a orquestra sinfônica estão perto de um divórcio litigioso depois de um casamento iniciado 19 anos atrás. Na última quarta-feira, os 800 trabalhadores do teatro, numa decisão quase unânime, decidiram pedir a cabeça do diretor musical.
Músicos, artistas, cenógrafos e os funcionários administrativos fazem coro contra a demissão do ex-superintendente Carlo Fontana, em 14 de fevereiro, e a recente nomeação de Mauro Meli. A manobra foi arquitetada por Riccardo Muti, adversário do primeiro e admirador do segundo. “Ele não tem um currículo à altura do prestígio do La Scala e o maestro, querendo ser a estrela principal, nos trata como um déspota”, disse Nicola Cimmino, funcionário do La Scala à BBC Brasil.
Para resolver o problema, o Conselho de Administração do teatro se reuniu na quinta-feira à noite a portas fechadas.
Nesta sexta-feira de manhã, o presidente da Fundação La Scala, Gabriele Albertini, deu ao sub-prefeito da cidade, Bruno Ferrante, a missão de pacificar os ânimos dos personagens desta “tragédia italiana”.
De Roma, o ministro da Cultura, Giuliani Urbani, quer o fim da guerra interna e a confirmação de Riccardo Muti como regente.
A queda de braços paralisou as atividades do teatro e colocou em movimento a Comissão de Cultura do Senado. Todos os envolvidos na querela estão sendo convidados a depor no Palazzo Madama, sede do Parlamento na capital italiana.
O ex-superintendente Carlo Fontana já foi e acusou o maestro de “não admitir ninguém de fora, e querer ser o único a identificar-se com o La Scala”.
O maestro Riccardo Muti avisou que não vai à audiência alguma. No último fim de semana ele publicou uma carta aberta no jornal Corriere della Sera dizendo “não existirem condições, no momento, para tocarmos música juntos”.
Depois o regente, considerado um dos melhores do mundo, se fechou em silêncio dentro do seu apartamento localizado quase ao lado do La Scala.
Finanças - A Comissão não tem poder de polícia, mas pode influenciar na mudanças das leis de financiamento dos bens culturais. A guerra interna revelou um buraco financeiro na gestão do teatro.
“Não tenho ainda os números oficiais, mas o rombo gira em torno dos 16 milhões de euros. Temos aí um problema de corte de verbas no orçamento do governo, a baixa contribuição das pessoas físicas e a manutenção do teatro Arcimboldi”, disse à BBC Brasil Bruno Cerri, representante do sindicato dos trabalhadores do La Scala.
O Arcimboldi divide com La Scala a programação musical da temporada. O teatro foi construído para substituir La Scala durante os três anos de duração das obras de modernização e restauração do velho teatro, concluídas em dezembro do ano passado.
A reforma do La Scala custou 60 milhões de euros, incluídos aí os 5 milhões de euros gastos na festa de reabertura. O teatro La Scala é o principal patrimônio cultural de Milão. Os moradores da cidade não escondem o orgulho de ter na cidade o palco por onde já passaram todos os grandes nomes da música lírica. Por conta da briga, eles vivem momentos de apreensão com relação ao futuro do teatro.
A presidente da Associação dos Amigos do La Scala, Anna Mobio, disse à BBC Brasil que está “triste e nervosa". "Riccardo Muti e a orquestra têm que resolver as suas diferenças sozinhos, sem a interferência da política e de outros interesses. Se deve falar de arte, de música. Eles têm que ficar uma semana sozinhos e voltar a se amar”, recomenda ela.
O La Scala, no centro de Milão, vive um espetáculo, à cena aberta, onde os personagens da política italiana e do mundo artístico duelam pelo poder de administrar o histórico palco lírico onde se apresentaram Salieri, Verdi, Puccini e Toscanini, somente para citar alguns nomes ilustres.
Uma apresentação da orquestra filarmônica e as récitas da ópera Sancta Susanna-Il Dissoluto Assolto foram suspensas por tempo inderminado devido à falta de condições técnicas e humanas para a realização dos ensaios.
O maestro Riccardo Muti e a orquestra sinfônica estão perto de um divórcio litigioso depois de um casamento iniciado 19 anos atrás. Na última quarta-feira, os 800 trabalhadores do teatro, numa decisão quase unânime, decidiram pedir a cabeça do diretor musical.
Músicos, artistas, cenógrafos e os funcionários administrativos fazem coro contra a demissão do ex-superintendente Carlo Fontana, em 14 de fevereiro, e a recente nomeação de Mauro Meli. A manobra foi arquitetada por Riccardo Muti, adversário do primeiro e admirador do segundo. “Ele não tem um currículo à altura do prestígio do La Scala e o maestro, querendo ser a estrela principal, nos trata como um déspota”, disse Nicola Cimmino, funcionário do La Scala à BBC Brasil.
Para resolver o problema, o Conselho de Administração do teatro se reuniu na quinta-feira à noite a portas fechadas.
Nesta sexta-feira de manhã, o presidente da Fundação La Scala, Gabriele Albertini, deu ao sub-prefeito da cidade, Bruno Ferrante, a missão de pacificar os ânimos dos personagens desta “tragédia italiana”.
De Roma, o ministro da Cultura, Giuliani Urbani, quer o fim da guerra interna e a confirmação de Riccardo Muti como regente.
A queda de braços paralisou as atividades do teatro e colocou em movimento a Comissão de Cultura do Senado. Todos os envolvidos na querela estão sendo convidados a depor no Palazzo Madama, sede do Parlamento na capital italiana.
O ex-superintendente Carlo Fontana já foi e acusou o maestro de “não admitir ninguém de fora, e querer ser o único a identificar-se com o La Scala”.
O maestro Riccardo Muti avisou que não vai à audiência alguma. No último fim de semana ele publicou uma carta aberta no jornal Corriere della Sera dizendo “não existirem condições, no momento, para tocarmos música juntos”.
Depois o regente, considerado um dos melhores do mundo, se fechou em silêncio dentro do seu apartamento localizado quase ao lado do La Scala.
Finanças - A Comissão não tem poder de polícia, mas pode influenciar na mudanças das leis de financiamento dos bens culturais. A guerra interna revelou um buraco financeiro na gestão do teatro.
“Não tenho ainda os números oficiais, mas o rombo gira em torno dos 16 milhões de euros. Temos aí um problema de corte de verbas no orçamento do governo, a baixa contribuição das pessoas físicas e a manutenção do teatro Arcimboldi”, disse à BBC Brasil Bruno Cerri, representante do sindicato dos trabalhadores do La Scala.
O Arcimboldi divide com La Scala a programação musical da temporada. O teatro foi construído para substituir La Scala durante os três anos de duração das obras de modernização e restauração do velho teatro, concluídas em dezembro do ano passado.
A reforma do La Scala custou 60 milhões de euros, incluídos aí os 5 milhões de euros gastos na festa de reabertura. O teatro La Scala é o principal patrimônio cultural de Milão. Os moradores da cidade não escondem o orgulho de ter na cidade o palco por onde já passaram todos os grandes nomes da música lírica. Por conta da briga, eles vivem momentos de apreensão com relação ao futuro do teatro.
A presidente da Associação dos Amigos do La Scala, Anna Mobio, disse à BBC Brasil que está “triste e nervosa". "Riccardo Muti e a orquestra têm que resolver as suas diferenças sozinhos, sem a interferência da política e de outros interesses. Se deve falar de arte, de música. Eles têm que ficar uma semana sozinhos e voltar a se amar”, recomenda ela.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/351895/visualizar/
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