Aids mata 1 criança a cada 15 minutos no Zimbábue

A aids mata uma criança a cada 15 minutos no Zimbábue e os doadores internacionais deveriam abrir suas carteiras a fim de combater a doença nesse país africano, alertou hoje o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Os números divulgados pelo Unicef a respeito da aids no território zimbabuano são assustadores. "A taxa de mortalidade entre as crianças com menos de 5 anos elevou-se em 50% desde 1990 (atualmente ela é de uma morte para cada oito nascimentos)", disse o Unicef em um comunicado. A cada 15 minutos, uma criança morre em virtude da aids. Uma de cada cinco crianças zimbabuanas está órfã atualmente e 160 mil crianças vão testemunhar a morte de um dos pais em 2005.

Segundo o Unicef, em 2004 e 2005, o Zimbábue não recebeu nenhum dinheiro de doadores importantes da região, entre os quais o Plano de Emergência para a Aids, criado pelo presidente dos EUA, George W. Bush, e o Programa Multinacional de Aids/HIV para a África, do Banco Mundial.



Na Zâmbia, que possui taxas de contaminação um pouco menores que as do Zimbábue, as doações chegaram a US$ 184 por ano para cada infectado pelo HIV. Entre os zimbabuanos, essa cifra ficou em apenas US$ 4 por ano por HIV-positivo. Esses números são de US$ 319 em Uganda e de US$ 802 na Eritréia.

Carol Bellamy, que viajou pela África no cargo de diretora-executiva do Unicef, disse que o Zimbábue recebia apenas uma pequena fatia das doações quando comparado com outros países da região apesar de apresentar uma das maiores taxas de contaminação pelo HIV (o vírus da aids).

"O mundo precisa separar a política da população do Zimbábue", afirmou Bellamy em uma entrevista coletiva. "A generosidade mundial com as vítimas do tsunami é inspiradora, mas ela não existe mais para as crianças zimbabuanas que enfrentam uma crise mortal todos os dias de suas vidas".

O Zimbábue deparou-se com problemas econômicos e políticos nos últimos cinco anos, problemas detonados principalmente pela campanha do presidente Robert Mugabe de distribuir as terras pertencentes à minoria branca para a maioria negra do país.