Crise na Febem de São Paulo acentuou-se com demissões dos funcionários

São Paulo – São Paulo – O pedido de extinção da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) de São Paulo, feito pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), ligado à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, foi motivado pela recente crise que vive a fundação paulista.

No dia 17 de fevereiro de 2005, o governador Geraldo Alckmin demitiu 1.751 funcionários de unidades da Febem na região metropolitana. Segundo o governo estadual, as demissões fazem parte do projeto de reformulação da fundação, após sucessivos problemas de gestão.

A partir das demissões, as rebeliões e fugas tornaram-se constantes. Em menos de trinta dias foram mais de 600 fugas e 50 revoltas em várias unidades, segundo os dados do Sindicato dos Trabalhadores da Febem (Sitraemfa). A maior de todas as rebeliões aconteceu na última quinta-feira (10) na unidade do Tatuapé, região leste da capital, quando mais de 300 internos fugiram, dos quais pouco mais de duzentos foram recapturados. De acordo com o sindicato, de 2000 a 2003, ocorreram 135 rebeliões e 770 jovens fugiram. Em 2004, foram 44 rebeliões com 713 fugitivos.

Quatro dias depois das demissões, o sindicato iniciou uma greve geral que já completa 23 dias. Paralelamente à greve, o Tribunal Regional do Trabalho decidiu pela suspensão das demissões. O governador declarou que pretende manter a sua decisão de demitir os agentes de apoio técnico, para substituí-los por 1.606 agentes de segurança e 773 educadores sociais (todos com curso superior).

A reformulação iniciada em agosto pretende diminuir o tamanho das unidades e separar as equipes de segurança dos profissionais que têm contato diário com os jovens. O governo estadual busca também diminuir os índices de reincidência criminal dos jovens.