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Brasil pode ter três vezes mais casos de malária, diz estudo
O número de casos de malária no Brasil pode ser até três vezes maior do que o divulgado pela Organização Mundial da Saúde e pelas autoridades brasileiras, segundo um levantamento feito por uma instituição de pesquisa da Grã-Bretanha que será publicado na revista Nature desta quinta-feira.
"No Brasil, analisamos dados especificamente no Estado de Rondônia. Constatamos que há três vezes mais casos de malária do que a OMS e as autoridades brasileiras, que geram essas estatísticas para a OMS, registram", disse Robert Snow, o chefe da pesquisa, baseado no Quênia, à BBC Brasil.
A pesquisa do Wellcome Trust mostrou que o plasmódio falciparum (o mais grave) da malária infectou 515 milhões de pessoas em todo o mundo em 2002, e não 300 milhões como diz a OMS. Mais de dois bilhões de pessoas correm o risco de ser contaminadas anualmente - quase 55 milhões apenas na América do Sul e Central.
"Este levantamento nos mostra que é preciso financiar mais pesquisas e colher melhor os dados relacionados à doença. Subestimar a gravidade da malária pode se traduzir em mais infecções e mais mortes", diz Snow.
Apesar de no Brasil a infecção de malária ser bem localizada, com mais de 80% dos casos ocorrendo nos Estados que abrigam a Floresta Amazônica, o pesquisador recomenda a criação de melhores sistemas de detecção da doença no país.
"Nosso estudo avaliou a infecção global, mas Rondônia foi um bom exemplo da discrepância dos dados", afirma Snow.
Nos países do sul da Ásia, por exemplo, o estudo detectou um número de infecções 200% maior do que o do banco de dados da ONU. Na África, o índice foi de 50%.
"Na Ásia e nas Américas, contamos com dados governamentais. Na África, mais agentes da OMS realizam a avaliação porque os países não têm condição de avaliar. Daí a menor discrepância", esclarece Robert Snow.
Como descobriram
A pesquisa contou com um software para criar o que os cientistas chamam de "mapeamento global da distribuição da malária", que permite calcular não apenas os casos que receberam atenção médica, como também estimar quantas infecções existiram e qual o número da população em risco.
"Colocamos todas as espécies de dados no computador e fomos cruzando as informações", explica Snow, que disse não ter disponíveis os números exatos para todo o Brasil.
Os cientistas fizeram um mapeamento das regiões sob risco e onde os casos de malária ocorrem. Saíram da lista, por exemplo, cidades e locais de alta altitude, já que o mosquito da malária não vive nem se reproduz nesses lugares.
Ainda foram avaliados a densidade demográfica de cada região e trabalhos realizados por autoridades locais de coleta de sangue e visita a pessoas com suspeitas da doença, mas que acabam nunca indo ao hospital.
"Procuramos tirar qualquer generalização da análise", segundo Snow.
A pesquisa não analisou as mortes em decorrência de malária, mas Snow disse acreditar que a alta mortalidade da malária pode ser controlada uma vez que a doença seja melhor detectada e as vítimas submetidas a tratamento.
"No Brasil, analisamos dados especificamente no Estado de Rondônia. Constatamos que há três vezes mais casos de malária do que a OMS e as autoridades brasileiras, que geram essas estatísticas para a OMS, registram", disse Robert Snow, o chefe da pesquisa, baseado no Quênia, à BBC Brasil.
A pesquisa do Wellcome Trust mostrou que o plasmódio falciparum (o mais grave) da malária infectou 515 milhões de pessoas em todo o mundo em 2002, e não 300 milhões como diz a OMS. Mais de dois bilhões de pessoas correm o risco de ser contaminadas anualmente - quase 55 milhões apenas na América do Sul e Central.
"Este levantamento nos mostra que é preciso financiar mais pesquisas e colher melhor os dados relacionados à doença. Subestimar a gravidade da malária pode se traduzir em mais infecções e mais mortes", diz Snow.
Apesar de no Brasil a infecção de malária ser bem localizada, com mais de 80% dos casos ocorrendo nos Estados que abrigam a Floresta Amazônica, o pesquisador recomenda a criação de melhores sistemas de detecção da doença no país.
"Nosso estudo avaliou a infecção global, mas Rondônia foi um bom exemplo da discrepância dos dados", afirma Snow.
Nos países do sul da Ásia, por exemplo, o estudo detectou um número de infecções 200% maior do que o do banco de dados da ONU. Na África, o índice foi de 50%.
"Na Ásia e nas Américas, contamos com dados governamentais. Na África, mais agentes da OMS realizam a avaliação porque os países não têm condição de avaliar. Daí a menor discrepância", esclarece Robert Snow.
Como descobriram
A pesquisa contou com um software para criar o que os cientistas chamam de "mapeamento global da distribuição da malária", que permite calcular não apenas os casos que receberam atenção médica, como também estimar quantas infecções existiram e qual o número da população em risco.
"Colocamos todas as espécies de dados no computador e fomos cruzando as informações", explica Snow, que disse não ter disponíveis os números exatos para todo o Brasil.
Os cientistas fizeram um mapeamento das regiões sob risco e onde os casos de malária ocorrem. Saíram da lista, por exemplo, cidades e locais de alta altitude, já que o mosquito da malária não vive nem se reproduz nesses lugares.
Ainda foram avaliados a densidade demográfica de cada região e trabalhos realizados por autoridades locais de coleta de sangue e visita a pessoas com suspeitas da doença, mas que acabam nunca indo ao hospital.
"Procuramos tirar qualquer generalização da análise", segundo Snow.
A pesquisa não analisou as mortes em decorrência de malária, mas Snow disse acreditar que a alta mortalidade da malária pode ser controlada uma vez que a doença seja melhor detectada e as vítimas submetidas a tratamento.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/353124/visualizar/
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