Repórter News - reporternews.com.br
Filme sobre mulheres do funk terá estréia mundial em Londres
O documentário Sou Feia, Mas Tô na Moda sobre cantoras de funk do Rio de Janeiro como Deise da Injeção, Tati Quebra-Barraco e Bonde do Faz Gostoso, entre outras, vai ter a sua première no dia 19 de março, em Londres.
A estréia do filme na capital reforça a chegada do funk carioca às ilhas britânicas.
No ano passado, na cola do sucesso do hit Quem que Cagüetou, de Tejo, Speed e Black Alien – veiculado em uma propaganda de automóveis – foi lançada no país a coletânea Slum Dunk Presents Funk Carioca, com 18 canções. Para completar, uma casa noturna em Londres dedica uma noite ao gênero.
O documentário que vai estrear em Londres foi dirigido pela gaúcha Denise Garcia e passeia, por quase uma hora, pelo universo do funk no Rio de Janeiro.
A idéia, segundo a diretora, é mostrar as "diferentes possiblidades" que o movimento funk apresenta às comunidades carentes do Rio de Janeiro.
"Muitas mulheres, por exemplo, costumavam trabalhar como empregadas domésticas, e isso hoje não é um serviço tão requisitado. Então muitas dessas meninas, que não têm muitas outras opções, começaram a cantar", afirma Garcia, uma das sócias da produtora Toscographics.
'Fonte de renda'
A diretora percebeu que a indústria do funk – um grande baile funk pode reunir entre 4 mil e 5 mil pessoas – serve como fonte de renda para várias famílias nas favelas, que acabam reinvestindo o dinheiro nas comunidades.
"Vai desde o cara que é o dono da quadra onde o baile acontece, passando pela pessoa que aluga o sistema de som e vai até os barraqueiros e motoristas que lucram com as festas."
Denise Garcia entrevistou artistas como Cidinho e Doka e as cantoras Tati Quebra-Barraco e Deise da Injeção, entre outras.
No filme, a diretora conta também como as cantoras invadiram o funk, que até alguns anos atrás era dominado por homens.
"As mulheres nunca foram chegadas a ficar se socando nos bailes na época do 'lado A/lado B' (em que gangues rivais se confrontavam). Então, o DJ Duda, da Cidade de Deus, começou a fazer pequenos bailes", conta a cineasta.
Deise da Injeção
Foi em um desses bailes que surgiu uma das primeiras funkeiras do Rio: Deise da Injeção.
"E dali, a coisa começou a se ampliar para todas as comunidades do Rio de Janeiro."
O documentário mostra como hoje dezenas de "bondes" (grupos) de funk fazem várias apresentações em bailes em todo o Rio de Janeiro em uma mesma noite, às vezes em extremos da cidade.
Em vez do glamour dos camarins iluminados, a diretora mostra o trabalho árduo daqueles que encontraram no funk uma profissão.
"Se as pessoas não têm um emprego, não é só o dinheiro que falta. Elas não têm uma identidade, uma função social. Eles (os funkeiros) conseguiram criar um lugar para elas", diz Denise Garcia, que rebate as acusações de que o funk não é cultura.
"É uma ignorância que vem do preconceito. Claro que é cultura. As pessoas se reúnem e desenvolvem um trabalho que se repete e se torna um hábito, isso é cultura."
O filme Sou Feia, Mas Tô na Moda ainda não tem data prevista para ser apresentado no Brasil.
A estréia do filme na capital reforça a chegada do funk carioca às ilhas britânicas.
No ano passado, na cola do sucesso do hit Quem que Cagüetou, de Tejo, Speed e Black Alien – veiculado em uma propaganda de automóveis – foi lançada no país a coletânea Slum Dunk Presents Funk Carioca, com 18 canções. Para completar, uma casa noturna em Londres dedica uma noite ao gênero.
O documentário que vai estrear em Londres foi dirigido pela gaúcha Denise Garcia e passeia, por quase uma hora, pelo universo do funk no Rio de Janeiro.
A idéia, segundo a diretora, é mostrar as "diferentes possiblidades" que o movimento funk apresenta às comunidades carentes do Rio de Janeiro.
"Muitas mulheres, por exemplo, costumavam trabalhar como empregadas domésticas, e isso hoje não é um serviço tão requisitado. Então muitas dessas meninas, que não têm muitas outras opções, começaram a cantar", afirma Garcia, uma das sócias da produtora Toscographics.
'Fonte de renda'
A diretora percebeu que a indústria do funk – um grande baile funk pode reunir entre 4 mil e 5 mil pessoas – serve como fonte de renda para várias famílias nas favelas, que acabam reinvestindo o dinheiro nas comunidades.
"Vai desde o cara que é o dono da quadra onde o baile acontece, passando pela pessoa que aluga o sistema de som e vai até os barraqueiros e motoristas que lucram com as festas."
Denise Garcia entrevistou artistas como Cidinho e Doka e as cantoras Tati Quebra-Barraco e Deise da Injeção, entre outras.
No filme, a diretora conta também como as cantoras invadiram o funk, que até alguns anos atrás era dominado por homens.
"As mulheres nunca foram chegadas a ficar se socando nos bailes na época do 'lado A/lado B' (em que gangues rivais se confrontavam). Então, o DJ Duda, da Cidade de Deus, começou a fazer pequenos bailes", conta a cineasta.
Deise da Injeção
Foi em um desses bailes que surgiu uma das primeiras funkeiras do Rio: Deise da Injeção.
"E dali, a coisa começou a se ampliar para todas as comunidades do Rio de Janeiro."
O documentário mostra como hoje dezenas de "bondes" (grupos) de funk fazem várias apresentações em bailes em todo o Rio de Janeiro em uma mesma noite, às vezes em extremos da cidade.
Em vez do glamour dos camarins iluminados, a diretora mostra o trabalho árduo daqueles que encontraram no funk uma profissão.
"Se as pessoas não têm um emprego, não é só o dinheiro que falta. Elas não têm uma identidade, uma função social. Eles (os funkeiros) conseguiram criar um lugar para elas", diz Denise Garcia, que rebate as acusações de que o funk não é cultura.
"É uma ignorância que vem do preconceito. Claro que é cultura. As pessoas se reúnem e desenvolvem um trabalho que se repete e se torna um hábito, isso é cultura."
O filme Sou Feia, Mas Tô na Moda ainda não tem data prevista para ser apresentado no Brasil.
Fonte:
Agência Cãmara
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/353359/visualizar/
Comentários