O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para uma conversa, hoje à tarde, no Palácio do Planalto, para tratar das definições a que está chegando acerca da reforma ministerial que ele pretende anunciar, possivelmente amanhã. Nessa reforma, o PMDB de Renan espera aumentar sua participação de atualmente dois para três ministérios. O partido teria, no entanto, que fazer alguns remanejamentos. O ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, deve deixar a pasta para assumir o Ministério da Integração Nacional, hoje ocupado por Ciro Gomes (PPS). E Amir Lando deve voltar para o Senado, cedendo o cargo de Ministro da Previdência para o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Lula poderá, ainda, abrir mão de um ministro petista, no caso Olívio Dutra, das Cidades, para abrir espaço para uma indicação do PMDB. Esse espaço será, provavelmente, ocupado pelo grupo do senador José Sarney (PMDB-AP), que deverá indicar para o lugar a filha do senador e também senadora, Roseana Sarney, que deverá desfiliar-se do PFL e ingressar no PMDB, dentro de um prazo a ser ainda definido por ela. Ciro Gomes, por seu turno, deverá ser remanejado pelo presidente, provavelmente para o Ministério da Saúde, hoje ocupado pelo petista Humberto Costa.
Mas a grande mudança que Lula deverá anunciar se dará no modelo de articulação política do Palácio do Planalto. O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, deverá recuperar suas antigas prerrogativas e assumir as funções hoje desempenhadas pelo ministro da Coordenação Política, deputado Aldo Rebelo (PCdoB), cujo destino poderá ser a liderança do governo na Câmara.
O PP, do presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PE), deverá indicar o substituto de Eunício Oliveira no Ministério das Comunicações, restando ainda uma dúvida sobre se o PP terá direito a também indicar o presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), hoje na cota do PMDB.
Segundo um acordo informal entre o governo e os partidos da base aliada, as estruturas atuais dos ministérios da Saúde, Previdência e Cidades, montadas por nomeações de ministros petistas, deverão ser preservadas pelos novos ministros.
O presidente da República começou a definir a reforma na noite passada e poderá anunciá-la até amanhã, uma vez que as principais lideranças político-partidárias estão todas com viagens agendadas para sexta-feira.
Comentários