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Elo perdido
"Me desculpem as feias mas beleza é fundamental", disse Vinícius de Moraes, o Poetinha. Me desculpe Vinícius, mas discordo. Até por que se levarmos isso em conta cairíamos no seguinte controvérsia: o que é belo? A mulher, debaixo do cabresto até do Poetinha quanto mais do marketing, virou isso aí que a gente está vendo, esse produto de compra e venda exposto por aí. Aproveitando o dia internacional da mulher, é preciso nos perguntar: por que deixamos que fizessem isso conosco?
Estamos na "Era de Aquarius" e no século 21 mas, de alguma forma, boa parte das mulheres ainda são tratadas ou se deixam ser tratadas como na pré-história.
Outro dia li um artigo sobre orgasmo na revista Veja em que um especialista dizia que a metade das mulheres ou quase isso não conseguem ter prazer com o parceiro. E continuava apontando que isso - pasmem - remonta ao elo perdido, à vida selvagem, quando dois "acasalavam", mas um tinha que ficar atento vigiando a aproximação de animais carnívoros e esta tarefa - de não se entregar ao prazer do sexo -advinhem a quem foi atribuída: à mulher.
Esta mesma mulher ainda lava, passa, cozinha, para marido e filhos, e trabalha fora e, na rua, em empregos às vezes de alto padrão, ainda ganham menos do que os homens.
A mãe natureza também deu a nós, mulheres, o prazer de gerar filhos e os parir - com dor é certo. Mas hoje em dia nem tanto: os médicos preferem fazer cesarianas e vamos na onda deles, nos esquecendo da nossa natureza.
Políticas públicas ainda são pouco eficientes para garantir o direito delas serem cidadãs, além de mães; trabalhadoras, além de do lar; e pessoas, além de objetos.
Enquanto gênero, as mulheres estão se organizando mais e é isso que fazem os excluídos para se fortalecerem.
No entanto, em uma época em que se fala em clonagem humana e outros avanços científicos e tecnológicos, milhares de mulheres ainda vivem como nos tempos do uga, uga.
KEKA WERNECK É EDITORA DE GERAL DO JORNAL A GAZETA
Estamos na "Era de Aquarius" e no século 21 mas, de alguma forma, boa parte das mulheres ainda são tratadas ou se deixam ser tratadas como na pré-história.
Outro dia li um artigo sobre orgasmo na revista Veja em que um especialista dizia que a metade das mulheres ou quase isso não conseguem ter prazer com o parceiro. E continuava apontando que isso - pasmem - remonta ao elo perdido, à vida selvagem, quando dois "acasalavam", mas um tinha que ficar atento vigiando a aproximação de animais carnívoros e esta tarefa - de não se entregar ao prazer do sexo -advinhem a quem foi atribuída: à mulher.
Esta mesma mulher ainda lava, passa, cozinha, para marido e filhos, e trabalha fora e, na rua, em empregos às vezes de alto padrão, ainda ganham menos do que os homens.
A mãe natureza também deu a nós, mulheres, o prazer de gerar filhos e os parir - com dor é certo. Mas hoje em dia nem tanto: os médicos preferem fazer cesarianas e vamos na onda deles, nos esquecendo da nossa natureza.
Políticas públicas ainda são pouco eficientes para garantir o direito delas serem cidadãs, além de mães; trabalhadoras, além de do lar; e pessoas, além de objetos.
Enquanto gênero, as mulheres estão se organizando mais e é isso que fazem os excluídos para se fortalecerem.
No entanto, em uma época em que se fala em clonagem humana e outros avanços científicos e tecnológicos, milhares de mulheres ainda vivem como nos tempos do uga, uga.
KEKA WERNECK É EDITORA DE GERAL DO JORNAL A GAZETA
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/354330/visualizar/
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