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Choro e ranger de dentes
O movimento em torno das eleições de 2006 tem produzido muitos ruídos. Alguns indicam claramente a necessidade de ocupação de espaços entre os partidos aliados e o PPS que governa o estado.
De um lado, nomes expressivos desses partidos lutam por candidaturas próprias, como é o caso do ex-prefeito Jaime Campos, PFL, de Várzea Grande, pretendente a vice na chapa de governador encabeçada pelo governador Blairo Maggi. Noutras hipóteses poderia ser candidato a deputado federal ou estadual, mas debaixo das bênçãos oficiais. Não porque seja tão devoto. É a eleição fica muito mais fácil e mais barata quando é disputada debaixo de uma chapa favorita que tenha um bom candidato a governador.
Outro disputante, por uma vaga de senador, é o deputado federal Pedro Henry, do PP. Ambos têm questionado duro a falta de espaços dentro do governo, apesar da sua discutível devoção.
Eles têm razão de reclamar de falta de espaço, e o governador tem razão de reclamar que eles têm muito espaço.
Onde estaria, então, a verdade?, perguntaria o leitor.
Na semana passada o governador mandou a Casa Civil fazer um levantamento dos ocupantes dos mais de 3 mil cargos em comissão existentes na estrutura do governo, e tomou um susto. Quis saber quem indicou quem. A Secretaria de Articulação Política controla essa engrenagem no governo, que agora está na Casa Civil, num setor especialmente criado para cuidar de nomeações.
Descobriu que o PFL, por exemplo, tem 630 pessoas indicadas sob a tutela do partido e ocupando funções de Direção e Assessoramento Superior, os DAS. Mas o presidente do Diretório Regional do partido, Jaime Campos, nega que tenha indicado gente para os cargos. Pelo menos, tanta gente.
Aí, descobriu-se que as indicações são quase todas do secretário do Meio Ambiente, Moacir Pires, que está arranhado com o PFL, mas aproveita a brecha e ocupou quase todos os cargos políticos destinados ao partido. O PFL nega que Moacir Pires represente o partido. Aliás, as relações andam de mal a pior e espera-se a sua breve saída do PFL. “Ele não fala pelo PFL”, diz Jaime Campos.
No geral, a questão é muito parecida em relação a todos os partidos da base aliada. O que faltou, na verdade, foi experiência política ao governo estadual, para contar todas as favas e distribuí-las segundo padrões combinados entre os líderes partidários e o governador ou o seu interlocutor político. Na falta disso, prevaleceu a desordem e os mal-entendidos que ocupam grande parte do tempo que seria destinado a articulações políticas efetivamente produtoras de resultados.
Nos próximos dias, com o levantamento nas mãos, o governador precisará fazer conta de chegar entre os cargos de DAS ocupados e os autores das indicações de preenchimento. Haverá choro e ranger de dentes.
Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e de RDM onofreribeiro@terra.com.br
De um lado, nomes expressivos desses partidos lutam por candidaturas próprias, como é o caso do ex-prefeito Jaime Campos, PFL, de Várzea Grande, pretendente a vice na chapa de governador encabeçada pelo governador Blairo Maggi. Noutras hipóteses poderia ser candidato a deputado federal ou estadual, mas debaixo das bênçãos oficiais. Não porque seja tão devoto. É a eleição fica muito mais fácil e mais barata quando é disputada debaixo de uma chapa favorita que tenha um bom candidato a governador.
Outro disputante, por uma vaga de senador, é o deputado federal Pedro Henry, do PP. Ambos têm questionado duro a falta de espaços dentro do governo, apesar da sua discutível devoção.
Eles têm razão de reclamar de falta de espaço, e o governador tem razão de reclamar que eles têm muito espaço.
Onde estaria, então, a verdade?, perguntaria o leitor.
Na semana passada o governador mandou a Casa Civil fazer um levantamento dos ocupantes dos mais de 3 mil cargos em comissão existentes na estrutura do governo, e tomou um susto. Quis saber quem indicou quem. A Secretaria de Articulação Política controla essa engrenagem no governo, que agora está na Casa Civil, num setor especialmente criado para cuidar de nomeações.
Descobriu que o PFL, por exemplo, tem 630 pessoas indicadas sob a tutela do partido e ocupando funções de Direção e Assessoramento Superior, os DAS. Mas o presidente do Diretório Regional do partido, Jaime Campos, nega que tenha indicado gente para os cargos. Pelo menos, tanta gente.
Aí, descobriu-se que as indicações são quase todas do secretário do Meio Ambiente, Moacir Pires, que está arranhado com o PFL, mas aproveita a brecha e ocupou quase todos os cargos políticos destinados ao partido. O PFL nega que Moacir Pires represente o partido. Aliás, as relações andam de mal a pior e espera-se a sua breve saída do PFL. “Ele não fala pelo PFL”, diz Jaime Campos.
No geral, a questão é muito parecida em relação a todos os partidos da base aliada. O que faltou, na verdade, foi experiência política ao governo estadual, para contar todas as favas e distribuí-las segundo padrões combinados entre os líderes partidários e o governador ou o seu interlocutor político. Na falta disso, prevaleceu a desordem e os mal-entendidos que ocupam grande parte do tempo que seria destinado a articulações políticas efetivamente produtoras de resultados.
Nos próximos dias, com o levantamento nas mãos, o governador precisará fazer conta de chegar entre os cargos de DAS ocupados e os autores das indicações de preenchimento. Haverá choro e ranger de dentes.
Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e de RDM onofreribeiro@terra.com.br
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/354336/visualizar/
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