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Chica Nunes lamenta relação com o governador
A presidente da Câmara Municipal de Cuiabá orgulha-se de ser a única mulher hoje na Casa de leis do município e, principalmente, por presidi-la. Cuiabana, casada, mãe de uma filha, a vereadora Chica Nunes exerce pela terceira vez um mandato como vereadora da capital e é a segunda mulher a presidir a Casa.
Ela nega que esteja sofrendo pressões dentro da Câmara e que o relacionamento entre os demais vereadores é muito bom. No entanto, esta semana foi surpreendida com a decisão da bancada petista quando protocolaram um pedido de liminar contra a Mesa Diretora por conta da composição das comissões permanentes. Ela diz estar tranqüila, pois seguiu o Regimento Interno da Casa e não entende o motivo de tanto alvoroço.
Nesta entrevista, faz mistério sobre seu futuro político. Ainda não sabe se disputará uma cadeira no parlamento estadual, como fez em 2002. Por enquanto, continua no PSDB, o segundo partido em que se filiou desde que deu início à sua carreira política. Antes, passou pelo PDT, legenda pela qual foi eleita pela primeira vez.
Como cuiabana, ela se diz indignada com dois aspectos do atual governo: a distribuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e a falta de sede própria para a Câmara Municipal. Sobre o repasse do ICMS, Chica Nunes é prática: “É preciso levar em consideração a contribuição que a capital dá a esse Estado”.
DIÁRIO DE CUIABÁ – Qual a sua avaliação destes primeiros dias de trabalho?
CHICA NUNES – Nós tivemos cinco sessões e todas as sessões foram positivas. Começamos a apreciar os vetos do prefeito, antes abrimos com a sessão solene e começamos a montar as comissões, o que gerou uma certa polêmica entre outro partido. Está muito bom para se trabalhar na Câmara porque os vereadores novos estão com muita vontade de trabalhar então cada um vem com uma idéia nova, defendendo um segmento. Nós temos empresários, médico e acho que isso contribuiu muito para o bom desenvolvimento dos trabalhos. Cada um vem representando uma base eleitoral de uma região de Cuiabá. Como todos sabem, Cuiabá é dividida em quatro regiões, norte, sul, leste e oeste. Tendo as representações de cada uma destas regiões fica mais fácil até para identificarmos os problemas de cada uma. O que é de extrema importância e necessidade em um bairro, pode não ser em outro e essas informações nos ajuda a conduzir os trabalhos. Os vereadores têm andado muito e levado ao prefeito a situação que vemos. Então, andando juntos mas com a independência entre os poderes.
DIÁRIO – Nesta semana, o prefeito Wilson Santos teve sua primeira derrota na Câmara, com a derrubada de um veto proposto por ele. Isso significa que as coisas não serão tão fáceis para ele?
CHICA NUNES – Eu não considero que foi uma derrota. Eu acredito que isso mostra o que o prefeito é uma pessoa que respeita as decisões. Ele que até pouco tempo era um parlamentar, entende que está sim sujeito a ter algumas de suas idéias rejeitada pelo Poder Legislativo. Vejo isso de uma forma positiva, mostra que nossa independência será mantida e respeitada. O veto que o prefeito apresentou foi sobre o projeto de lei do vereador Éden Capistrano que trata do reaproveitamento de águas fluviais. Foi derrubado porque é um projeto muito importante, pois trata do meio ambiente, trata de um assunto que muitos hoje defendem. É algo semelhante ao processo de reciclagem que tem beneficiado muitas pessoas. Acredito também que isso mostra que a Câmaras vai trabalhar sempre preocupada com a população. Levantou-se muito a questão da presidente ser do mesmo partido do prefeito, o fato da maioria ter apoiado a minha eleição, inclusive com um voto do PT. Mas não é por aí, em momento algum isso mostrou que o prefeito teria voz e vez dentro da Casa. Ele terá sempre as portas abertas aqui, mas vamos atuar com independência e clareza. Nesse caso específico do projeto do vereador Éden, o custo apresentado no projeto é baixo e a prefeitura não terá dificuldades financeiras em conseguir implantá-lo. Sabemos da complicada situação financeira da prefeitura até porque vivenciamos toda essa situação com que as contas foram deixadas pela administração passada, a dificuldade que o TCE teve em aprovar as contas de Cuiabá.
DIÁRIO – A senhora, enquanto vereadora por três mandatos, viu tudo isso de perto. Foi tomada alguma medida por parte do Legislativo para alertar a situação com que a prefeitura estava?
CHICA NUNES – Sempre fomos minoria na Casa, mas mesmo assim tentávamos exercer nosso papel de fiscalizador e até para alertar o Executivo. Só que não éramos ouvidos, era como se não existíssemos para a administração passada. Víamos que a situação era complicada, mas ao mesmo tempo não era possível fazer nada. Quando era o Totó o líder procurávamos, chamava a atenção para a maneira como as coisas estavam sendo conduzidas. Não havia diálogo entre o Executivo e o Legislativo. Devo admitir que o ex- prefeito Roberto França trabalhou muito, foi um leão para trabalhar mas as coisas foram mal planejadas, não houve planejamento para as ações da gestão passada por isso Wilson pegou a prefeitura desse jeito. Quando falo em falta de estratégia, pelo menos na área financeira, me refiro principalmente a falta de sintonia entre a secretaria de Planejamento com a de Finanças, que é a executora. Isso não houve mesmo.
DIÁRIO – A senhora falou sobre a composição das comissões. Como está a relação com a bancada petista depois que eles protocolaram uma ação contra a Mesa Diretora?
CHICA – Está tranqüila, eu entendo que eles estão no direito de procurar a justiça. Ainda não conversei com eles diretamente sobre este assunto. Mas o que eu discordo é do fato de ficarem com essa `briga’ de eu quero essa, eu quero aquela. Eu vejo que todas as comissões são importantes tanto é que todas existem. Para mim, por exemplo, a comissão com maior peso para a população, que é quem iremos atingir através do trabalho das comissões, é de Meio Ambiente. Tudo gira em torno do meio ambiente e preciso cuidado ao tratar desse aspecto. A comissão de Direitos Humanos tem sua importância tão grande quanto a de qualquer outra. Acho que essa diferenciação não deveria existir. Outro ponto é o fato dos vereadores do PT terem ficado insatisfeitos quando na verdade foram os mais contemplados, ficando com sete comissões. Estamos tranqüilos, agimos conforme estabelece nosso regimento e acabo de receber a informação de que o pedido de liminar interposto por eles (petistas) foi indeferido pelo juiz. Isso mostra que estamos corretos e repito, seguimos o regimento e estou tranqüila quanto à composição das comissões permanentes. Na última sessão o vereador Lúdio (PT) fez um comentário que eu até considero um elogio. Ele disse na tribuna que iria soltar fogos, pois havia prometido que quando um requerimento dele fosse aprovado pela Casa teria que comemorar com fogos. Eu disse a ele que então podia comprar uma caixa porque nosso trabalho será sempre em benefício da população cuiabana.
DIÁRIO – A Câmara tem acompanhado a discussão sobre a distribuição do ICMS entre os municípios?
CHICA – Temos e em breve iremos realizar audiências públicas para tratar do assunto com a sociedade. O requerimento para as audiências foi apresentado pelo vereador Permínio Pinto. Cuiabá não pode ser prejudicada com os cálculos da Secretaria de Fazenda, nós somos responsáveis pela saúde de grande parte do estado, quantos não vêm à Cuiabá para tratamento. Nossa população é a maior do Estado, somos a capital, muitas questões devem ser levadas em consideração e não estão sendo. Estamos ao lado do prefeito Wilson Santos, sabemos da importância que o Legislativo tem nessa discussão, mas de maneira concreta mesmo o que podemos fazer é levar ao conhecimento da população cuiabana a situação, o que ocorre hoje, porque é tão importante para a capital ter seu índice aumentado ou, no mínimo, mantido. Acredito que em breve as discussões terão início. O governo tem que ter consciência do quanto Cuiabá contribui para este Estado e não tem. Um exemplo é a nossa situação aqui na Câmara, ele simplesmente está ignorando os pedidos para que o prédio da Assembléia Legislativa fique com a Câmara.
DIÁRIO – Então na opinião da senhora o Governo do Estado não está contribuindo com Cuiabá?
CHICA – Somos preteridos em tudo. No caso do prédio da Assembléia, estivemos com ele logo após a chegada do Estradeiro Internacional. Entreguei um documento para ele que reivindicava a sede para nós, ele olhou de lado, como quem não tem interesse e disse depois que não era para nós fazermos uma poupança. `A Câmara poupa, a prefeitura e o governo ajudam com mais um pouco depois, aí vocês constroem a sede da Câmara’, ele disse dessa forma. Achei um absurdo porque aquele terreno é da Câmara. Outra coisa que o governador falou foi que nós não teríamos condições nem de pagar a luz do prédio. Ora, isso é problema nosso, deixa a gente ir para lá que eu coloco lampião, eu faço ter luz ali, se o problema for esse. Meu maior desejo é que deixemos de ser inquilinos. Como cuiabana, como presidente desta Casa quero muito que a Câmara tenha sua sede própria, mas para que isso aconteça precisamos de ajuda e não tenho visto por onde, já que a alternativa mais fácil para todos é ficarmos com o prédio da Assembléia. Por que quando vêm empresários, representantes de outros países em Cuiabá, eles não são trazidos à Câmara? Não somos cartão postal, porque se hoje estamos aqui, amanhã podemos não estar mais, isso é ruim, pois somos um dos poderes e temos que ter nossa sede.
DIÁRIO – Como está sendo conduzir uma Câmara onde apenas a senhora é mulher?
CHICA – Sempre fomos minoria na Casa, agora com a ida da vereadora Lueci para a secretaria de Bem estar Social eu fiquei sozinha. Sempre fui muito respeitada entre os colegas e estar aqui pela terceira vez mostra que estamos fazendo um bom trabalho. O que mudou de fato foi que agora `cresci’ dentro da Casa no que diz respeito a função, o que não me preocupa pois conta com a maioria dos colegas,não há pressão de nenhuma parte. Me sinto orgulhosa de poder representar a mulher na Câmara.
DIÁRIO – Quais são os planos políticos a partir de agora, a senhora vai disputar novamente vaga na Assembléia Legislativa?
CHICA – O futuro a Deus pertence. Não posso me antecipar, acabamos de vir de uma eleição vitoriosa e tudo depende de uma série de discussões com o meu grupo político, que hoje é o PSDB. Por isso que digo tudo depende de Deus, hoje estou no PSDB, mas amanhã posso não estar, qualquer definição agora é um risco que corremos.
DIÁRIO – Está pensando em deixar o partido?
CHICA – Só digo que hoje estou no PSDB, mas na política tudo muda sempre.
“O governo tem que ter consciência do quanto Cuiabá contribui para este Estado e não tem. Um exemplo é a nossa situação aqui na Câmara, ele simplesmente está ignorando os pedidos”
“O governador falou foi que nós não teríamos condições nem de pagar a luz do prédio. Ora, isso é problema nosso, deixa a gente ir para lá que eu coloco lampião, eu faço ter luz ali, se o problema for esse”
“Tudo depende de uma série de discussões com o meu grupo político, que hoje é o PSDB. Hoje estou no PSDB, mas amanhã posso não estar, qualquer definição agora é um risco que corremos”
Ela nega que esteja sofrendo pressões dentro da Câmara e que o relacionamento entre os demais vereadores é muito bom. No entanto, esta semana foi surpreendida com a decisão da bancada petista quando protocolaram um pedido de liminar contra a Mesa Diretora por conta da composição das comissões permanentes. Ela diz estar tranqüila, pois seguiu o Regimento Interno da Casa e não entende o motivo de tanto alvoroço.
Nesta entrevista, faz mistério sobre seu futuro político. Ainda não sabe se disputará uma cadeira no parlamento estadual, como fez em 2002. Por enquanto, continua no PSDB, o segundo partido em que se filiou desde que deu início à sua carreira política. Antes, passou pelo PDT, legenda pela qual foi eleita pela primeira vez.
Como cuiabana, ela se diz indignada com dois aspectos do atual governo: a distribuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e a falta de sede própria para a Câmara Municipal. Sobre o repasse do ICMS, Chica Nunes é prática: “É preciso levar em consideração a contribuição que a capital dá a esse Estado”.
DIÁRIO DE CUIABÁ – Qual a sua avaliação destes primeiros dias de trabalho?
CHICA NUNES – Nós tivemos cinco sessões e todas as sessões foram positivas. Começamos a apreciar os vetos do prefeito, antes abrimos com a sessão solene e começamos a montar as comissões, o que gerou uma certa polêmica entre outro partido. Está muito bom para se trabalhar na Câmara porque os vereadores novos estão com muita vontade de trabalhar então cada um vem com uma idéia nova, defendendo um segmento. Nós temos empresários, médico e acho que isso contribuiu muito para o bom desenvolvimento dos trabalhos. Cada um vem representando uma base eleitoral de uma região de Cuiabá. Como todos sabem, Cuiabá é dividida em quatro regiões, norte, sul, leste e oeste. Tendo as representações de cada uma destas regiões fica mais fácil até para identificarmos os problemas de cada uma. O que é de extrema importância e necessidade em um bairro, pode não ser em outro e essas informações nos ajuda a conduzir os trabalhos. Os vereadores têm andado muito e levado ao prefeito a situação que vemos. Então, andando juntos mas com a independência entre os poderes.
DIÁRIO – Nesta semana, o prefeito Wilson Santos teve sua primeira derrota na Câmara, com a derrubada de um veto proposto por ele. Isso significa que as coisas não serão tão fáceis para ele?
CHICA NUNES – Eu não considero que foi uma derrota. Eu acredito que isso mostra o que o prefeito é uma pessoa que respeita as decisões. Ele que até pouco tempo era um parlamentar, entende que está sim sujeito a ter algumas de suas idéias rejeitada pelo Poder Legislativo. Vejo isso de uma forma positiva, mostra que nossa independência será mantida e respeitada. O veto que o prefeito apresentou foi sobre o projeto de lei do vereador Éden Capistrano que trata do reaproveitamento de águas fluviais. Foi derrubado porque é um projeto muito importante, pois trata do meio ambiente, trata de um assunto que muitos hoje defendem. É algo semelhante ao processo de reciclagem que tem beneficiado muitas pessoas. Acredito também que isso mostra que a Câmaras vai trabalhar sempre preocupada com a população. Levantou-se muito a questão da presidente ser do mesmo partido do prefeito, o fato da maioria ter apoiado a minha eleição, inclusive com um voto do PT. Mas não é por aí, em momento algum isso mostrou que o prefeito teria voz e vez dentro da Casa. Ele terá sempre as portas abertas aqui, mas vamos atuar com independência e clareza. Nesse caso específico do projeto do vereador Éden, o custo apresentado no projeto é baixo e a prefeitura não terá dificuldades financeiras em conseguir implantá-lo. Sabemos da complicada situação financeira da prefeitura até porque vivenciamos toda essa situação com que as contas foram deixadas pela administração passada, a dificuldade que o TCE teve em aprovar as contas de Cuiabá.
DIÁRIO – A senhora, enquanto vereadora por três mandatos, viu tudo isso de perto. Foi tomada alguma medida por parte do Legislativo para alertar a situação com que a prefeitura estava?
CHICA NUNES – Sempre fomos minoria na Casa, mas mesmo assim tentávamos exercer nosso papel de fiscalizador e até para alertar o Executivo. Só que não éramos ouvidos, era como se não existíssemos para a administração passada. Víamos que a situação era complicada, mas ao mesmo tempo não era possível fazer nada. Quando era o Totó o líder procurávamos, chamava a atenção para a maneira como as coisas estavam sendo conduzidas. Não havia diálogo entre o Executivo e o Legislativo. Devo admitir que o ex- prefeito Roberto França trabalhou muito, foi um leão para trabalhar mas as coisas foram mal planejadas, não houve planejamento para as ações da gestão passada por isso Wilson pegou a prefeitura desse jeito. Quando falo em falta de estratégia, pelo menos na área financeira, me refiro principalmente a falta de sintonia entre a secretaria de Planejamento com a de Finanças, que é a executora. Isso não houve mesmo.
DIÁRIO – A senhora falou sobre a composição das comissões. Como está a relação com a bancada petista depois que eles protocolaram uma ação contra a Mesa Diretora?
CHICA – Está tranqüila, eu entendo que eles estão no direito de procurar a justiça. Ainda não conversei com eles diretamente sobre este assunto. Mas o que eu discordo é do fato de ficarem com essa `briga’ de eu quero essa, eu quero aquela. Eu vejo que todas as comissões são importantes tanto é que todas existem. Para mim, por exemplo, a comissão com maior peso para a população, que é quem iremos atingir através do trabalho das comissões, é de Meio Ambiente. Tudo gira em torno do meio ambiente e preciso cuidado ao tratar desse aspecto. A comissão de Direitos Humanos tem sua importância tão grande quanto a de qualquer outra. Acho que essa diferenciação não deveria existir. Outro ponto é o fato dos vereadores do PT terem ficado insatisfeitos quando na verdade foram os mais contemplados, ficando com sete comissões. Estamos tranqüilos, agimos conforme estabelece nosso regimento e acabo de receber a informação de que o pedido de liminar interposto por eles (petistas) foi indeferido pelo juiz. Isso mostra que estamos corretos e repito, seguimos o regimento e estou tranqüila quanto à composição das comissões permanentes. Na última sessão o vereador Lúdio (PT) fez um comentário que eu até considero um elogio. Ele disse na tribuna que iria soltar fogos, pois havia prometido que quando um requerimento dele fosse aprovado pela Casa teria que comemorar com fogos. Eu disse a ele que então podia comprar uma caixa porque nosso trabalho será sempre em benefício da população cuiabana.
DIÁRIO – A Câmara tem acompanhado a discussão sobre a distribuição do ICMS entre os municípios?
CHICA – Temos e em breve iremos realizar audiências públicas para tratar do assunto com a sociedade. O requerimento para as audiências foi apresentado pelo vereador Permínio Pinto. Cuiabá não pode ser prejudicada com os cálculos da Secretaria de Fazenda, nós somos responsáveis pela saúde de grande parte do estado, quantos não vêm à Cuiabá para tratamento. Nossa população é a maior do Estado, somos a capital, muitas questões devem ser levadas em consideração e não estão sendo. Estamos ao lado do prefeito Wilson Santos, sabemos da importância que o Legislativo tem nessa discussão, mas de maneira concreta mesmo o que podemos fazer é levar ao conhecimento da população cuiabana a situação, o que ocorre hoje, porque é tão importante para a capital ter seu índice aumentado ou, no mínimo, mantido. Acredito que em breve as discussões terão início. O governo tem que ter consciência do quanto Cuiabá contribui para este Estado e não tem. Um exemplo é a nossa situação aqui na Câmara, ele simplesmente está ignorando os pedidos para que o prédio da Assembléia Legislativa fique com a Câmara.
DIÁRIO – Então na opinião da senhora o Governo do Estado não está contribuindo com Cuiabá?
CHICA – Somos preteridos em tudo. No caso do prédio da Assembléia, estivemos com ele logo após a chegada do Estradeiro Internacional. Entreguei um documento para ele que reivindicava a sede para nós, ele olhou de lado, como quem não tem interesse e disse depois que não era para nós fazermos uma poupança. `A Câmara poupa, a prefeitura e o governo ajudam com mais um pouco depois, aí vocês constroem a sede da Câmara’, ele disse dessa forma. Achei um absurdo porque aquele terreno é da Câmara. Outra coisa que o governador falou foi que nós não teríamos condições nem de pagar a luz do prédio. Ora, isso é problema nosso, deixa a gente ir para lá que eu coloco lampião, eu faço ter luz ali, se o problema for esse. Meu maior desejo é que deixemos de ser inquilinos. Como cuiabana, como presidente desta Casa quero muito que a Câmara tenha sua sede própria, mas para que isso aconteça precisamos de ajuda e não tenho visto por onde, já que a alternativa mais fácil para todos é ficarmos com o prédio da Assembléia. Por que quando vêm empresários, representantes de outros países em Cuiabá, eles não são trazidos à Câmara? Não somos cartão postal, porque se hoje estamos aqui, amanhã podemos não estar mais, isso é ruim, pois somos um dos poderes e temos que ter nossa sede.
DIÁRIO – Como está sendo conduzir uma Câmara onde apenas a senhora é mulher?
CHICA – Sempre fomos minoria na Casa, agora com a ida da vereadora Lueci para a secretaria de Bem estar Social eu fiquei sozinha. Sempre fui muito respeitada entre os colegas e estar aqui pela terceira vez mostra que estamos fazendo um bom trabalho. O que mudou de fato foi que agora `cresci’ dentro da Casa no que diz respeito a função, o que não me preocupa pois conta com a maioria dos colegas,não há pressão de nenhuma parte. Me sinto orgulhosa de poder representar a mulher na Câmara.
DIÁRIO – Quais são os planos políticos a partir de agora, a senhora vai disputar novamente vaga na Assembléia Legislativa?
CHICA – O futuro a Deus pertence. Não posso me antecipar, acabamos de vir de uma eleição vitoriosa e tudo depende de uma série de discussões com o meu grupo político, que hoje é o PSDB. Por isso que digo tudo depende de Deus, hoje estou no PSDB, mas amanhã posso não estar, qualquer definição agora é um risco que corremos.
DIÁRIO – Está pensando em deixar o partido?
CHICA – Só digo que hoje estou no PSDB, mas na política tudo muda sempre.
“O governo tem que ter consciência do quanto Cuiabá contribui para este Estado e não tem. Um exemplo é a nossa situação aqui na Câmara, ele simplesmente está ignorando os pedidos”
“O governador falou foi que nós não teríamos condições nem de pagar a luz do prédio. Ora, isso é problema nosso, deixa a gente ir para lá que eu coloco lampião, eu faço ter luz ali, se o problema for esse”
“Tudo depende de uma série de discussões com o meu grupo político, que hoje é o PSDB. Hoje estou no PSDB, mas amanhã posso não estar, qualquer definição agora é um risco que corremos”
Fonte:
Diário de Cuiaba
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/354612/visualizar/
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