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Politica Brasil
Domingo - 06 de Março de 2005 às 07:25
Por: Onofre Ribeiro

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A propósito do artigo “Administrar o fogo amigo”, publicado neste espaço na edição de ontem, recebi telefonema do secretário de Infra-estrutura, Luiz Antonio Pagot, colocando algumas posições sobre a abordagem publicada. Ele fez uma relato, principalmente, sobre a relação do PPS e do governo de Mato Grosso com o deputado federal Pedro Henry. E, segundo, sobre o arco de alianças que se formará para as eleições de 2006 para o governo estadual, senatória, deputados federais e estaduais.

Segundo o secretário, o governador Blairo Maggi manteve uma longa conversa política com o deputado Pedro Henry, no dia 27 de janeiro. No dia seguinte, o deputado teve uma conversa política com o ex-prefeito de Várzea Grande, Jaime Campos, e saiu dizendo-se insatisfeito e aventou a possibilidade de disputar o governo. O governador respondeu-lhe que disputasse o cargo de governador. Ficou no ar um quê de arranhão que foi amenizado nos dias seguintes através de declarações de artigo do deputado Pedro Henry publicados na imprensa.

Pagot afirma que três dias depois fez críticas ao deputado Pedro Henry em resposta a críticas que recebeu dele. Chamou-o de “ditador e de truculento”. Depois disso, disse-me ele ontem que nunca mais falou sobre o deputado Pedro Henry e argumenta: “como discutir posições definitivas para as eleições do ano que vem, se nem sabemos qual será o arco de alianças, se a verticalização vai continuar ou não? Qualquer especulação sobre acordos definitivos sobre candidaturas é querer passar o carro adiante dos bois”.

Outra colocação do secretário é a de que “qualquer composição precipitada a sociedade não vai engolir”.A propósito, observa que se ainda não há um arco de alianças, então a questão é os partidos lutarem para se fortalecer. “Não adianta querer crescer por meio de declarações à imprensa. É preciso viajar para o interior, fazer ações junto às bases e arregimentar filiados”. O desafio dos partidos agora, diz, é ter conceito e ideologia.

Tem gente boa aqui e ali, figuras ilustres, diz Pagot, que precisa ser recrutadas pelos partidos para que haja uma real renovação que atenda aos interesses da sociedade.

Por fim, ele admite que sua aresta com o deputado Pedro Henry decorre de duas reuniões que ele manteve na época da escolha da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Cuiabá. O deputado criticou-o por posições manifestas sobre pretendentes à disputa, cobrando conceito e ideologia, a fim “de quebrar o cartel que tem vigorado na Câmara de Vereadores da capital, onde dois grupos comandam tudo. “Troca só de A para B, e de B para A, e continua tudo na mesma”. Mas foi a partir dessas observações que nasceu o questionamento entre o secretário Pagot e o deputado Pedro Henry.

Nas entrelinhas, o mal-estar pessoal entre ambos ainda não resolvido.Do ponto de vista do acordo político, segundo o qual o deputado seria o candidato do PPS a senador, também está claro que será o arco de alianças apontado pelo secretário Pagot, é “quem definirá quem será quem”.

Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM

onofreribeiro@terra.com.br




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