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Administrar o fogo amigo
É preciso rever o andamento político em Mato Grosso, de olho na sucessão do ano que vem. Só para refrescar a cabeça do leitor: serão eleitos o presidente da República, um senador em Mato Grosso, oito deputados federais e 24 deputados estaduais.
Pelo tamanho da eleição, fica fácil perceber o porquê das especulações e dos movimentos políticos. O centro do fogo é o governador Blairo Maggi. Tanto para atirar como receber o fogo amigo e o fogo inimigo.
Neste momento ele é mais alvo do fogo amigo, disparado por partidos e partidários da sua própria base de apoio. O grande canal das guerrilhas é a mídia.
Os atiradores do fogo amigo estão entrincheirados em dois focos: no deputado federal Pedro Henry, e no ex-governador e ex-prefeito de Várzea Grande, Jaime Campos. Definitivamente insatisfeito, Jaime Campos nega que tenha dito a frase que “só tem olhos azuis no palácio do governo”, mas não nega o fato. “Não fui eu quem falou, mas lá só tem olho azul”, admite.
Jaime está muito desconfortável em relação ao seu futuro político pessoal e ao futuro da aliança do PFL com o PPS que apóia o governo.
Descontente também está o deputado federal Pedro Henry, o segundo maior complicador do governador. Pedro Henry preside o PP, partido de grande visibilidade atual no país, depois da vitória do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti. Sonhava ser ministro, mas sua atuação no processo da eleição da Câmara dos Deputados deixaram-no arranhado para chegar a um ministério, pelo menos sob a tutela do seu partido.
Mas é forte candidato a senador por Mato Grosso. Vem de uma série de mal-entendidos com o governo estadual. Na semana passada sentaram-se ele e o governador Blairo Maggi para fumar o cachimbo da paz. Mas no dia seguinte o secretário de Infra-estrutura, Luiz Antonio Pagot, até agora o mais forte interlocutor político com o mais amplo acesso ao governador, criticou severamente Pedro Henry. De novo estabeleceu-se o clima de desconfiança entre o gato e o rato.
A lógica e a experiência políticas ensinam que o deputado Pedro Henry, com o prestígio de ex-líder do PP na Câmara, com largo trânsito nos órgãos do governo federal, e tendo eleito 22 prefeitos pelo partido no ano passado, é um jogador político nato.
Ele sabe, por exemplo, que o acordo com o PPS para disputar a vaga de senador, não lhe dá garantias. Logo, ele abrirá fogo amigo sempre que precisar para garantir o acordo. Mas não hesitará em criar uma crise enorme diante da dúvida sobre suas chances de disputar a vaga do Senado. Esse é o grande perigo!
Resta ao governador Blairo Maggi usar o seu provável futuro articulador político, o ex-prefeito de Cuiabá, Roberto França, para negociar com o deputado Pedro Henry e com outros descontentes. São conversas pra mais de metro.
Aliás, neste momento, nada mais necessário do que conversar para neutralizar o pior tipo de fogo da política: o fogo amigo.
Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e de RDM onofreribeiro@terra.com.br
Pelo tamanho da eleição, fica fácil perceber o porquê das especulações e dos movimentos políticos. O centro do fogo é o governador Blairo Maggi. Tanto para atirar como receber o fogo amigo e o fogo inimigo.
Neste momento ele é mais alvo do fogo amigo, disparado por partidos e partidários da sua própria base de apoio. O grande canal das guerrilhas é a mídia.
Os atiradores do fogo amigo estão entrincheirados em dois focos: no deputado federal Pedro Henry, e no ex-governador e ex-prefeito de Várzea Grande, Jaime Campos. Definitivamente insatisfeito, Jaime Campos nega que tenha dito a frase que “só tem olhos azuis no palácio do governo”, mas não nega o fato. “Não fui eu quem falou, mas lá só tem olho azul”, admite.
Jaime está muito desconfortável em relação ao seu futuro político pessoal e ao futuro da aliança do PFL com o PPS que apóia o governo.
Descontente também está o deputado federal Pedro Henry, o segundo maior complicador do governador. Pedro Henry preside o PP, partido de grande visibilidade atual no país, depois da vitória do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti. Sonhava ser ministro, mas sua atuação no processo da eleição da Câmara dos Deputados deixaram-no arranhado para chegar a um ministério, pelo menos sob a tutela do seu partido.
Mas é forte candidato a senador por Mato Grosso. Vem de uma série de mal-entendidos com o governo estadual. Na semana passada sentaram-se ele e o governador Blairo Maggi para fumar o cachimbo da paz. Mas no dia seguinte o secretário de Infra-estrutura, Luiz Antonio Pagot, até agora o mais forte interlocutor político com o mais amplo acesso ao governador, criticou severamente Pedro Henry. De novo estabeleceu-se o clima de desconfiança entre o gato e o rato.
A lógica e a experiência políticas ensinam que o deputado Pedro Henry, com o prestígio de ex-líder do PP na Câmara, com largo trânsito nos órgãos do governo federal, e tendo eleito 22 prefeitos pelo partido no ano passado, é um jogador político nato.
Ele sabe, por exemplo, que o acordo com o PPS para disputar a vaga de senador, não lhe dá garantias. Logo, ele abrirá fogo amigo sempre que precisar para garantir o acordo. Mas não hesitará em criar uma crise enorme diante da dúvida sobre suas chances de disputar a vaga do Senado. Esse é o grande perigo!
Resta ao governador Blairo Maggi usar o seu provável futuro articulador político, o ex-prefeito de Cuiabá, Roberto França, para negociar com o deputado Pedro Henry e com outros descontentes. São conversas pra mais de metro.
Aliás, neste momento, nada mais necessário do que conversar para neutralizar o pior tipo de fogo da política: o fogo amigo.
Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e de RDM onofreribeiro@terra.com.br
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/354671/visualizar/
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