Inflação para o paulistano é a menor desde setembro

São Paulo - A inflação para o consumidor paulistano recuou em fevereiro ao menor índice dos últimos cinco meses, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), ligada à Universidade de São Paulo. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ficou em 0,36%.

A principal desaceleração de preços se deu no item Educação, que tradicionalmente pressiona os preços em janeiro, período de matrículas escolares. A menor taxa anterior, de 0,21%, ocorreu em setembro, quando o IPC ficou em 0,56%.

Segundo o coordenador da pesquisa de preços da Fipe, Paulo Picchetti, o item Vestuário também colaborou para o recuo, porque os preços estão em queda desde o início do ano, devido às liquidações que ainda não terminaram. "Isso ajuda a inflação positivamente", disse.

Os itens que pesaram para a inflação de fevereiro para o paulistano foram principalmente o Imposto Predial e Territorial e Urbano (IPTU), o reajuste de tarifas do metrô e os produtos in-natura, devido a problemas de oferta, principalmente de legumes, que tiveram altas expressivas. De acordo com Picchetti, "quando conseguimos associar o aumento a poucos preços específicos, isso mostra que a inflação não está acelerando".

Em março, o aumento da tarifa de ônibus de R$ 1,70 para R$ 2,00 na capital deverá, sozinho, causar um impacto de 0,55 pontos percentuais sobre o índice. Pichetti afirmou que todos os outros preços acompanhados pela Fipe mostram estabilidade ou tendência de recuo. Além das tarifas de transporte, pesarão para a inflação o aumento de tarifas de telefonia celular e o pagamento da última prestação do Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotivo (IPVA). A estimativa para março é de uma taxa de 0,8%, mas segundo o coordenador, "é fundamental pensar em termos da tendência: nada disso significa que a inflação está acelerando ou saindo de controle e já em abril deve mostrar um recuo bastante expressivo".