Mais um ex-PM acusado de fazer parte de grupo de extermínio será julgado hoje
O ex-soldado Antônio Alves da Costa é um dos acusados de participar do assassinato da dona de casa Maria de Lurdes Ramalho. Ela foi morta com três tiros após ser retirada do carro dela. O crime aconteceu em 10 de abril de 1993 na rodovia que dá acesso a Jangada e ficou conhecido como "Caso Lurdinha".
Condenado
No dia 14 do mês passado, Emerson da Silva Marques, também envolvido no "Caso Lurdinha", foi condenado a 18 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado e estupro.
Em setembro do ano passado foram julgados outros dois ex-PMs. Ademar José dos Santos Lobo, mais conhecido como "sargento Ademar", foi condenado a 14 anos pelo crime. O ex-cabo Custódio Alves Juvenal foi absolvido.
Embora o ex-PM negue a participação, as testemunhas reconheceram os militares por meio de fotos antigas, pois somente em 1999 é que o caso voltou a ser investigado.
O marido de Lurdinha, o bancário Osvaldo Sanches Roman, também foi condenado a 14 anos de prisão em regime fechado por ser o mandante do crime. O julgamento ocorreu em novembro do ano passado. Os advogados de defesa recorreram e ele aguarda a apelação em liberdade.
Caso "A Firma"
Uma investigação do Ministério Público Estadual trouxe à tona os crimes de pistolagem cometidos por ex-policiais militares em Mato Grosso.
Em junho de 1999, quatro policiais foram presos acusados de envolvimento em vários assassinatos. Na época, a delegacia de homicídios ouviu o depoimento de uma testemunha que denunciou a participação dos policiais militares em uma firma de segurança e execução.
O caso de maior repercussão foi o assassinato dos sindicalistas Francisco Lima de Jesus, o Chico, e Edmar Viana Pereira, o Bil. O duplo homicídio aconteceu em maio de 1994, em uma estrada próxima ao Distrito da Guia. Os corpos foram encontrados carbonizados.
Os acusados foram Antônio Alves da Costa, que será julgado hoje, Emerson da Silva Marques e Ademar José dos Santos, já condenados, e ainda o cabo Custódio Alves Juvenal, absolvido.
Outro crime
Em maio de 1999, Elias Delfino Santana foi assassinado com cinco trios de pistola. De acordo com testemunha, os autores foram o ex-soldado Antônio e Custódio Alves Juvenal.
O crime teria custado R$ 300. O grupo de extermínio também agia em outros estados. De acordo com a juíza Maria Erothides, a população sabia das saídas dos policiais do Batalhão de Guardas. "Várias denúncias foram feitas, mas nenhuma providência foi tomada.", disse a juíza. (AM)
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