Seca já atinge 80% dos municípios no RS

Os municípios em estado de emergência em virtude da seca no Rio Grande do Sul já somam 396. Nas regiões Noroeste, Celeiro e Grande Santa Rosa, rios, açudes e sangas se transformaram em terra rachada.

O ministério do Desenvolvimento assegurou que até maio iniciará o pagamento do seguro agrícola aos agricultores. Já foram solicitados 40 mil pedidos de avaliação de perdas pela seca no Estado. Segundo os meteorologistas, a previsão é que no outono haverá chuva com volumes normais.

O deputado estadual Frei Sérgio Görgen (PT), da Via Campesina, disse que a seca no RS é uma das maiores catástrofes climáticas que o Estado já viveu. Ele defende medidas profundas para o atendimento aos agricultores atingidos.

"Me criei na região da soja e não me lembro de ter visto a soja morrer na lavoura. Árvores estão morrendo na mata e é um fato totalmente inédito", afirmou o deputado. Ele cobrou medidas por parte dos governos estadual e federal. "Não podemos tratar essa seca como outra que já tivemos", disse.

O parlamentar alertou para as origens desta seca, fruto de mudanças climáticas provocadas pelo modelo de desenvolvimento industrial e agrícola aplicado no mundo e no Brasil nos últimos anos. "Ou mudamos a forma de desenvolver as sociedades ou situações como essa se repetirão mais e mais e de maneira cada vez mais forte", afirmou Göergen.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva define amanhã a data para verificar os prejuízos causados pela estiagem no Rio Grande do Sul. Lula retorna hoje à noite do Uruguai e decide a vinda ao Estado. Em Brasília, entidades gaúchas ligadas à agricultura, que participam do 9º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), se reuniram com o ministro Miguel Rossetto, do Desenvolvimento Agrário para buscar soluções imediatas. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar no RS (Fetag) também pediu ao Ministério das Cidades verbas para a habitação rural.