Museu do Prado ignora polêmica e promete mostra

O Museu do Prado assinalou na terça-feira que procederá com a exibição do pintor alemão Albrecht Duerer, apesar da controvérsia que surgiu sobre se alguns dos quadros foram cedidos em empréstimo sem as permissões legais necessárias. A exibição, que reúne 87 quadros, desenhos e litografias de um dos mestres do renascimento, tinha início previsto para o dia 8 de março. As obras foram cedidas pelo museu de Albertina, em Viena.

Semana passada, o ministério de Assuntos Culturais de Áustria disse que o Albertina não tinha apresentado os documentos adequados antes de enviar os quadros a Espanha.

O Prado disse na terça-feira que vai abrir a exposição na data prevista.

"Esperamos que o Albertina cumpra com os compromissos que tem com o Prado, que foram assinados em contrato", disse um porta-voz do museu. "Esperamos inaugurar a exposição no dia que estava nos nossos planos".

A controvérsia se deve a algumas das obras de Duerer, particularmente A Lebre, que estão entre as obras de arte mais frágeis e preciosas dos tesouros históricos de Áustria.

As autoridades austríacas temem que as obras, que datam de finais do século XV e princípios do XVI, poderiam sofrer danos durante seu traslado a Madri, onde se encontra o Prado.

Em um comunicado divulgado na segunda-feira, o Prado disse ter cumprido com suas obrigações de transporte, segurança e exposição das obras.

O Prado disse ter sido informado que tanto o Albertina como o Ministério de Cultura de Áustria tinham autorizado o empréstimo dos quadros, exceto um, A Erva Alta. A Lebre e outras obras iriam em empréstimo de apenas quatro semanas.

O museu espanhol disse que o contrato tem de ser respeitado. Um porta-voz disse que até o dia 18 de fevereiro tinham recebido 57 obras, mas não confirmou se o resto chegou. O Prado disse que a exibição é produto de dois anos de negociações.

Albrecht Duerer (1471-1528) é um dos artistas da escola alemã mais influentes do Renascimento.