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Estúdios gastam US$ 15 milhões pelo Oscar
Los Angeles - Depois da festa, as contas. Segundo experts de Hollywood, os estúdios Warner Bros. e Miramax gastaram cerca de U$ 15 milhões nas campanhas promocionais de Menina de Ouro e O Aviador. Mais do total do que foi gasto para fazer Sideways, um dos concorrentes ao prêmio de Melhor Filme - e que papou todos os Spirit Awards, os prêmios independentes, no sábado. Os produtores de Hollywood acham que, desta vez, os gastos com os blockbusters subiram acima do razoável e podem tornar-se incontroláveis nas próximas campanhas de Hollywood.
A disparidade entre os ricos e os pobres de Hollywood é grande na meca do cinema.
Segundo o jornal Los Angeles Times, a Paramount Pictures gastou US$ 200 mil para trazer Mick Jagger e sua turma num jato privado para participar dos prêmios Globo de Ouro, prévia do Oscar - e, no final, Mick Jagger acabou não recebendo a almejada indicação de melhor canção pelo tema de Alfie, o filme em questão da Paramount.
Por outro lado, o orçamento total de Maria Full of Grace, que rendeu uma indicação ao prêmio de Melhor Atriz para Catalina Sandino-Moreno, foi de menos de US$ 1 milhão.
Outro filme que teve uma atriz concorrendo ao prêmio máximo de interpretação, Vera Drake (de Mike Leigh) custou menos de US$ 2 milhões.
Os investimentos em divulgação e lobby de um filme podem ser uma faca de dois gumes no pescoço dos estúdios. Pode dar certo, como deu para Hotel Ruanda (que teve um investimento de US$ 10 milhões da MGM e conseguiu indicações de Melhor Ator para Don Cheadle, melhor atriz coadjuvante para Sophie Okoneto e Melhor Roteiro Original para Keir Pearson e Terry George).
Depois das indicações, o Oscar torna-se um súbito bom negócio. A Universal Home Entertainment, espertamente, lançou o filme Ray em DVD logo depois que recebeu as indicações para Melhor Ator (Jamie Foxx), Melhor Filme e Melhor Diretor. Resultado: já vendeu cerca de 5 milhões de unidades e gerou um consumo de cerca de US$ 90 milhões, segundo Craig Kornblau, presidente da empresa.
O cálculo aproximado dos gastos de campanha de O Aviador e Menina de Ouro inclui o cachê dos consultores do Oscar, as centenas de cabines com pré-estréias para divulgação internacional, spots de TV, um mailing com DVDs do filme para todos os 5.808 eleitores da Academia, coquetéis, roupas e cabeleireiro para as atrizes, um encarte publicitário de 4 páginas na revista Variety (US$ 137 mil), anúncios de duas páginas durante três dias no Los Angeles Times (cerca de US$ 255 mil), entre outros.
"O Oscar é também algo contraditório", comentou o ator espanhol Javier Bardem. "Por um lado, esses prêmios apóiam o produto e tudo que apóie Mar Adentro, bem-vindo seja. Por outro lado, os prêmios não dão um valor real aos filmes. Vi interpretações maravilhosas perderem o Oscar para outras que não eram tanto. O melhor só existe nos Jogos Olímpicos: aquele que corre os 100 metros em menos tempo é objetivamente o melhor. No cinema, não é assim", disse Bardem, considerado uma das grandes injustiças dessa edição do Oscar -pela sua interpretação em Mar Adentro, merecia estar na disputa de Melhor Ator.
A disparidade entre os ricos e os pobres de Hollywood é grande na meca do cinema.
Segundo o jornal Los Angeles Times, a Paramount Pictures gastou US$ 200 mil para trazer Mick Jagger e sua turma num jato privado para participar dos prêmios Globo de Ouro, prévia do Oscar - e, no final, Mick Jagger acabou não recebendo a almejada indicação de melhor canção pelo tema de Alfie, o filme em questão da Paramount.
Por outro lado, o orçamento total de Maria Full of Grace, que rendeu uma indicação ao prêmio de Melhor Atriz para Catalina Sandino-Moreno, foi de menos de US$ 1 milhão.
Outro filme que teve uma atriz concorrendo ao prêmio máximo de interpretação, Vera Drake (de Mike Leigh) custou menos de US$ 2 milhões.
Os investimentos em divulgação e lobby de um filme podem ser uma faca de dois gumes no pescoço dos estúdios. Pode dar certo, como deu para Hotel Ruanda (que teve um investimento de US$ 10 milhões da MGM e conseguiu indicações de Melhor Ator para Don Cheadle, melhor atriz coadjuvante para Sophie Okoneto e Melhor Roteiro Original para Keir Pearson e Terry George).
Depois das indicações, o Oscar torna-se um súbito bom negócio. A Universal Home Entertainment, espertamente, lançou o filme Ray em DVD logo depois que recebeu as indicações para Melhor Ator (Jamie Foxx), Melhor Filme e Melhor Diretor. Resultado: já vendeu cerca de 5 milhões de unidades e gerou um consumo de cerca de US$ 90 milhões, segundo Craig Kornblau, presidente da empresa.
O cálculo aproximado dos gastos de campanha de O Aviador e Menina de Ouro inclui o cachê dos consultores do Oscar, as centenas de cabines com pré-estréias para divulgação internacional, spots de TV, um mailing com DVDs do filme para todos os 5.808 eleitores da Academia, coquetéis, roupas e cabeleireiro para as atrizes, um encarte publicitário de 4 páginas na revista Variety (US$ 137 mil), anúncios de duas páginas durante três dias no Los Angeles Times (cerca de US$ 255 mil), entre outros.
"O Oscar é também algo contraditório", comentou o ator espanhol Javier Bardem. "Por um lado, esses prêmios apóiam o produto e tudo que apóie Mar Adentro, bem-vindo seja. Por outro lado, os prêmios não dão um valor real aos filmes. Vi interpretações maravilhosas perderem o Oscar para outras que não eram tanto. O melhor só existe nos Jogos Olímpicos: aquele que corre os 100 metros em menos tempo é objetivamente o melhor. No cinema, não é assim", disse Bardem, considerado uma das grandes injustiças dessa edição do Oscar -pela sua interpretação em Mar Adentro, merecia estar na disputa de Melhor Ator.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/356033/visualizar/
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