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Internacional
Terça - 01 de Março de 2005 às 11:20

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A pobreza infantil relativa aumentou em 17 dos 24 países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) desde o início dos anos 90, com destaque negativo para Estados Unidos e México.

Um relatório divulgado nesta terça-feira em Genebra pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) afirma que as taxas de pobreza infantil relativa - porcentagem de crianças que vivem em lares cuja renda é inferior a 50% da média nacional - nos EUA e no México são de 21,9% e 27,7%, respectivamente, o que deixa os países nos últimos lugares na classificação do estudo.

Os países com as menores taxas são Dinamarca (2,4%), Finlândia (2,8%) e Noruega (3,4%). Grécia (12,4%), Polônia (12,7%), Espanha (13,3%) e Japão (14,3%) ficam em posições intermédias.

Estes números indicam que entre 40 e 50 milhões de crianças estão crescendo em condições de carência nos países mais ricos do mundo, segundo o relatório.

Ele afirma que apesar da crença geral de que a pobreza infantil vem diminuindo, desde o início dos anos 90, só houve uma queda significativa dos números em quatro países, que continuam tendo, no entanto, taxas elevadas: Austrália, Noruega, Reino Unido e Estados Unidos.

Pelo estudo, o único país cujos níveis de pobreza entre crianças podem ser classificados de realmente "muito baixos e em queda" é a Noruega.

Segundo a agência das Nações Unidas, os fatores determinantes para a pobreza infantil são as condições do mercado de trabalho, as políticas públicas e as tendências sociais.

Em dez dos países da OCDE de que se têm dados a Unicef detectou um aumento da porcentagem de universitárias e de crianças cujas mães recebem o seguro desemprego, o que deveria ter gerado um aumento dos recursos dirigidos ao menor.

A situação foi contrastada, no entanto, pela redução da renda dos pais na camada inferior da escala salarial em, pelo menos, 7 países, explica o relatório.

O estudo diz que os governos são capazes de reduzir a pobreza infantil e mostra que, quanto maior é a despesa pública em assistência social e familiar, menor é o índice de pobreza que afeta as crianças.

Ele precisa ainda que a atuação do governo pode fazer com que a pobreza infantil seja reduzida, em média, 40%.

Os especialistas do Unicef afirmam também que nenhum país da OCDE que destina 10% ou mais de seu Produto Interno Bruto (PIB) para despesas sociais tem uma taxa de pobreza infantil superior a 10%.

Por outro lado, nenhum país que destina menos de 5% do PIB para o social registra taxa menor que 15%.

O relatório diz que países como Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha não só destinam uma porcentagem pequena de seu orçamento público para despesas sociais, como esses montantes não são eficazes para proteger as famílias com rendas mais baixas.

"Os dados desses cinco países demonstram que os recursos públicos dirigidos aos lares com rendas baixas se concentram em indivíduos de 50 anos ou mais", o que seria uma tendência dos investimentos sociais nos anos 90, diz o estudo.

Ele sustenta que vários países da Organização poderiam estabelecer metas "realistas" reduzir os índices de pobreza infantil para menos de 10%. O passo seguinte seria a igualar as taxas às dos países nórdicos, ou seja, abaixo de 5%.





Fonte: EFE

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