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Internacional
Terça - 01 de Março de 2005 às 09:30

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A Junta de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) iniciou nesta terça-feira seu segundo dia de sessões para discutir a verificação do programa nuclear do Irã e a disputa atômica com a Coréia do Norte.

Segundo fontes diplomáticas, a Junta tratará nesta manhã de assuntos técnicos e internos do organismo e se dedicará à Coréia do Norte e ao Irã na sessão da tarde.

Espera-se que o subdiretor geral da AIEA para Salvaguardas, o belga Pierre Goldschmidt, apresente um relatório oral sobre as investigações do organismo no Irã.

Por outro lado, China, EUA, Japão, Coréia do Sul e Rússia, os cinco países que estão negociando com a Coréia do Norte o abandono de seu programa nuclear militar, preparam uma declaração conjunta.

Diplomatas consultados pela EFE em Viena disseram hoje que os cinco países estão em desacordo sobre a linguagem dessa declaração, que será provavelmente apresentada pela presidente da Junta, a embaixadora canadense ante a AIEA, Ingrid Hall.

Enquanto Japão e EUA desejam dar à declaração um tom duro, a China estaria pressionando para suavizá-lo.

Na segunda-feira, na abertura da reunião da Junta, o diretor geral do organismo, o egípcio Mohamed El Baradei, disse que a afirmação da Coréia do Norte de que dispõe de armas nucleares é um assunto de "máxima preocupação" para a comunidade internacional.

"A recente declaração da Coréia do Norte de que possui armas nucleares é um assunto de máxima preocupação. Tem sérias implicações e ressalta, mais uma vez, a importância e a urgência de encontrar um solução mediante o diálogo", assinalou.

Quanto ao Irã, a atenção da reunião estará centrada hoje no relatório oral elaborado por Pierre Goldschmidt, que apresentará aos 35 países membros da Junta novos detalhes sobre o estado das inspeções no país persa.

Fontes diplomáticas consultadas pela EFE assinalaram que não são esperadas novas revelações sobre o programa nuclear iraniano.

Ontem, El Baradei instou o Irã a cooperar mais e melhor para poder encerrar o mais rápido possível a investigação de seu controvertido programa nuclear.

Enquanto isso, existem indícios de que os EUA poderiam estar a ponto de dar uma reviravolta notável em sua política frente ao Irã.

Washington poderia se somar aos incentivos que os países europeus oferecem ao Irã para que abandone seu programa nuclear militar, incluindo o ingresso na Organização Mundial do Comércio (OMC), anunciou na segunda-feira a Casa Branca.

Segundo Scott McClellan, o porta-voz da Casa Branca, o presidente americano, George W. Bush, estuda junto com seus principais assessores de política externa e segurança a possibilidade de Washington se unir às ofertas européias.

Até agora, os EUA se negavam a compensar o Irã por colocar fim ao que considera um mau comportamento, ou seja, suas atividades de enriquecimento de urânio, o material fundamental à construção de armas nucleares, mas também combustível para reatores civis.

Alemanha, França e Grã-Bretanha negociam desde o ano passado um acordo comercial, político e de segurança, em troca do abandono definitivo de seu programa de enriquecimento de urânio.





Fonte: EFE

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