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Internacional
Terça - 01 de Março de 2005 às 08:37

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Apesar dos enormes esforços para combater a droga, a América do Norte, e especialmente Estados Unidos, é de longe o maior mercado consumidor dessas substâncias ilícitas, que não só são importadas, mas também traficadas e fabricadas em grande escala na própria região.

Isto acontecer apesar de os três Estados que formam a zona "dedicarem uma grande quantidade de recursos" para enfrentar o problema, "tanto dentro de seu território como além de suas fronteiras", destaca o Relatório 2004 da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE), apresentado hoje em Viena.

Esse ente do sistema das Nações Unidas reconhece, além disso, que "é excelente" a colaboração entre esses países -México, Estados Unidos e Canadá- na luta antidroga.

Graças à mesma, no ano passado foram desmantelad asoito importantes organizações internacionais de narcotraficantes e outras sete ficaram "seriamente desarticuladas".

Da mesma maneira, como resultado de várias operações conjuntas e de intercâmbio de informação com outros países da América Central ou do Norte, "no México foram detidos muitos hierarcas de organizações de narcotraficantes".

Entre eles, a Junta ressalta a captura em agosto de 2004 do "chefe de uma organização presumivelmente responsável por introduzir cerca da metade da quantidade de cocaína que passa clandestinamente do México para os Estados Unidos".

Entre os sucessos, reconhece-se, além disso, um diminuição do consumo de droga entre os estudantes de segundo grau nos EUA, assim como o estabelecimento no México de "comitês municipais contra as adições", que a JIFE espera que sejam úteis a esta luta.

No entanto, o relatório ressalta que, apesar dos avanços, o uso indevido de drogas nos Estados Unidos é "inquietantemente alto", e especialmente o consumo de cocaína, substância que "se trafica em grandes quantidades por toda a América do Norte" devido maiormente ao fato de que "os EUA constituem, com grande diferença sobre o resto, o mercado mais importante do mundo para essa droga".

Nos Estados Unidos, a cocaína, tanto em forma de pó como o craque, "é considerada a droga que guarda maior perigo e que contribui em maior medida para que sejam cometidos delitos violentos", ressaltam os especialistas da Junta.

A cocaína é consumida também no Canadá e, em menor medida, no México, país que registrou um considerável aumento do volume de apreensões desse entorpecente proibido, passando de 12.600 quilos em 2002 para 21.000 quilos em 2003.

Junto a este incremento, a JIFE adverte que os indícios indicam que os narcotraficantes utilizam cada vez mais o México como país de passagem da cocaína destinada à Europa, e pede ao governo do país latino-americano que "faça tudo para combater este novo fenômeno".

Outro fenômeno destacado no relatório é que, segundo resultados de pesquisas recentes, a taxa de consumo ilícito da drogas no México aumenta mais rapidamente entre as mulheres que entre os homens: frente aos 13 toxicômanos por cada toxicômana que havia em 1998, em 2002 a proporção foi de quatro toxicômanos por uma toxicômana.

Por outro lado, preocupa também "o crescente problema surgido pelo uso indevido ou o consumo irresponsável de alguns fármacos de venda com receita submetidos à fiscalização internacional, tais como a oxicodona e a hidrocodona" nos EUA.

Esses fármacos, que normalmente se receitam como calmantes, quando são "objeto de uso indevido" costumam se desviar do mercado lícito e ser obtidos através de farmácias que operam na Internet.

Além disso, "é muito considerável e parece estar em aumento" a fabricação ilícita de metanfetamina na América do Norte.

Em 2003, nos EUA foram desmantelados 9.000 laboratórios clandestinos destinados à fabricação desse entorpecente, uma cifra que supera amplamente a dos países vizinhos: 37 no Canadá e 20 no México, no mesmo ano.

Por último, o capítulo referente à América do Norte do relatório adverte sobre o incremento do consumo de estimulantes de tipo anfetamínico, entre eles a MDMA (Êxtase) e a metanfetamina, entre os jovens do Canadá.





Fonte: EFE

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