Austeridade: Contingenciamento dura todo ano

O governador Blairo Maggi (PPS) manterá durante o ano inteiro o aperto de cinto determinado para os meses de janeiro e fevereiro deste ano. A alegação é de que a previsão de queda na produção de grãos e na atividade econômica motivaram o contingenciamento dos gastos. Com isso, qualquer despesa do Executivo dependerá primeiramente do aval de Maggi e seus assessores mais próximos.

Maggi revelou a sua decisão na manhã de ontem, no Palácio Paiaguás, durante lançamento do 8º Encontro de Plantio Direto no Cerrado. Na ocasião, ele afirmou ainda que o pessimismo previsto para o setor agrícola lhe obriga a administrar com os pés no chão. Admitiu também dificuldades de chegar em dezembro sem um déficit orçamentário nas contas públicas.

"Vamos manter a medida durante o ano inteiro. Qualquer despesa vai passar por um controle mais rígido e dependerá de autorização. Vamos liberar aos poucos porque temos que administrar com os pés no chão. Não podemos deixar o orçamento totalmente fechado porque o Estado também tem que trabalhar. Mas não queremos enfrentar mais problemas no fim do ano", ponderou Maggi.

Só em janeiro, de acordo com os seus cálculos, Mato Grosso teve a arrecadação diminuída em R$ 30 milhões em comparação ao mês de dezembro. O valor é 10% menor que arrecadado anteriormente, ou seja, caiu de R$ 300 milhões mensais para aproximadamente R$ 270 milhões. A expectativa de que o período de dificuldades possa se estender ainda pelos próximos dois ou três anos. "Se o dólar subir e as coisas melhorarem, esqueça tudo o que falamos. Mas isso depende de uma questão internacional também", completou. 2004 foi a primeira vez que o Executivo concluiu o ano sem déficit orçamentário. Em 2003, o rombo ultrapassou R$ 40 milhões.

Encontro - Maggi confirmou também que amanhã se reunirá com os governadores Marconi Perillo (Goiás) e Zeca do PT (Mato Grosso do Sul) para discutir a retração do agronegócio.