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Politica Brasil
Sexta - 25 de Fevereiro de 2005 às 07:27
Por: Severino Motta

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Após a entrega do relatório final da CPMI do Banestado, o relator, deputado José Mentor (PT-SP), acusou o presidente da comissão, senador Antero Paes de Barros (PSDB), de ter obstruído as investigações, das quais fazem parte o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Alegou também que o material apurado atinge os interesses do senador e de seu partido.

Mentor espera agora que os membros da CPMI se reúnam e votem seu relatório até o dia 27, domingo, prazo final dos trabalhos. Caso isso não seja feito, toda a investigação promovida pelos parlamentares perderá o valor enquanto prova.

Oficialmente os trabalhos da CPMI haviam sido encerrados no dia 27 de dezembro pelo presidente Antero de Barros, contudo, quando a comissão foi iniciada o prazo limite para a conclusão de seus trabalhos ficou fixada em 27 de fevereiro, devido ao fato de um grupo parlamentar ter ido até o Uruguai ouvir o ex-bicheiro, que se encontra preso no país.

O deputado criticou o senador Antero, dizendo que o mesmo atrasou e obstruiu as investigações. “Eu estou constatando, o senador Antero obstruiu a investigação, isso é verdade”, disse. “Eu acho que o senador tem algum motivo para estar preocupado. A CPI aprovou a carta probatória [com perguntas a Arcanjo] em maio de 2004, eu fiz uma minuta dela em 7 de junho e ele [Antero] foi mandar o relatório em 20 de novembro”, completou.

Em entrevista coletiva aos jornalista ontem, em Brasília, o deputado também acusou o senador de ter interesse na não votação do relatório, e atrelou-o também aos interesses partidários. “A tentativa de não prorrogar a CPI e a negativa em bancar o relatório são a confissão de que as coisas apuradas atingiam interesses do senador [Antero]. (...) Acho que aí ele cumpriu o papel partidário”.

Sobre os requerimentos feitos por tucanos na CPMI, Mentor afirmou que é preciso “se ver o conteúdo... Querem investigar Waldomiro Diniz, o prefeito de Santo André, é um absurdo, não tem nada a ver com a CPI”.

A reportagem tentou conectar o senador Antero de Barros por várias vezes, mas ele não atendeu as ligações ao seu celular.




Fonte: Folha do Estado

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