Ex-prefeito afirma que não está preocupado com auditoria

Roberto França, que esteve no comando do Palácio Alencastro por oito anos, afirma que não tem nenhuma preocupação com a auditoria solicitada pelo prefeito Wilson Santos (PSDB) ao TCE.

Garante que tudo que fez enquanto prefeito foi correto e, caso tenha cometido erros, foram em questões administrativas. "Nada que ameace nossa conduta e honestidade". França diz que as auditorias das contas são feitas todos os anos. Sobre restos a pagar deixados por sua gestão, o socialista ressalta que existe uma resolução do Tesouro Nacional que determina que toda a arrecadação existente entre o dia 30 de dezembro e 10 de janeiro deve ser contabilizada no orçamento de 2004. "Dessa forma, deixamos receitas de R$ 7,5 milhões". França diz que recebeu uma circular do então presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Ezequiel Fonseca, reafirmando tal situação. "Esses recursos têm que ser contabilizados na nossa prestação de contas".

Já o ex-secretário de Finanças, Vivaldo Lopes, afirma que o prefeito Santos deve ter cometido equívoco ao analisar restos a pagar. "Tem que ver que base ele usou. Ele fez confusão". De acordo com Lopes, o valor apurado gira em torno de R$ 61 milhões. O ex-secretário diz ainda que não há razão para o tucano demonstrar espanto, uma vez que já sabia das dívidas acumuladas. "Durante toda a transição, a equipe técnica dele teve acesso aos dados fiscais do município".

Além disso, Lopes assinala que com o trabalho da equipe dos fiscais de tributo em 2004, a prefeitura conseguiu aumentar o repasse do FPM de 14,4% para 15,9%. "São R$ 24 milhões por ano extras no caixa de Cuiabá, quase R$ 100 milhões nos quatro anos. Quem vai usufruir disso é o atual prefeito". Outro ponto positivo é o sistema de recuperação de crédito de dívida ativa. "Temos o melhor do Brasil. Isso vai gerar ao caixa da prefeitura mais R$ 15 milhões por ano. São receitas que Wilson vai ter a mais do que França teve". (LTS)