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Papa cita em livro atentados e massacre de Beslan
O Papa João Paulo II cita os atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova York, e 11 de março de 2004, em Madri, além do massacre na escola de Beslan, na Rússia, em seu quinto livro Memória e identidade, apresentado hoje, terça-feira, em Roma.
O cardeal Joseph Ratzinger, da Congregação para a Doutrina da Fé, participou da apresentação do livro ao lado do porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro Valls. Segundo Ratzinger, o texto permite conhecer melhor a vida de João Paulo II, seu conceito de liberdade e suas reflexões sobre o bem e o mal.
Memória e identidade, segundo explicou Navarro, surgiu após uma série de conversas de João Paulo II com dois professores de filosofia política poloneses, Josef Tishner e Krystof Michalski, no verão de 1993, em sua residência de Castel Gandolfo.
Todas as reflexões foram feitas em polonês, "por isso pôde-se tirar o máximo dos temas tratados", explicou Navarro. Um dos participantes decidiu gravar as conversas, mas sem a intenção de publicá-las.
Agora, 12 anos depois, elas aparecem em forma de livro, ao qual foram acrescentados os últimos eventos ocorridos no mundo, como o atentado de 11 de setembro, em Nova York, o de 11 de março, em Madri, e o massacre de Beslan, na Rússia.
"Relendo alguns anos depois as transcrições das conversas de então, noto que os atos de violência diminuíram notavelmente, mas ainda existem no mundo as chamadas 'redes do terror', que representam uma ameaça constante para a vida de milhões de inocentes", escreve o Papa.
João Paulo II cita os massacres de inocentes em Nova York, Madri e Beslan e se pergunta: "Aonde nos levarão estas novas erupções de violência?".
Perguntado sobre o atentado de Madri, Navarro afirma que o Papa o considera um "símbolo do mal na Europa". "João Paulo II se impressionou muito (com o atentado de Madri) e o considera símbolo do mal, de um niilismo tremendo no continente europeu. Por isso não podia faltar na relação do livro", afirmou Navarro.
O livro fala sobre a história européia do século XX e a presença do "mal". O Papa condena o nazismo e o comunismo, cujas quedas são, segundo o Bispo de Roma, a constatação de um fracasso.
"Mostraram todo o absurdo da violência em grande escala, como havia sido teorizada e implementada por esses sistemas. Os homens levarão em conta as dramáticas lições que a história nos deu ou, pelo contrário, se deixarão afastar das paixões acolhendo mais uma vez a nefasta sugestão da violência?", escreve o Pontífice.
João Paulo II também trata no livro do atentado que sofreu em 13 de maio de 1981 na praça de São Pedro, no Vaticano, ao ser baleado pelo terrorista turco Ali Agca.
Em um diálogo com seu secretário particular, o arcebispo Estanislao Dziwisz, o Papa lembra de todos os momentos, desde que foi atingido pelo tiro até ser levado para a Policlínica Gemelli, de Roma; os remédios que lhe foram dados; sua recuperação; e a visita a Agca na prisão, assim como sua decisão de perdoá-lo. João Paulo II sempre afirmou que uma mão disparou (a de Agca) e outra (a da Virgem Maria) guiou a bala evitando que ele morresse.
Durante sua viagem de 2001 à Bulgária rejeitou a famosa "pista búlgara", em referência ao envolvimento do serviço secreto búlgaro no atentado.
No livro, o Papa escreve agora que o atentado foi "ordenado" e "obra" de "uma das últimas convulsões das ideologias da prepotência desenvolvidas no século XX". Ele não dá mais detalhes, porém afirma que essas ideologias são o nazismo, o fascismo e o comunismo, todas aquelas que tiram a liberdade do homem e que representam o mal.
Ratzinger e Navarro explicaram hoje que Agca só quer saber por que não conseguiu matar o Papa e isso o leva a evocar o terceiro segredo de Fátima (o atentado foi no dia da Virgem de Fátima) e a afirmar que ele foi "utilizado" e faz parte desse "mistério".
Memória e identidade tem 234 páginas e foi publicado em 11 idiomas, inclusive em português. Este é o quinto livro do Papa Wojtyla. Em 1994 ele publicou Cruzando o umbral da esperança, e em 1996 Dom e mistério, em que narrou suas experiências como sacerdote.
Em 2003 o Papa publicou o livro de poesias Tríptico romano, onde medita sobre a vida e a morte e fala do dia em que os cardeais se reunirão para nomear seu sucessor; e no ano passado, em seu 84º aniversário, lançou o livro Levanta-te, vamos!.
Memória e identidade, segundo explicou Navarro, surgiu após uma série de conversas de João Paulo II com dois professores de filosofia política poloneses, Josef Tishner e Krystof Michalski, no verão de 1993, em sua residência de Castel Gandolfo.
Todas as reflexões foram feitas em polonês, "por isso pôde-se tirar o máximo dos temas tratados", explicou Navarro. Um dos participantes decidiu gravar as conversas, mas sem a intenção de publicá-las.
Agora, 12 anos depois, elas aparecem em forma de livro, ao qual foram acrescentados os últimos eventos ocorridos no mundo, como o atentado de 11 de setembro, em Nova York, o de 11 de março, em Madri, e o massacre de Beslan, na Rússia.
"Relendo alguns anos depois as transcrições das conversas de então, noto que os atos de violência diminuíram notavelmente, mas ainda existem no mundo as chamadas 'redes do terror', que representam uma ameaça constante para a vida de milhões de inocentes", escreve o Papa.
João Paulo II cita os massacres de inocentes em Nova York, Madri e Beslan e se pergunta: "Aonde nos levarão estas novas erupções de violência?".
Perguntado sobre o atentado de Madri, Navarro afirma que o Papa o considera um "símbolo do mal na Europa". "João Paulo II se impressionou muito (com o atentado de Madri) e o considera símbolo do mal, de um niilismo tremendo no continente europeu. Por isso não podia faltar na relação do livro", afirmou Navarro.
O livro fala sobre a história européia do século XX e a presença do "mal". O Papa condena o nazismo e o comunismo, cujas quedas são, segundo o Bispo de Roma, a constatação de um fracasso.
"Mostraram todo o absurdo da violência em grande escala, como havia sido teorizada e implementada por esses sistemas. Os homens levarão em conta as dramáticas lições que a história nos deu ou, pelo contrário, se deixarão afastar das paixões acolhendo mais uma vez a nefasta sugestão da violência?", escreve o Pontífice.
João Paulo II também trata no livro do atentado que sofreu em 13 de maio de 1981 na praça de São Pedro, no Vaticano, ao ser baleado pelo terrorista turco Ali Agca.
Em um diálogo com seu secretário particular, o arcebispo Estanislao Dziwisz, o Papa lembra de todos os momentos, desde que foi atingido pelo tiro até ser levado para a Policlínica Gemelli, de Roma; os remédios que lhe foram dados; sua recuperação; e a visita a Agca na prisão, assim como sua decisão de perdoá-lo. João Paulo II sempre afirmou que uma mão disparou (a de Agca) e outra (a da Virgem Maria) guiou a bala evitando que ele morresse.
Durante sua viagem de 2001 à Bulgária rejeitou a famosa "pista búlgara", em referência ao envolvimento do serviço secreto búlgaro no atentado.
No livro, o Papa escreve agora que o atentado foi "ordenado" e "obra" de "uma das últimas convulsões das ideologias da prepotência desenvolvidas no século XX". Ele não dá mais detalhes, porém afirma que essas ideologias são o nazismo, o fascismo e o comunismo, todas aquelas que tiram a liberdade do homem e que representam o mal.
Ratzinger e Navarro explicaram hoje que Agca só quer saber por que não conseguiu matar o Papa e isso o leva a evocar o terceiro segredo de Fátima (o atentado foi no dia da Virgem de Fátima) e a afirmar que ele foi "utilizado" e faz parte desse "mistério".
Memória e identidade tem 234 páginas e foi publicado em 11 idiomas, inclusive em português. Este é o quinto livro do Papa Wojtyla. Em 1994 ele publicou Cruzando o umbral da esperança, e em 1996 Dom e mistério, em que narrou suas experiências como sacerdote.
Em 2003 o Papa publicou o livro de poesias Tríptico romano, onde medita sobre a vida e a morte e fala do dia em que os cardeais se reunirão para nomear seu sucessor; e no ano passado, em seu 84º aniversário, lançou o livro Levanta-te, vamos!.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/357897/visualizar/
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