Arcanjo responde às perguntas da CPMI

A senadora Serys Marly (PT/MT) recebeu na noite de domingo (20), um dia antes do prazo negociado, uma caixa com documentos e as respostas dadas por João Arcanjo Ribeiro a algumas das 165 perguntas formuladas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado. Três parlamentares do PT estiveram em Montevidéu, no Uruguai, na semana passada para acompanhar a audiência com Arcanjo, mas voltaram sem ouvir nada. O acusado de chefiar o crime organizado em Mato Grosso estabeleceu que só responderia às perguntas das quais existissem provas processuais de seu conhecimento e por escrito.

"As respostas foram entregues", garante uma fonte. Mas não foram divulgadas pela senadora que, ao ser questionada sobre o assunto, preferiu desconversar. Surpresa com a informação, Serys, no entanto, não negou nem confirmou em nenhum momento que tivesse recebido os documentos. "Não. Não sei. Você está me dizendo que eu recebi os documentos. Estou sabendo por você. Não sei. Mas quem passou essa informação? Não sei se recebi, eu não sei. Agora eu quero saber quem passou a informação. Isso é grave e quero saber quem passou", disse a senadora ao ouvir que a reportagem sabia da entrega.

As respostas foram repassadas à senadora num envelope lacrado, dentro de uma caixa. E segundo informação divulgada pelos próprios deputados, todos aguardavam os documentos para ontem.

As perguntas da CPMI foram repassadas à Arcanjo no último dia 16, pelo juiz de primeira instância penal do 10º turno, Rolando Volmero. Estavam presentes na audiência o deputado federal e relator da CPMI, José Mentor, a senadora Serys Marli e o deputado Eduardo Valverde, todos do PT. Mentor também foi questionado ontem se Arcanjo havia cumprido a promessa de encaminhar as respostas, porém afirmou que não tinha recebido nada até às 18h. Sobre a informação de que a senadora estaria com os papéis, disse novamente que não havia sido comunicado de nada e que ainda ontem teria uma reunião com seus colegas para falar sobre o assunto. "Não marcamos reunião, mas se der vamos nos encontrar. Se a senadora me procurar conversamos, se não nos próximos dias conversaremos sobre isso", disse o parlamentar.

A senadora chegou em Brasília às 19h de ontem, mas, depois de desembarcar, não atendeu mais às ligações da reportagem.