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Politica Brasil
Segunda - 21 de Fevereiro de 2005 às 18:00

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Iquique, Chile – O desenvolvimento da América do Sul passa pelo processo de integração comercial/cultural onde possa haver livre comércio intra-regional e superação de barreiras alfandegárias e burocráticas. No caso específico do comércio, as economias são complementares e um Estado ou país pode trocar mercadorias e executar as obras necessárias de infra-estrutura para intensificar as relações comerciais.

A opinião é do prefeito de Iquique, Jorge Soria, de 68 anos, que neste sábado (19) acompanhou empresários e secretários de Estado durante visita aos portos de Iquique e Patillos. “Não podemos ficar de costas para Mato Grosso’’, disse.

Município com 230 mil habitantes e em pleno litoral do Pacífico, Soría orgulha-se da cidade que tem o principal porto do Pacífico e maior exportador mundial de farelo de peixe. Além disso, tem ainda a Zona Franca de Iqueque (Zofri), que interessa aos empresários mato-grossenses a sua utilização.

As perspectivas de negócios proposta pelo prefeito, no entanto, não param por aí: ele quer intensificar o turismo entre Mato Grosso e Iquique, criando, inclusive, cruzeiros no corredor biocoeânico Atlântico/Pacífico. “A partir do turismo, podemos explorar outros mercados e ampliar as nossas relações comerciais”, aposta o prefeito.

Segundo o prefeito, a discussão sobre a ligação do Brasil com o Oceano Pacífico é bastante antiga. Por motivos diversos, essa ligação não se efetivou, contudo, a disposição do governador Blairo Maggi, em liderar uma Expedição Internacional, amplia o debate e chama a atenção para a economia na América Latina. “O único problema é que estamos de costas um para o outro’’, diz Soría.

COMÉRCIO

Estudioso da alternativa de escoamento de produtos pelo Pacífico, o assessor especial de relações internacionais da Secretaria de Estado de Indústria e Comércio (Sicme), Serafim Carvalho, aposta no corredor de exportação com a abertura, inicialmente, do comércio intra-regional de Mato Grosso com a Bolívia, Peru, Chile e demais países da América do Sul.

“Todos os participantes da caravana estão impressionados e satisfeitos com tudo o que viram. São coisas inimagináveis e que no Brasil se tem pouca informação”, comentou Serafim. “Agente aprende no Brasil que os Andes são intransponíveis. Realmente, é difícil a sua transposição. Por isso a gente está verificando que isso é factível e que há um processo de politização e nós agora não só de Mato Grosso como do Brasil temos que nos virar um para o outro: a América espanhola virando de frente para a América portuguesa”.

Para Serafim, o avanço das fronteiras agrícolas e a disputa de mercados não justiçam a não concretização da saída para o Pacífico. “Hoje não existe um pacto industrial nos países sul-americanos que possa trocar um número maior de produtos. A questão da saída para o Pacífico vai ser uma conseqüência natural no processo de consolidação do comércio intra-regional”, afirmou Serafim.

De acordo com Serafim, a viabilidade desta integração contribuirá para a consolidação da Amazônia Ocidental beneficiando os produtores que tenham interesse pela rota do Pacífico. "O desenvolvimento da geopolítica na América do Sul se deu de tal sorte que não levava em consideração o Brasil e os seus vizinhos", citou ele, referindo-se ao processo político dos últimos 500 anos.





Fonte: Diário de Cuiabá

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