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Maldição
Eu não me incluo entre os que acreditam em maldição como um fenômeno sem explicação. Acho que uma seqüência de dissabores tem relação com a soberba, a prepotência, a incoerência, o desrespeito às regras básicas de convivência, a inobservância de princípios de boa conduta e com a arrogância. Quando vejo o que anda a acontecer com o PT, desde que assumiu o governo, cada vez mais me convenço disso. Com desprezo olímpico, o partido dos trabalhadores jogou na lata do lixo toda a pregação que fez nos longos anos de oposição.
Aliás, é por causa dessas e outras que tem se ouvido por aí que o PT foi atingido pela maldição de não poder comemorar seu aniversário de fundação. No ano passado o escândalo Waldomiro explodiu na véspera da comemoração. Este ano, quando outra grande festa era preparada, mais uma surpresa desagradável.
Na oposição, o PT destilava todo o seu veneno contra os arranjos políticos feitos pelos governantes e os partidos. Ao assumir o governo, de plano, abandonou todas as suas teses sobre economia, administração pública e articulação política.
Adotou sem nenhum reparo a condução macroeconômica feita pelo governo anterior. A moralidade pública foi abandonada, vide o escândalo Waldomiro Diniz, em que o governo moveu mundos e fundos para impedir, e impediu, o seu esclarecimento. Na relação com o parlamento a prática adotada pelo atual governo extrapolou, prá pior, qualquer expectativa.
Desde que chegaram ao poder, o PT e o governo, incentivaram ou patrocinaram o esvaziamento das oposições, acenando com favores de cargos e orçamento públicos. Cerca de um terço dos deputados federais mudaram de partido, alguns até seis vezes. Nos dias que antecederam a eleição da mesa da Câmara o troca-troca tornou-se vergonhoso.
Mesmo construindo uma “base de apoio” com perto de 380 deputados sempre teve que negociar a aprovação das propostas mais polêmicas. Nessas negociações a mercadoria ofertada pelo governo continuou sendo a dos favores, quase nunca honrados integralmente.
O rito adotado pelo governo desembocou, finalmente, na derrota fragorosa na eleição da presidência da Câmara.
Baseando-se na tradição de a maior bancada indicar o candidato a presidente, o PT e o governo imaginaram que bastava escolher o seu representante ao qual todo o parlamento apoiaria sem discussão. Todos sabemos que as coisas não se dão bem assim. O deputado escolhido, em que pesem todos os seus predicados morais e políticos, não agradou grande parte dos deputados. E mais, o PT sequer teve a humildade de discutir com os seus supostos aliados o melhor nome para conduzir o processo de eleição. Deu no que deu.
Por todas essas mazelas o PT e o governo estão pagando os seus pecados. E tudo indica que a dívida com a sociedade será cobrada em outra oportunidade. Os arranjos promovidos pelo governo são tão inconsistentes, por se basearem em interesses menores, que a articulação para a reeleição do presidente Lula passa a enfrentar dificuldades. Comenta-se que o deputado Severino Cavalcanti teria afirmado que a sua eleição representaria um forte obstáculo às pretensões do PT e do governo em 2006.
Então? Será que depois de tantas bobagens e desmandos ainda é possível falar em maldição? Não sei, mas me parece mais adequado pensar naquele ditado popular: o castigo vem a cavalo. E que cavalo, hein?! Fausto Faria é médico e ex-prefeito de Rondonópolis
Aliás, é por causa dessas e outras que tem se ouvido por aí que o PT foi atingido pela maldição de não poder comemorar seu aniversário de fundação. No ano passado o escândalo Waldomiro explodiu na véspera da comemoração. Este ano, quando outra grande festa era preparada, mais uma surpresa desagradável.
Na oposição, o PT destilava todo o seu veneno contra os arranjos políticos feitos pelos governantes e os partidos. Ao assumir o governo, de plano, abandonou todas as suas teses sobre economia, administração pública e articulação política.
Adotou sem nenhum reparo a condução macroeconômica feita pelo governo anterior. A moralidade pública foi abandonada, vide o escândalo Waldomiro Diniz, em que o governo moveu mundos e fundos para impedir, e impediu, o seu esclarecimento. Na relação com o parlamento a prática adotada pelo atual governo extrapolou, prá pior, qualquer expectativa.
Desde que chegaram ao poder, o PT e o governo, incentivaram ou patrocinaram o esvaziamento das oposições, acenando com favores de cargos e orçamento públicos. Cerca de um terço dos deputados federais mudaram de partido, alguns até seis vezes. Nos dias que antecederam a eleição da mesa da Câmara o troca-troca tornou-se vergonhoso.
Mesmo construindo uma “base de apoio” com perto de 380 deputados sempre teve que negociar a aprovação das propostas mais polêmicas. Nessas negociações a mercadoria ofertada pelo governo continuou sendo a dos favores, quase nunca honrados integralmente.
O rito adotado pelo governo desembocou, finalmente, na derrota fragorosa na eleição da presidência da Câmara.
Baseando-se na tradição de a maior bancada indicar o candidato a presidente, o PT e o governo imaginaram que bastava escolher o seu representante ao qual todo o parlamento apoiaria sem discussão. Todos sabemos que as coisas não se dão bem assim. O deputado escolhido, em que pesem todos os seus predicados morais e políticos, não agradou grande parte dos deputados. E mais, o PT sequer teve a humildade de discutir com os seus supostos aliados o melhor nome para conduzir o processo de eleição. Deu no que deu.
Por todas essas mazelas o PT e o governo estão pagando os seus pecados. E tudo indica que a dívida com a sociedade será cobrada em outra oportunidade. Os arranjos promovidos pelo governo são tão inconsistentes, por se basearem em interesses menores, que a articulação para a reeleição do presidente Lula passa a enfrentar dificuldades. Comenta-se que o deputado Severino Cavalcanti teria afirmado que a sua eleição representaria um forte obstáculo às pretensões do PT e do governo em 2006.
Então? Será que depois de tantas bobagens e desmandos ainda é possível falar em maldição? Não sei, mas me parece mais adequado pensar naquele ditado popular: o castigo vem a cavalo. E que cavalo, hein?! Fausto Faria é médico e ex-prefeito de Rondonópolis
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/358680/visualizar/
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