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Autocrítica petista
Erra quem afirma que o PT ainda está procurando culpados pela derrota na disputa pela presidência da Câmara Federal, ou que ficará inerte diante dela.
Num denso artigo publicado no último dia 17 (li-o numa mala-direta distribuída pelo deputado Carlos Abicalil por e-mail, mas pode ser lido também no site do PT), o presidente do partido, José Genoíno, faz uma fundamentada avaliação do episódio, e, creio, uma autocrítica verdadeira e honesta, que poderá influenciar no comportamento do governo de agora em diante.
Sintetizando, são três as causas principais do fracasso do governo na empreitada, segundo Genoíno:
1) Resistência da Câmara ao perfil avançado Luiz Eduardo Greenhalgh (nada modesta, mas real).
2) Os aliados não foram consultados (sobre o candidato).
3) Descontentamento da relação que o governo vem mantendo com a Câmara e com os deputados (excesso de MP`s).
A mim me parece que Genoíno toca na ferida do problema. De fato, o governo do PT perdeu o rumo das articulações políticas. Deixou-se levar pelo caminho mais fácil, e não rompeu com a máquina fisiológica que grassa na relação do Congresso com o Planalto desde a fundação de Brasília. O preço por abdicar dos seus princípios em nome da governabilidade, pelos métodos tradicionais, foi esse vexame.
Genoíno também avalia os efeitos da eleição de Severino Cavalcanti. Pela ótica petista, são dois os damos mais graves:
A) Desmoralização dos partidos políticos e de suas lideranças – sejam governistas ou de oposição (uma vez que venceu uma candidatura avulsa, acima dos partidos).
B) Aumento do custo de funcionamento das instituições políticas e uma possível redução de sua eficácia.
De novo, do ponto de vista macro, Genoíno acerta na mosca.
E agora, o que fazer?
Genoíno também tem resposta para isso: “O PT e sua bancada também precisam estabelecer um novo modelo de relacionamento com seus aliados no Congresso, levando em conta as demandas legítimas das partes e a necessidade de aprofundar o diálogo e o entendimento”, diz.
E acrescenta: “Este relacionamento deve fundar-se num pacto em torno de uma agenda política, pois não é a aliança que deve presidir a política, mas é a política que deve fundamentar as alianças. Esta regra vale também para a relação do governo com sua base de sustentação”.
O presidente petista também fala em priorizar a reforma política, com a adoção do voto distrital com listas, e da reforma partidária, instituindo a fidelidade, que significa valorizar os partidos.
As medidas me parecem acertadas, em que pese o fato do PT só sinalizar para elas depois de pagar um preço muito alto. Mas, de cá, creio que o fato deixa muitas lições a serem refletidas. Via de regra, a autocrítica e as advertências feitas por Genoíno deveriam pulular no cérebro dos nossos deputados estaduais e também dos agentes estratégicos do Governo do Estado.
E não se trata apenas de eleição de mesa diretora. Trata-se da imagem das instituições perante a opinião pública, e trata-se da renovação dos mandatos de todos, no ano que vem, quando essa opinião pública jogará papel preponderante nas eleições. Talvez seja o caso de todos instituírem a autocrítica como principal seu método político.
KLEBER LIMA é jornalista e consultor de comunicação da KGM – Soluções institucionais. E-mail: kleberlima@terra.com.br.
Num denso artigo publicado no último dia 17 (li-o numa mala-direta distribuída pelo deputado Carlos Abicalil por e-mail, mas pode ser lido também no site do PT), o presidente do partido, José Genoíno, faz uma fundamentada avaliação do episódio, e, creio, uma autocrítica verdadeira e honesta, que poderá influenciar no comportamento do governo de agora em diante.
Sintetizando, são três as causas principais do fracasso do governo na empreitada, segundo Genoíno:
1) Resistência da Câmara ao perfil avançado Luiz Eduardo Greenhalgh (nada modesta, mas real).
2) Os aliados não foram consultados (sobre o candidato).
3) Descontentamento da relação que o governo vem mantendo com a Câmara e com os deputados (excesso de MP`s).
A mim me parece que Genoíno toca na ferida do problema. De fato, o governo do PT perdeu o rumo das articulações políticas. Deixou-se levar pelo caminho mais fácil, e não rompeu com a máquina fisiológica que grassa na relação do Congresso com o Planalto desde a fundação de Brasília. O preço por abdicar dos seus princípios em nome da governabilidade, pelos métodos tradicionais, foi esse vexame.
Genoíno também avalia os efeitos da eleição de Severino Cavalcanti. Pela ótica petista, são dois os damos mais graves:
A) Desmoralização dos partidos políticos e de suas lideranças – sejam governistas ou de oposição (uma vez que venceu uma candidatura avulsa, acima dos partidos).
B) Aumento do custo de funcionamento das instituições políticas e uma possível redução de sua eficácia.
De novo, do ponto de vista macro, Genoíno acerta na mosca.
E agora, o que fazer?
Genoíno também tem resposta para isso: “O PT e sua bancada também precisam estabelecer um novo modelo de relacionamento com seus aliados no Congresso, levando em conta as demandas legítimas das partes e a necessidade de aprofundar o diálogo e o entendimento”, diz.
E acrescenta: “Este relacionamento deve fundar-se num pacto em torno de uma agenda política, pois não é a aliança que deve presidir a política, mas é a política que deve fundamentar as alianças. Esta regra vale também para a relação do governo com sua base de sustentação”.
O presidente petista também fala em priorizar a reforma política, com a adoção do voto distrital com listas, e da reforma partidária, instituindo a fidelidade, que significa valorizar os partidos.
As medidas me parecem acertadas, em que pese o fato do PT só sinalizar para elas depois de pagar um preço muito alto. Mas, de cá, creio que o fato deixa muitas lições a serem refletidas. Via de regra, a autocrítica e as advertências feitas por Genoíno deveriam pulular no cérebro dos nossos deputados estaduais e também dos agentes estratégicos do Governo do Estado.
E não se trata apenas de eleição de mesa diretora. Trata-se da imagem das instituições perante a opinião pública, e trata-se da renovação dos mandatos de todos, no ano que vem, quando essa opinião pública jogará papel preponderante nas eleições. Talvez seja o caso de todos instituírem a autocrítica como principal seu método político.
KLEBER LIMA é jornalista e consultor de comunicação da KGM – Soluções institucionais. E-mail: kleberlima@terra.com.br.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/358693/visualizar/
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