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Cultura
Sábado - 19 de Fevereiro de 2005 às 19:00
Por: Luiz Carlos Merten

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Berlim - Vaias e aplausos de críticos e jornalistas de todo o mundo marcaram o final do 55.º Festival de Berlim, quando foram anunciados, hoje, os vencedores dos prêmios do júri, presidido pelo cineasta Roland Emmerich. O Urso de Ouro, distinção máxima do evento, foi para o filme sul-africano U-Carmen, de Mark Dornford-May. Por melhor que seja a versão musical (e moderna) da ópera de Georges Bizet, a torcida era por outros filmes, como o do palestino Hany Abu Assad, Paradise Now, que ficou com o troféu Anjo Azul, para o melhor filme europeu, ou o alemão Sophie Scholl, de Marc Rothemund, que venceu em duas categorias - recebeu o Urso de Prata de direção e do melhor atriz (para a excepcional Julia Jentsch).

Nenhuma decisão foi mais surpreendente nem causou mais desagrado do que a de atribuir o Urso de Prata de melhor ator para Lou Taylor Pucci, o garoto de Thomsucker de Mike Mills. Também causou surpresa, mas aí o júri acertou, o Urso de Prata de prêmio especial para o chinês Kong Que (Peacock), de Gu Changwei. O Urso de Prata para a melhor contribuição artística foi para Tsai Ming-liang, por The Wayward Clouds, que também recebeu o prestigiado prêmio Alfred Bauer, que homenageia o criador do festival e vai sempre para um filme que aponta "novas direções para a arte do cinema".

melhor música, atribuído ao francês Alexandre Desplat, por De Battre Mon Coeur S´Est Arreté, de Jacques Audiard. O público de Berlim, afinal de contas, teve mais sensibilidade (e até senso de oportunidade) do que o júri, ao premiar Paradise Now. Paralelos, mas não menos importantes, o Teddy Bear, para o melhor filme gay, foi para o argentino Un Ano Sin Amor, de Anahi Berneri, e o Urso de Cristal para Bluebird, de Mike De Jong, como melhor filme do Kinderfilmfestival, que contempla as produções para o público infantil.

O próprio diretor do festival, Dieter Kosslick, pediu aos jornalistas que tivessem um minuto de paciência após o anúncio dos premiados. Disse que tinha uma surpresa. A surpresa foi a atriz Julia Jentsch, a própria Sophie Scholl. Muito emocionada, ela agradeceu ao diretor, ao júri e disse que sua alegria era tanto maior por ter sido premiada interpretando uma personagem real - a garota alemã condenada à morte pelos nazistas por sua apaixonada defesa da liberdade e da vida. Julia foi muito aplaudida. Pelo menos aí, o júri acertou.





Fonte: Agência Estado

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