Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Quinta - 17 de Fevereiro de 2005 às 23:59
Por: Elaine Resende

    Imprimir


Em oito meses do ano de 2004, a Central de Transplantes de Mato Grosso registrou um aumento mensal de 44% em transplantes de rim (29) e córnea (46), o maior índice conquistado desde a implantação do serviço em 1999. Estes 75 doadores receberam o auxílio funeral graças ao incentivo garantido pela lei estadual nº 7.423, sancionada em 22 de maio de 2001.

Apesar do resultado satisfatório, o deputado e autor da lei, Carlos Brito (sem partido), observa que há falhas no cumprimento integral da legislação. Os hospitais, casas de saúde e pronto-socorros do Estado são obrigados a fixar, em local visível, aviso referente à gratuidade do funeral aos doadores. Porém, a determinação não está sendo cumprida com rigor.

Carlos Brito encaminhou no mês passado expediente ao secretário de Estado de Saúde, Marcos Machado, solicitando que a lei 7.423 tenha todos os parágrafos “rigorosamente atendidos, uma vez que o governo reconhece a importância do serviço e até lançou, em setembro do ano passado, campanha permanente de doação de órgãos”.

A campanha, conforme a coordenadora da Central de Transplantes Vera Lúcia Silva Sena, contribui para divulgar e esclarecer dúvidas em relação à condição do doador. Muitas pessoas, por exemplo, acreditam e temem que o órgão possa ser retirado ainda com o doador vivo, procedimento que somente acontece após a morte cerebral.

Os números de transplantes realizados em 2004 poderiam ter sido maiores, mas o descredenciamento do Hospital Santa Rosa prejudicou o andamento dos trabalhos por um período de quatro meses. Na capital, respondem pelo serviço: Hospital Geral, Santa Casa, Hospital de Olhos e nove clínicas de Hemodiálise, algumas instaladas no interior.

“A lei de auxílio funeral é tão importante que levamos ela ao conhecimento de Estados como Sergipe e Pará, por saber da realidade dessas regiões”, comenta Vera Sena.

Ato de amor - O deputado entende que a doação deve ser um ato de amor. “A lei é o reconhecimento do Estado aos familiares daqueles que contribuíram para amenizar sofrimentos e até mesmo salvar outras vidas”, diz Brito.

Para evitar que a finalidade da lei seja deturpada, o pagamento é feito diretamente às funerárias prestadoras de serviço. A família do doador não recebe nada. O auxílio funeral, que vai de R$ 960,00 a R$ 2.800, cobre despesas com funeral, caixão e translado.

Estatísticas - A Central de Transplantes do Estado intermediou, em 1999, a realização de 15 transplantes de rim e nenhum de córnea. Em 2000, foram 30 de rim e 13 de córnea. Em 2001, 26 de rim e 28 de córnea. Em 2002, 29 de rim e 43 de córnea. Em 2003, 26 de rim e 34 de córnea e, em 2004, 29 de rim e 46 de córnea.

Doação - Para ser doador de órgãos, basta informar o desejo à família, responsável pela autorização. Existem dois tipos de doadores: pessoa em vida, que pode doar um dos rins, parte do fígado e parte da medula óssea; e paciente com morte encefálica (quando o cérebro já faliu e o sangue continua sendo impulsionado para o corpo apenas com aparelhos). Este pode doar coração, pulmão, fígado, pâncreas, córnea, veia, rim, entre outros.

Informações - A Central de Transplantes, que atua na notificação e distribuição de órgãos, funciona 24 horas e atende pelos telefones 623-9014 e 623-9188, das 7h às 19h. A partir das 19h, o atendimento é feito pelo número 9982-4582.

A partir de fevereiro, uma equipe da Central também ficará de plantão no Hospital Pronto Socorro de Cuiabá.




Fonte: Da Assessoria/AL

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/359248/visualizar/