Nobel acha que neonazismo é causa do desemprego

O prêmio Nobel de Literatura húngaro Imre Kertesz acha que o desemprego é a causa do auge dos movimentos neonazistas na Alemanha, como explica em declarações publicadas nesta quinta-feira, pela Screen, a revista do Festival de Cinema de Berlim. Kertesz, que apresentou ontem na seção competitiva do certame o filme Fateless - baseado em seu romance de 2002 Sem Destino e para o qual ele escreveu o roteiro-, explicou que os neonazistas obtêm apoio em regiões deprimidas economicamente, "e este é o caso da extinta Alemanha oriental".

"Este é o problema que a Alemanha tem agora: há um precedente muito bom para o crescimento do extremismo de direita", considerou o escritor, de 75 anos, que foi deportado ao campo de extermínio de Auschwitz em 1944 e viveu muitos anos em Berlim.

As declarações de Kertesz são feitas em um momento em que a Alemanha vive um intenso debate sobre os neonazistas, no qual destacados políticos da oposição conservadora responsabilizaram o governo pelo auge ultradireitista devido à alta taxa de desemprego.