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Politica Brasil
Quinta - 17 de Fevereiro de 2005 às 07:06
Por: Daniel Pettengill

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João Arcanjo Ribeiro recebe em mãos hoje pela manhã, no Cárcere Central de Montevidéu, onde está preso, as perguntas elaboradas pelos integrantes da CPMI do Banestado, que não foram respondidas pelo ex-policial civil ontem diante do juiz uruguaio Rolando Volmero. Arcanjo, que responde a vários processos em Mato Grosso, concordou, pela primeira vez, em justificar às acusações que pesam sobre ele e revelar detalhes de sua vida financeira.

Durante a audiência realizada ontem, o bicheiro mostrou-se propenso a contribuir com as investigações, mas fez uma ressalva: quer responder tudo por escrito.

O juiz que conduziu a sessão manteve o protocolo e inquiriu oralmente Arcanjo, que chegou a fazer breves comentários, mas não respondeu diretamente nenhuma questão. Nas outras cinco audiências anteriores, o bicheiro negou-se a fazer qualquer declaração. Os relator da CPMI, deputado José Mentor (PT/SP) acompanhou a audiência, ao lado da senadora mato-grossense Serys Marli (PT) e do deputado Eduardo Valverde (PT/RO).

O advogado de Arcanjo, Zaid Arbid, solicitou que os parlamentares apresentassem documentos mais detalhados, extraídos das investigações da própria comissão e do Ministério Público Federal. O argumento foi de que o ex-policial civil não saberia responder objetivamente às perguntas sobre operações financeiras passadas, sem que ele pudesse visualizar os extratos bancários ou demais provas.

Logo após o término da sessão, por volta das 17h, Mentor, Serys e Valverde seguiram para a Embaixada brasileira no Uruguai, onde permaneceram até parte da noite providenciando os documentos e as perguntas, que devem somar 165. Algumas questões relativas ao sigilo fiscal de Arcanjo foram retiradas da pauta.

O advogado de Arcanjo garantiu que o seu cliente responderá às perguntas. A expectativa dos parlamentares é de que o homem considerado chefe do crime organizado em Mato Grosso comece a respondê-las ainda hoje e no mais tardar até o início da próxima semana tudo esteja concluído.

A CPMI, de acordo com Mentor, deve ser encerrada até o dia 27 deste mês. Para garantir que isso ocorra, o deputado apresentou um requerimento na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, questionando a atitude do presidente da CPMI, Antero Paes de Barros, que deu por encerrado os trabalhos em dezembro de 2004.




Fonte: A Gazeta

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