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Politica Brasil
Quarta - 16 de Fevereiro de 2005 às 18:33

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A Câmara Municipal de Alta Floresta retomou ontem a realização de sessões ordinárias. Desde a posse dos vereadores em primeiro de janeiro, o legislativo já havia se reunido em duas ocasiões, em caráter extraordinário, para apreciar projetos enviados pela Prefeitura.

Na primeira sessão da nova legislatura, vereadores que estrearam na Tribuna revelaram-se nervosos pela nova função, mas deixaram suas reivindicações e sinais de que devem marcar suas passagens pelo poder.

Edson Apolinário, PL, fez veladas críticas a setores da administração pública, denunciando que está havendo perseguição. Ele sugeriu que alguns assessores da prefeita Maria Izaura retirem a camisa verde usada na campanha e passem a trabalhar em prol de toda a comunidade, sem retaliações.

Outro vereador que teceu críticas foi Reinaldo de Souza, o Lau da Rodoviária, PTB. Ele disse que a situação de ruas e avenidas está caótica e reclamou estar sendo injustiçado pela administração. O pronunciamento aconteceu como uma espécie de desabafo.

Outra ocupante do poder legislativo que estreou na função, Elisa Gomes, PDT, propôs adequação do Regimento Interno da Câmara à Lei Orgânica do município. Algumas alíneas entre os dois documentos causam conflitos, em sua visão.

Doglas Arisi, PMDB, lembrou que todo início de mandato é tumultuado e é momento de que alguns posicionamentos sejam revistos, sob pena de prejuízos futuros desnecessários. O vereador sugeriu que o slogan da prefeitura saia da retórica e seja colocada em prática, acrescentando que está havendo sim, perseguição a servidores públicos.

O assunto fechamento do Sine foi abordado por Paulo Florêncio, PTB. Numa enquête feita em sala de aula, o vereador descobriu que 30% de seus alunos têm trabalho com carteira assinada, o que mostra a necessidade de reabertura do posto de atendimento. Quanto ao transporte escolar, ele pediu bom senso no tratamento com alunos que estudam na escola Furlani da Riva.

O vereador Dida Pires, PP, sonhou alto e disse que a eleição de Severino Cavalcante para a presidência da Câmara Federal pode ajudar Alta Floresta. Ele elogiou a iniciativa da prefeitura em adquirir maquinas novas e apoiou Edson Apolinário quando este pediu respeito aos servidores públicos.

Francisco Militão, PDT, líder da prefeita na Casa, reconhece que não tem muita experiência, mas espera compensar com muito empenho a nova função. Enfático, afirmou que não pode haver omissão diante de responsabilidades e relatou que as reivindicações apresentadas em plenário pelos vereadores são justas.

A situação dos moradores sem teto e do bairro Panorama foram lembrados por Bernardo Patrício, PPS. Ele pediu empenho à prefeitura nos dois casos e citou que, antes da prefeita Maria Izaura, os moradores cobram o vereador. Numa poça d’água localizada no bairro, moradores afixaram uma placa satirizando como se o local fosse destinado para pescaria do vereador.

Encerrando os pronunciamentos dos vereadores, o presidente da Casa, Luiz Carlos de Queiroz, pediu que houvesse união, empenho e respeito pela comunidade. Queiroz sugeriu que uma aliança entre os poderes constituídos, comunidade e segmentos organizados seja firmada para o bem da cidade. Dessa forma ele acredita ser possível retomar a representatividade perdida pelo município ao longo dos anos.

Pra ilustrar esse ‘abandono político’, Luiz Carlos lembrou do problema envolvendo a homologação do aeroporto Benedito Santiago. Todos os itens que eram imprescindíveis para que houvesse a liberação da pista para pousos de aeronaves maiores foram implantados, mas até hoje nenhuma providência foi tomada nesse sentido.

Outro caso que mostra os prejuízos causados pela falta de representatividade política do extremo norte é a situação calamitosa das rodovias. Na visão de Queiroz, Alta Floresta não pode ser tratada como cidade pequena. “Ela é grande”, constatou, citando que no município estão sendo construídas 48 casas populares em parceria com o governo do estado. Cidades com menor número de habitantes e com menos problemas habitacionais chegam a contar com até 500 casas.

Na área de atuação do governo Maggi, Queiroz alertou prefeita Maria Izaura. Depois de uma conversa com a chefe do Executivo antes do início da sessão, Luiz Carlos disse ter ficado mais preocupado e cauteloso. Ele sugeriu que a prefeita reflita bem antes de assinar convênios de parceria, pois em boa parte das ações conjuntas o governo estadual só entra com 30% dos recursos, quando a responsabilidade sobre o trabalho a ser executado é quase toda dele. Um exemplo é a recuperação de rodovias, fato que já aconteceu no passado em outras administrações e, se nada for feito, deverá continuar nos próximos anos.




Fonte: Diário News

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